Capítulo Vinte e Nove

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O resto da semana passou bem rápido. Em cada oportunidade todos marcavam de se encontrar, e ainda tinha a indecisão do que fazer no ano novo, já que todos resolveram passar juntos. Lauren e eu continuávamos nos agarrando por aí e sempre sendo atrapalhadas.

Hoje era dia 23 de dezembro, fazia três dias que não via a Lauren. Resolvi ir a sua casa de surpresa. O porteiro já me conhecia por isso passei direto sem nem ser anunciada. A ansiedade se fazia presente enquanto o elevador subia até o seu andar, assim que as portas se abrem, saio andando até a tão conhecida porta. Dou leves batidas, ajeito meu cabelo e minha roupa. Respiro fundo várias vezes seguidas e ouço passos do outro lado. O som da trava da porta coloca meu corpo em alerta. Lauren preenche meus olhos com seus cabelos como sempre bagunçados, usando um casaco maior que ela mesma, sua calça moletom tampando todo o seu corpo. Tão fofa. Finalmente olho em seu rosto que tinha um pequeno sorriso em seus lábios. Seus olhos num verde claro quase cinza. Solto um suspiro ao sentir seu cheiro de menta atingir-me.

- Camz?

Sua voz rouca me desperta, abro um sorriso e acabo com a distância dando-lhe um abraço bem apertado.

- Oi, Lo.

- O que faz aqui?

- Então... A gente não se via há três dias e eu... - falo entre o nervosismo.

- Eu também estava com saudades, Cabello.

Sorrio e afasto-me, ela sai andando até o sofá, encosto a porta trancando-a. Quando me viro, Lauren está sentada no sofá maior, abraçando suas próprias pernas em cima do sofá. Ela levanta seu rosto com um bico em seus lábios. Como consegue ser tão adorável?

- O que aconteceu Lo?

- Eu estou sozinha aqui. – seu bico aumenta.

- Cadê a sua monstrinha?

- Não fale daquela ingrata! – exclama com sua expressão emburrada. – Largou-me aqui, sozinha!

Solto uma risada baixa e sento ao seu lado, passo a mão pelos seus cabelos, acariciando.

- Resolveu passar o dia com a Verônica e a Lúcia. Já que elas vão viajar para passar o natal com a família da Lúcia. – ela frisa os nomes das meninas. – Acredita que elas não me chamaram?

Sua indignação me comove, aproximo e dou um beijo demorado em sua bochecha.

- Eu estou aqui agora.

Ela solta um pequeno sorriso para mim e vira o rosto bicando seus lábios nos meus.

- Obrigada.

- Sua casa está bem decorada, vai passar o natal aqui?

- Não, Bella e eu que todo ano decoramos.

- Falando em natal, você ainda não me deu a carta da Sofia para saber o que tenho que comprar para ela.

Lauren solta um sorriso sapeca, levanta e vai a até a estante da sala pega algo atrás de um retrato. Vem andando de volta para mim com a carta em suas mãos, senta ao meu lado de volta e estica a carta.

- Eu já comprei o presente das duas.

- Lauren!

- O que? Compra outra coisa. – dá de ombros.

Solto um suspiro e abro a carta.

"Querido Papai Noel,

Estou te enviando essa cartinha para dizer que nesse natal eu queria muito um conjunto de patins, estou sendo uma filha bem boazinha todos os dias, ajudo minha mãe a lavar louça e ajudo meu papa com as compras, até a Kaki eu deixei ver Bob comigo, por isso acho que mereço ganhar os patins. Obrigado pela atenção, um grande beijo e um feliz natal!

Sofia Cabello."

Abro um sorriso vendo sua letra quase ilegível. Coloco a carta de volta no envelope. Olho para Lauren que ainda sorria, entrego-lhe a carta de volta.

- Obrigada. O que a Isa pediu?

- Surpresa. – reviro os olhos.

Ela agarra-me de lado, deitando sua cabeça em meu ombro.

- Lo... Você está naqueles dias? – sussurro.

- Não, mas acho que vou ficar.

- Você está tão manhosa hoje.

Tiro meu chinelo e envolvo minhas pernas na cintura de Lauren, deito no sofá e puxo seu corpo para cima do meu. Ela deita sua cabeça em meu peito. Ficamos deitadas nessa posição vendo A Hora da Aventura por um bom tempo. Como ela estava bem manhosa, cedi de assistir seu desenho chato com ela. Até que não era tão chato assim, era aturável. A melhor coisa era quando ela achava algo engraçado e gargalhava em meu peito fazendo meu corpo tremer junto, acabava rindo com ela por causa de sua gargalhada.

[...]

- Camz, vai querer o que? Eu fiz compras essa semana!

Lauren grita da cozinha, pauso o filme que agora víamos, vou andando até a cozinha, Lauren estava abaixada em frente à geladeira olhando o que tinha dentro. Agora com o seu cabelo em um coque no alto de sua cabeça.

- Lo, já disse que não quero nada.

Ela solta um grunhido e levanta fechando a geladeira a seguir. Seus olhos se fixam no meu enquanto ela caminha parando em minha frente.

- O que você quer então? Pode escolher.

A morena em sua frente estava tão sexy, seus olhos ainda da mesma cor de quando chegou, sua pele branquinha e macia clamando para ser tocada e seus lábios que sempre vão ser uma tentação.

- Você.

A palavra simplesmente sai de meus lábios, as esmeraldas se arregalam e ficam ainda mais intensos em cima de mim. Quando menos percebo seus lábios já estão encostados nos meus num beijo intenso, daqueles que te deixam sem ar. Mas infelizmente o beijo durou pouco devido à falta de ar.

- Espera! – digo apressadamente.

Lauren me olha confusa enquanto ando em passos apresados até a sala, ela segue-me logo atrás. Pego meu celular no sofá e tiro a bateria colocando-a em cima da mesa, faço a mesma coisa com o celular de Lauren. Vou andando até o telefone fixo e desconecto o fio, viro e Lauren encarava-me com diversão. Reviro os olhos e vou até o interfone ligando para o porteiro.

- Alô?!

- Oi, aqui é a senhora Jauregui, eu queria pedir para o senhor não deixar ninguém subir.

- Aconteceu alguma coisa?

Lauren se aproxima, grudando nossos corpos e deixando beijos molhados em meu pescoço.

- Não, só não deixa ninguém subir e se insistirem diga que não tem ninguém em casa.

Mordo meus lábios para não deixar um gemido escapar quando Lauren dá um chupão em meu ponto de pulso. Ouço o porteiro falar algo, mas só presto atenção como os lábios macios encostavam-se a minha pele.

- Huh... Era só isso mesmo. Obrigado. – desligo e viro de frente para Lauren que segura em minha cintura.

- Só nós duas? Sozinhas?

- Eu espero que sim.

Capturo seus lábios novamente, de forma urgente. Ela retribui na mesma intensidade e ritmo. Suas mãos desceram rapidamente até minha bunda apertando-a.

- Lo, vamos subir. – arfo mais uma vez quando ela aperta novamente.

Uma de suas mãos entrelaça com a minha, ela sai andando e me puxando até o seu quarto. Assim que entro no mesmo ela fecha a porta trancando-a.

- Por quê?

- Verônica tem a chave do apartamento. – aceno e ela me puxa novamente. – Você tem certeza Camz?

Seu olhar intenso analisando minha alma me faz ter certeza.

- Eu tenho certeza! – sorrio e dou um breve selinho em seus lábios agora vermelhos. – Me faça sua Jauregui!

Never Give UpOnde histórias criam vida. Descubra agora