Capítulo Cinquenta e Cinco

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- Camila é realmente uma trouxa por você, né?

Deixo um sorriso escapar dos meus lábios, olho para trás vendo a universitária do outro lado da rua olhando-me fixamente, abro o sorriso ainda maior em sua direção, vejo-a por um segundo deixar a expressão preocupada de seu rosto para poder retribuir com o seu sorriso que me deixa desnorteada.

- O que é trouxa, tia Mani?

Volto a olhar as duas a alguns passos a minha frente. Minha filha olhava para a Mani com curiosidade nos olhos e a negra tinha o rosto contorcido e pensativo, tentando obter alguma resposta plausível em que a monstrinha consiga entender.

- Não tem como a Camila olha para a sua mãe? Como se ela fosse de vidro e que pode a qualquer momento quebrar? Ela também não fica parecendo a maior idiota olhando para a Lauren? E ainda sempre faz tudo o que ela pede? Isso é ser alguém trouxa. – deixo uma risada escapar ao imaginar a expressão que Camila iria fazer se escutasse isso.

- Oh... Então a mama é trouxa pela Kaki também! – Normani me lança um sorriso cínico, se abaixa quando a minha filha pede com os dedos e manda se aproximar colocando a mão pra eu não conseguir identificar o que fala. – A mama olha pra Kaki com amor nos olhos. São duas trouxas, né? – mesmo com a mão tapando, a sua voz saiu audível, abro a boca desacreditada com as suas palavras.

- Eu não sou trouxa!

- A sua mãe é uma coitada, concorda Isa?

Vejo a menor concordar com a sua tia, cruzo os braços e ergo as sobrancelhas para as duas.

- Eu vou ir avisar a Kaki que a mama é trouxa por ela! – arregalo os olhos ao ver a Bella ameaçar andar em direção a latina do outro lado da rua que nos encarava confusa, seguro-a pela cabeça, tiro o meu celular do bolso e estendo em sua direção.

- Vai jogar e fica quietinha aqui!

Escuto a gargalhada da Mani, mas ignoro e começo a andar com a mão abaixo da cabeça da minha filha fazendo-a andar também, dou uma olhada para trás e ergo a mão sinalizando um adeus para a latina. Assim que entramos no hospital não foi difícil encontrar a recepção para pedirmos a informação necessária.

- Você sabe se o pai dele vai estar aí? – pergunta Mani enquanto nos dirigíamos para o quarto que indicaram na recepção.

- Eu realmente espero que não, sem condições de lidar com toda a família Stromberg de uma vez.

- Concordo com você, mas Keaton falou o que a mãe dele tem pra estar aqui esse tempo todo?

- Algo como hipotireoidismo, você sabe o que é. Já me ajudou a estudar uma vez na faculdade. – viro para a morena ao parar em frente à porta com o número que indicaram na recepção. – Consegue se lembrar?

- Aquela doença que diminui os hormônios ou algo parecido? É a única coisa que consigo me lembrar no momento. – solto uma risada ao ver a linha confusa em sua testa. – Antigamente eu sabia mais coisas, na verdade gostava da sensação de saber mais sobre medicina do que você por ter uma colinha nas mãos.

Ainda rindo empurro-a de leve com os ombros.

- É quase isso. Fica com a Bella que eu vou entrar primeiro. Ok?

- Você tem certeza?

Olho para a Bella mais atrás com os olhos grudados num jogo no meu celular, eu volto a olhar para a empresária a minha frente.

- Absoluta. Fique de olho nela Mani!

Vejo-a assentir antes de virar o meu corpo e encarar a porta, suspiro antes de colocar a minha mão tremula na maçaneta e girar, dou uma olhada para trás antes de entrar, tendo o meu ultimo contato visual com a Mani antes de passar pela porta.

Never Give UpOnde histórias criam vida. Descubra agora