More Than Words: atitudes valem mais que palavras (CONCLUÍDO)

2T - Capítulo 35

Vou fazer uma coisa que aprendi com uma escritora aqui. Quem quiser, lê ao som da música na mídia.

Ethan

No chão, de joelho. Era onde me encontrava depois da chamada ser encerrada. Não podia ser, não podia ser... repetia mentalmente para mim mesmo.

- Ethan, o que aconteceu? – perguntou Nicole e eu nem fui capaz de identificar onde ela estava muito menos responder.

Minha mente começou a parar e meu corpo inteiro começou a tremer. Involuntariamente lagrimas começaram a cair como cachoeira dos meus olhos.

- Vá buscar um copo de água para ele – era a voz de Eric. – Ethan? – ele abaixou a minha frente, olhei-o desesperado mas não fui capaz de responder.

Não fui capaz de descrever o que estava sentindo. A vida do meu amor estava em perigo e nunca senti tanto medo assim em toda a minha vida. 

Sabem aquela história cliché de casais que dizem não conseguir viver um sem o outro? Achava idiotice mas se alguma coisa acontecesse a minha namorada não ia suportar.

- Calma, cara – disse Eric levantando-me e sentando-me no sofá.

Ainda estava imóvel e lágrimas saiam sem parar. Nicole adentrou a sala com um copo na mão e entregou-me. Minha mão tremia tanto que não fui capaz de segurar o copo. Ela desistiu de entregar o copo e colocou-o na minha boca. Com algum esforço consegui beber um pouco da água e aos poucos sai do estado de choque. Eric e Nicole ficaram a minha frente a olhar para mim, confusos.

- A Haylie – minha voz saiu fraca e embaçada por causa do choro. – Ela foi sequestrada.

Os dois abriram a boca e arregalaram os olhos mas não falaram nada. E também não consegui falar mais nada. Minha mente simplesmente parou até que a última frase que o homem disse veio a minha mente: ...escuta bem o que vou dizer. Acho melhor mandares o teu papai mexer no cofre se queres voltar a ver a tua linda princesinha.

Meu pai. Tinha que falar com meu pai porque eles queriam dinheiro em troca da vida da minha princesa. 

Peguei o telefone trémulo e fiz muitas tentativas de discar o número mas não consegui porquê tremia muito. Eric tirou o telefone das minhas mãos e ditei o número enquanto ele discava. Arranquei o telefone das mãos de Eric e coloquei-o no ouvido ouvindo um bip que parecia uma tortura.

- Pai – disse num tom alto ao ouvir sua voz e levantando o sofá.

- Ethan, essa não é uma boa hora... - ele falava mas interrompi-o.

- Pai, por favor. Preciso que o senhor volte para casa agora – as lágrimas voltaram a escorrendo pela minha face.

- Calma, filho. O que aconteceu?

- Sequestraram a Haylie, pai. Sequestraram a minha namorada – Parei de andar de um lado para o outro e sentei no chão.

Meu pai ficou calado. Acho que ele estava processando o que eu tinha acabado de dizer. E pelos meus soluços altos, qualquer um ouvia que eu estava desesperado.

- Ethan... Como isso aconteceu? – perguntou finalmente.

- Eu não sei. A Haylie saiu para tomar ar no portão e não voltou. Acabei de receber uma chamada. Eles querem dinheiro em troca dela.

- Temos que chamar a poli...

- NÃO – falei levantando. – Isso não. Eles disseram que se a polícia for envolvida vão... matá-la.

- E eles mencionaram a quantia que queres?

- Não. Disseram que entrarão em contacto.

- Está bem. Vou para ai agora.

Desliguei a chamada. Se meu pai fosse rápido e escolhesse o melhor meio de transporte, chegaria em Madrid em menos de três horas. Até la ficaria imaginando como minha princesa estava. Com certeza estava assustada e me sentia inútil por não poder fazer nada.

[...]

- Ethan! – ouvi uma voz conhecida e levantei a cabeça, vendo minha mãe correndo em minha direcção.

Já havia passado quase três horas e não havia parado de chorar um minuto e a cada minuto meu coração apertava cada vez mais. Passavam mil coisas pela minha cabeça, o que poderiam estar fazendo com a minha namorada. E estes pensamentos me deixavam amedrontado.

Minha mãe abraçou-me forte e seu abraço me trouxe algum conforto.

- Meu Deus, como uma coisa dessa foi acontecer? – disse ela quase murmurando para si mesma

- Pai! – disse dirigindo-me a ele. Minha cabeça doía muito mas tentei manter o foco.

- Calma, filho – ele colocou uma mão no meu ombro. – Eles telefonaram outra vez? – perguntou e abanei a cabeça negativamente. – Porque a Haylie?

- Porque ela? Daria tudo para estar no lugar dela agora – falei sentando de novo no sofá.

- Ethan, não fala uma coisa dessas – disse meu pai sentando ao meu lado.

- Faria tudo por ela, pai. Daria minha vida por ela se fosse preciso – encarei o telefone desejando que ele tocasse o mais depressa possível.

- Será que devemos falar com a família da Haylie? – perguntou minha mãe.

- Talvez devêssemos esperar mais um pouco – meu pai respondeu.

[...]

Tinha passado mais uma hora, eu encarando o telefone e nada. Sentia-me cansado e debilitado mas tinha que ser forte. Tinha que ser forte pelo meu amor. 

Quando estava prestes a fechar os olhos, o telefone tocou e nem dei-o tempo de deixar o segundo toque soar pois levantei numa grande velocidade e agarrei o telefone.

- Ethan, certo? – disse a mesma voz de horas atrás.

- Sim.

- Estava aqui pesquisando melhor, nossa, como a tua família é lotada da grana – ele fez uma pausa. – A tua namorada é linda, ela vale muito, não achas? – fiquei calado e ele proferiu num tom mais alto. – Não achas?

- Sim – respondi simplesmente, com as pernas vacilando.

- Já falaste com o teu papai?

- Sim.

- Que bom. Então diz para ele desembolsar 500 mil euros num prazo de 48 horas ou nunca mais verás a tua princesinha – falou e arregalei os olhos. Era uma quantidade grande e difícil levantar em apenas dois dias. – Então estamos falados. Depois ligo para dizer como ocorrerá a troca.

- Espere? Deixe-me falar com ela. Por favor!

- Não, rapaz. Apesar de morta de medo, ela está bem.

- Mas quero ouvir a sua voz.

- Não insista, moleque – falou e desligou.

Coloquei o telefone no gancho e fiquei encarando meu pai. Com certeza ele ia hesitar mas sabia que não ia negar.

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Coitado do Ethan. Estou morrendo de pena dele e sofri ao escrever esse cap.