Amor Bandido - Concluída

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- Comadre, abre aqui vamos conversar. Trouxe a Nique para te alegrar, HR já foi fazer a missão dele, só tem nós três aqui Mile foi dormir na casa de Neguinho - Levantei do chão, meus olhos estavam cheios de lágrimas e todo borrado, assim que abri a porta Rayssa me abraçou com toda a força e eu já não queria mais soltar aquele abraço. - Ele me falou o que aconteceu. Fica assim não, vai tomar um banho e tirar essa maquiagem. Hoje você tem que estar preparada para qualquer notícia boa ou ruim.  - Assenti e fui tomar banho.

- Ray eu estou com nojo de mim, se eu soubesse atirar acabaria com a minha vida de uma vez por todas. - Falei em prantos, acho até que minha lágrima já secou

- Desculpa amiga, mas sua vida acabou desde o dia que você veio morar com traficante e o pior de tudo logo o dono do morro.- Depois que ela falou aquilo eu chorei ainda mais e deitei com a cabeça no seu colo.

- Eu deveria ter ouvido meus amigos, meus pais... Eu não quero isso para mim! Não foi por esse Henry que eu me apaixonei, o meu amor era carinhoso e não esse ogro que me gritou e me agrediu lá embaixo. Eu não quero isso, eu não quero esse homem aí não Ray.

- Pois é minha amiga, eu te falei que não era fácil ser mulher de bandido. Eu com 7 anos sendo mulher do Luan já perdi as contas de quantos cornos  já tomei, e as surras? Perdi dois filhos por causa das agressões dele e tinha dias que ele me batia só porque não tinha o que fazer, minha mãe sempre me avisou, mas o sentimento falou mais alto. No começo era tudo lindo e maravilhoso ele trazia chocolate todo dia quando chegava em casa, ou então  trazia algo diferente para a gente comer, final de semana era roupa nova e todos os bailes fazia questão de estar comigo. Depois de um tempo começou a me xingar, me empurrar, puxar o cabelo, bater, me trancar em casa e passar dias fora, hoje Deus me honrou minha filha, mas já passei por cada uma. Para você ter noção ele já teve relações com uma mulher na nossa cama, comigo dormindo do lado no chão. - Fiquei horrorizada com as coisas que ela me contava porque quem via os dois juntos hoje em dia não imagina nada do que se passou... os dois tão felizes e confidente.

- Você continuou com ele mesmo depois disso tudo?

- Não tinha como não continuar. Ele não deixava eu trabalhar então não tinha dinheiro nenhum guardado e minha mãe não ia me aceitar de volta na casa dela. Quando eu fui embora deixou bem claro que se eu saísse não era para voltar nunca mais.

- Como você aguentou tudo isso? Meu Deus estou chocada com essa situação com um tapa eu já estou quase entrando em depressão,  imagina passar por tudo o que você passou e contar na maior tranquilidade e ficar sorrindo.

- Quésia com o tempo a gente aprende a conviver com a dor.

- Patroa  corre, o patrão tomou um tiro na perna está quase morto no pé do morro e Galego quebrou o braço, está uma agonia lá na entrada. Camis não para de chorar e o patrão está chamando seu nome e gritando desculpas. - Cotonete chegou lá falando, encarei Rayssa por uns segundos. Peguei dinheiro no guarda roupas e fui na farmácia comprar  alguns materiais que precisaria depois fui até o lugar onde eles estavam.

Primeiro fui ver Henry que estava perdendo muito sangue, já estava fera em retirar bala e dessa vez foi sem anestesia para ele sentir a dor que eu senti no tapa, a bala tava num lugar de fácil remoção. Estanquei o sangue e coloquei um curativo, não precisava de ponto. Depois olhei o braço  de Galego que estava uma situação bem feia dei uma anestesia e rasguei o braço para o sangue que estava coagulando sair, depois dei ponto e coloquei uma tala para segurar. Acho que nem preciso mais fazer especialização em cirurgia, aqui no morro me especializei em tudo e olha que não estou nem no terceiro ano de medicina o que aprendi no tec. em enfermagem em ajudou muito. Pedi ajuda a alguns dos vapores que estavam assistindo a cena para levar os meninos para casa.