2T - Capítulo 36

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Levantei do chão frio com dor no corpo. Estava exausta, não queria dormir mas o cansaço me venceu. Não fazia ideia se era de dia ou de noite, o lugar era fechado, apenas com uma pequena lâmpada colocada no teto.

Minha cabeça doía e ainda estava assustada. Pensava muito no Ethan, como ele estava. Sabia que ele ia estar desesperado porque se eu tivesse no lugar dele, com certeza estaria. 

Meu namorado é tudo para mim, eu o amo com toda o meu coração e minha alma. Mesmo que demorei algum tempo a perceber isso. Já passamos por muita coisa e a sensação de perdê-lo e a pior coisa do mundo.

- Princesa – disse o chefe entrando na sala todo sorridente. Não gostava que outra pessoa me chamasse assim. Apenas o Ethan podia me chamar assim. – Falei com o teu namoradinho e vamos vez se o pai dele é capaz de desembolsar 500 mil euros por ti.

Arregalei os olhos. Era uma quantia absurda. Será que o pai do Ethan ia mesmo pagar tanto dinheiro pela minha liberdade? Eu era apenas a namorada do filho dele, será que para ele eu valia tanto? Para Ethan sabia que sim mas...

- Se dentro de 48 horas o dinheiro não estiver nas minhas mãos, acredite, vou ter muita pena de matar uma garota linda como você – disse e caiu na gargalhada.

Depois saiu do quarto e sentei-me no chão em estado de choque, me preparando para despedir do mundo.

[...]

Passou algumas horas desde que acordei e estava me sentindo cada vez mais cansada e sem esperança. A porta abriu de novo e desta vez, um dos gémeos entrou carregando uma bandeja. Ele me encarou tímido. Não era o mesmo que me levou para ai. Apercebi que mesmo sendo iguais, ele se diferenciam numa marca na testa que esse tem e o outro não. 

Ele colocou a bandeja no chão ao pé de mim e continuou me encarando. Olhei para ela e esta continha uma garrafa pequena de água e um pedaço de pão.

- A menina precisa comer – disse ele e fiquei encarando a bandeja sem reacção. – Não se preocupe. Não está envenenada.

Ele olhou para mim mais alguns segundos e saiu. Só depois que olhei para a bandeja a minha frente, lembrei-me que estava algum tempo sem comer. Mas não quis comer, apenas bebi a água.

[...]

Não sabia por quanto tempo estava naquele lugar. Parecia uma eternidade. Tudo o que queria era sair dali e respirar ar puro.

Voltei a dormir no chão frio e acordei coberta com um cobertor. Só podia ser trabalho do gémeo que me alimentou mais cedo. Apercebi que ele me tratava diferente e me olhava com pena, ao contrário dos que só riam da minha cara.

[...]

- Eu te amo, você é tudo para mim – disse ao Ethan

Estávamos não sei onde mas aquilo não me preocupou. Tudo o que interessava era que estava com ele. O amor da minha vida.

- Eu também te amo, minha princesa – disse e beijou-me com paixão.

De repente senti alguém me segurar por trás e me afastar daquele beijo. Olhei para trás e vi uma figura sombria, olhei para frente e Ethan continuava sentado onde estávamos.

- Socorro – comecei a gritar quando a figura começou a me arrastar. – Ethan, me ajuda! Ethan! – comecei a chorar.

Ethan olhava para mim e permanecia parado sem mostrar algum interesse em ajudar-me.

- Ethan, me ajuda! – repeti desesperada enquanto estava sendo arrastada.

- E porque eu te ajudaria? Você não é tão importante quanto pensa. Eu nunca me arriscaria para te salvar – disse ele, alto e uma escuridão me envolveu.

Acordei assustada com o sonho ruim mas ao voltar para a realidade, vi que aquilo nunca poderia ser verdade. Sabia que Ethan seria capaz de fazer tudo por mim, assim como eu faria por ele.

Com a respiração mais tranquila, a porta da sala foi aberta bruscamente. Os três entram e pela cara do chefe, vi que ele estava zangado.

- Se despede do mundo – disse apontando a arma para mim.

Meu coração acelerou instantaneamente e meu corpo paralisou.

- Já passou mais de 48 horas e nada do dinheiro – disse aproximando mais de mim. – Talvez o teu namorado não gasta tanto assim de ti.

Uma dor invadiu meu peito. Aquilo não era verdade. Meu namorado me amava e eu sabia disso.

Fichei os olhos e lágrimas saíram dos meus olhos. Talvez aquelas seriam minhas últimas lágrimas, talvez aquele seria meu fim. Mas recusava-me a acreditar que Ethan não tivesse feito de tudo para me salvar.

- Chefe! – ouvi a voz do gémeo menos mau e olhei para ele. – O senhor não pode mata-la assim. Ela é a nossa moeda de troca.

- Mas o prazo já passou, idiota! Eu deixei claro para ele que se dentro do prazo o dinheiro não tivesse nas minhas mãos, ia matar a namorada dele.

- Mas não a mata agora. Tente mais alguma coisa. Se não saímos sem nada nisso - disse olhando com pena para mim.

O chefe parou e olhou pensativo para o capanga. Depois olhou para mim e ficou alguns segundos reflectindo.

- Olha garota, por agora continuas viva – disse e saiu da sala, os outros foram logo atrás dele.

Não respirei de alivio, meu coração não desacelerou pois sabia que aquilo não era motivo de alívio, que mais sedo ou mais tarde ele ia voltar com a arma carregada. Sabia que já estava condenada.

[...]

Depois da visita do chefe, não voltei a dormir. O gémeo foi me levar mais comida e água, e como das outras vezes, apenas bebi a água.

Nunca pensei que minha vida ia acabar assim. Via nos olhos do sequestrador que ele estava muito disposto a me matar caso não conseguisse o que queria.

Ouvi a porta abrir e tive uma única certeza. Ia morrer. Mas meus olhos se arregalaram quando vi uma pessoa entrar por aquela porta.

- Ethan? – disse ao vê-lo, e não estava sonhando.

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Ai gente, que pena da Haylie.

E como será que o Ethan chegou ali? 

More Than Words: atitudes valem mais que palavras (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora