Capítulo 18

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Sabes quando encontras algo que sempre procuraste, mesmo sem saber? A minha vida inteira, o amor não era prioridade. Depois apareceu um espanhol incrível que me fez apaixonar de uma maneira inexplicável. E naquele momento, a sensação que podia perde-lo, estava apoderando de mim.

Eu, Nicole e Eric fomos para a cidade tentar investigar enquanto Steve e Daniela ficaram perto da casa a observar se acontecia alguma coisa. Chegamos a uma biblioteca, só ali poderíamos, pelo mesmos descobrir a história daquela maldita casa. Eu só queria saber uma coisa: Porque o Ethan?

Começaram a pesquisar para descobrir o que tinha acontecido antes naquela casa do lago. Eu ainda não estava processando como deve ser, tudo parecia tão irreal, tão confuso. Ainda beliscava meu braço para ter a certeza de que não estava sonhando e desejava que aquilo acabasse logo.

Ao fim de minutos, entre livros, jornais velhos e internet, Eric chamou-nos e disse que tinha descoberto algo no computador que poderia ser útil. Fomos ver e comecei a ler o artigo:

"Ontem, dia 27 de Setembro de 1968, faleceu a filha dos Norton, vítima de hipotermia. Lucy Norton foi encontrada na estrada principal num dia de inverno intenso. Tudo indica que ela morreu devido ao frio que fazia, enquanto esperava pelo seu amor, pois tinham intenção de fugir juntos porque o namoro dos dois era proibido pela família da moça. Tudo aponta que Lucy ficou muito tempo a espera dele que nunca foi ao ponto de encontro..."

- Como é que isto pode nos ajudar, Eric? – perguntou Nicole. A princípio também não estava entendendo.

- A família Norton eram donos da casa onde estamos. A Lucy vivia nela – Eric explicou.

Uma revelação: Na casa morava uma garota que morreu há muitos anos atrás. Mas aquilo não respondia a metade das nossas perguntas. Ficamos por longos minutos pensando onde aquela informação poderia nos levar.

- Como chamava o namorado dela? – perguntou Nicole.

- Espera, vou pesquisar – disse metendo os dedos no teclado pesquisando o mais depressa que consegui. – Achei. Ele se chamava... Oh não.

- Antonio Herrera – completou o Eric.

- Essa voz na casa chamou o Ethan de Antonio – disse sem tirar os olhos do ecrã, lembrando das cenas de terror.

E o que esse Antonio tinha a ver com Ethan? Fiquei ainda mais confusa do que antes.

- Será que ela está confundindo Ethan com esse Antonio? – perguntou Nicole.

- Haylie, consegues achar uma foto dele na época? – disse Eric.

- Deixa-me ver – meti as mãos no teclado e no mouse outra vez. Essa pesquisa foi bem mais difícil. Quando finalmente consegui achar uma foto dele, tal foi nosso espanto. – Mas ele...

- Era fisicamente... - acrescentou Nicole.

- Idêntico ao Ethan – completou Eric

- E também era espanhol – disse Nicole.

- Então é isso – finalmente as peças começaram a juntar. – A entidade na casa é a Lucy e ela pensa que o Ethan é o Antonio por serem parecidos. Por isso ela o prendeu lá. Temos que fazer ela entender que ele não é o Antonio – conclui levantando da cadeira e andando de um lado para o outro.

- Mas como vamos fazer isso? Algum de vocês sabe falar com fantasmas? – perguntou Nicole. Aquela palavra me dava arrepios.

- Deixa-me ver se esse Antonio Herrera ainda está vivo. Talvez ele possa nos ajudar – disse Eric sentando a frente do computador.

Enquanto ele mexia no computador, sentei no chão com as pernas flectidas e coloquei a cabeça entre elas. Sem aperceber, comecei a chorar. Nicole sentou-se ao meu lado e tentou me consolar, mas foi em vão. Eu não parava de chorar, com o sorriso do Ethan passando pela minha cabeça. Nunca fui pessimista mas estava difícil pensar positivamente naquele momento. Tinha medo, muito medo de perder ele. E se nada der certo? Se não conseguirmos?

Eric pesquisou e descobriu que o Antonio estava vivo e ainda consegui o seu endereço.

[...]

O endereço nos levou a uma casa pequena, afastada, no meio do mato. Era bem simples e com coragem batemos na porta. Ela foi aberta por um homem velhos, alto de cabelos grilhasos e uma bengala na mão. Ele parecia triste e solitário. Quando ele abriu a porta, fiquei a olhar para ele e depois perguntei:

- O senhor é o Antonio Herrera?

- Sim. O que vocês querem comigo? – disse ele olhando para nós com cara de poucos amigos.

- Precisamos falar com o senhor – disse encarando ele.

- Sobre o que?

- Sobre a Lucy Norton.

- Não tenho nada para falar sobre isso – disse ele fechando a porta mas travei-a com as mãos.

- Por favor, tem que me ajudar! A Lucy prendeu meu namorado na casa do lago porque ela pensa que ele é você – Insisti ainda com as mãos na porta e ele tentando fecha-la.

- Que história absurda é essa? – ele cedeu e abriu a porta com cara perplexa.

Mandou-nos entrar e contamos o que estava acontecendo e pedimos desesperadamente pela sua ajuda. Antonio ficou calado sem reacção, a olhar para nós.

- Não vou voltar para aquela casa – depois de alguns minutos ele abriu a boca.

- Por favor, tem que me ajudar a tirar o meu namorado dali – Insisti, já com lágrimas teimando em descer.

- Desculpa mas não posso te ajudar.

- Imploro-te. Sou capaz... sou capaz de fazer qualquer coisa pela pessoa que amo. O senhor nunca amou? Me ajude! – comecei a chorar.

Foi a primeira vez que disse que o amava. Aquele momento, apercebi-me que realmente amava o Ethan e muito, embora nunca tenha dito. A ideia de que poderia perde-lo não me saía da cabeça e não me conformava com ela.

- Não posso. Agora saiam da minha casa – ele se levantou e abriu a porta.

- Estou a ver que não sabe mesmo o que é amar alguém. Se não, não teria abandonado a Lucy e ela não teria morrido – o choro calou e o meu sentimento naquele momento foi de raiva.

- Haylie, vamos embora! Não adianta – disse Eric pegando minha mão e me conduzindo-me para a saída enquanto eu olhava fixamente para Antonio com cara de desprezo.

Saímos da casa do Antonio sem saber o que fazer. Metemos no carro e decidimos voltar para a casa do lago. Quando chegamos lá, contamos aos outros o que tínhamos descoberto. Queria muito entrar na casa para ver o Ethan mas meus amigos me aconselharam para não entrar porque poderia deixar a Lucy zangada. Eu era muito teimosa mas desta vez cedi porque era a vida da pessoa que amova que estava em risco. Do grande silêncio que fazia entre nós, surge uma ideia.

- Que tal chamarmos um médium? Ele poderia ser útil – disse Dani num tom animador.

- A Dani pode ter razão. Vou ver se encontro um – disse Eric que de seguida meteu-se no carro e foi procurar um médium.

More Than Words: atitudes valem mais que palavras (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora