Capítulo Três

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- O cheiro está bom, doutora.

  Tomo o maior susto e quase derrubo a panela, me viro rápido e vejo a Camila parada na porta da cozinha me analisando, coloco a mão no coração em sinal de pós-susto.

- Quer me matar Mila? - ela abre um sorriso, bem bonito, aliás. - Quase não ia ter mais almoço.

  Ela anda até a mesa, senta na cadeira de frente para mim e cruza as pernas. Reparo em cada movimento seu, até que sinto o cheiro da comida, me viro e volto a prestar atenção na panela.

- As meninas estão quietas?

- Sim, só o quarto que está cheio de brinquedos espalhados. Porém, estão brincando amigavelmente. - diz, ouço barulhos atrás de mim, mas não me viro, continuo mexendo na panela.

- Está cozinhando o que Laur?

- Eu estou fazendo macarronada, gosta? - me viro, ela assente, volto a prestar atenção na comida.

- Nossa doutora, você sim é uma mulher para casar, ainda bem que eu sou a sortuda. - e voltamos ao jogo, abro um sorriso, apago o molho, e deixo o macarrão.

- E porque acha isso? - falo me encostando-se à bancada, olho para ela, jogo meu cabelo para o lado e ergo a sobrancelha.

- É uma grande doutora, mãe incrível, sabe cozinhar, não sei se é boa cozinheira, porém sabe. - Vejo as suas jabuticabas escurecer um pouco, e ela morde os próprios lábios, solto um suspiro. - E o principal, é uma puta de uma gostosa.

- Parece que você anda bem decidida Cabello. - volto a prestar atenção no macarrão, ouço passos atrás de mim.

- Você é o tipo que faz as pessoas terem certeza das coisas. - sussurra no meu ouvido, sinto todo o meu corpo se arrepia, e sei também que ela percebeu.

  Ela segura minha cintura e puxa para a mesma, arregalo os olhos, tento me afastar, mas ela segura ainda mais firme. Ela me vira rapidamente, fico de frente para a mesma, ela olha dentro dos meus olhos com o rosto bem próximo do meu.

- Ca... Camila não. - tento falar e me soltar.

- Sabe o que eu acho? Que você deveria me batizar com algum apelido. - ela aproxima mais o rosto do meu, roça seu nariz ao meu. Não sabia mais como se respirava. - Você me chamando de Mila não é nada excitante, Lolo.

  Ela se afasta bruscamente, me seguro na bancada para não cair, tento normalizar minha respiração, vejo que o macarrão está quase queimando, apago o fogo. Na mesma hora vejo as meninas entrarem correndo na cozinha.

- Mama já fez a macarronada? - diz Bella se sentando em uma das cadeiras e Sofia na outra ao lado.

- Sentiu o cheiro monstrinha? Acabei de fazer, vai as duas lavar as mãos para almoçar.

  Do mesmo jeito que as duas entraram elas saíram.

- Quer ajuda para pôr a mesa? - ouço Camila falar, olho para a mesma.

- Só pega os pratos no armário, por favor. - ela assente, me viro para a geladeira, pego o suco de laranja, coloco sobre a mesa, pego quatro copos e ponho a mesa.

- Desculpa Laur, eu acho que me empolguei. - diz terminando de pôr os pratos. - Mas saiba que eu não me arrependo de nada, só de não ter terminado. - abre um sorriso malicioso, reviro os olhos. Menina abusada.

- Tudo bem Mila. - friso o apelido.

  Assim que as meninas voltaram começamos a comer. Recebi vários elogios das duas Cabello's. E realmente a comida estava muito boa.

Never Give UpOnde histórias criam vida. Descubra agora