Capítulo 5 - Lara

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Acordei cedo com a intenção de correr um pouco lá fora, mas assim que coloquei meus olhos no tempo lá fora mudei de idéia.

Porra... Estava muito frio. Mas, acordei com boa intenção e vontade, então vou aproveitar todo esse bom espírito e ficar uma horinha na academia.

Quem eu estou querendo enganar? Boa vontade agora mudou de nome? Se chama consciência pesada ou, Angus deluxe com fritas grande e 500 ml de coca cola? Pois é. Eu sabia... Tinha consciência naquela santa horinha que lambi o sal da última batata dos meus dedos, que peguei pesado. Balanço a cabeça com a memória e começo a calçar meus tênis. Sobre a Coca-Cola? Eu tomei toda ela, mas, sou fraca no assunto. Ninguém fica entre mim, e uma Coca-Cola gelada.

Não pense errado de mim. Por favor. Não sou bitolada com o que como, conto as calorias, ou tenho esse sintoma de "peso na consciência" sempre que devoro um McDonalds. Longe disso. Eu gosto de comer, de tudo e não tenho problemas com isso. Mas eu criei um equilíbrio, inventei na verdade um acordo comigo mesma, "A lei da compensação". Me cobro de todos os dias correr um pouco ou usar a academia da casa, então quando eu pego um pouco pesado como fiz essa semana que abusei de fast food e não foi uma única vez nos últimos dias, eu compenso.

Faço uma bicicleta por mais meia hora e alguns exercícios de localizada, ou eu posso jurar que, se não for assim, eu vou acordar dois dias depois com o que comi armazenado nas minhas coxas e meu quadril. É, eu sei, um verdadeiro filme de terror. Fora que, no quesito saúde um olho aberto é mais que necessário.

Fecho a porta e munida de um sobretudo de lã, por cima da minha regata e legging passo ao lado da piscina e me encaminho ao jardim até chegar ao acesso da academia na lateral da mansão. Com passos curtos, meio pulando, meio correndo, logo abro as portas de vidro que dão saídas para o jardim e o ar quente do climatizador me dá boas vindas.

Não tem ninguém aqui, então acendo as luzes e tiro meu casaco, faço um rabo de cavalo no alto da cabeça e me preparo para fazer um alongamento.

A esteira é a primeira vítima, então coloco meus fones de ouvido e com o primeiro passo se inicia a playlist.

Depois de quarenta minutos vejo por minha visão periférica a porta ser aberta e Gabe entra. O cumprimento com um sorriso e ele caminha para perto, encostando na esteira de frente para mim. Ele veste calças jeans e um suéter cinza de lã, então sei que não veio fazer exercícios. Ele olha seriamente pra mim, aponta para os fones que ainda estão no meu ouvido e diz:

— Leto?

Divertida, faço que não com a cabeça como resposta a esse que é um dos jogos que temos. Eu sou uma negação em adivinhar as músicas que ele está ouvindo, mas ele tem uma taxa de acerto considerável com a maioria e eu sou uma delas, só que hoje meu amigo, você errou, porque Jared Leto e 30 seconds to Mars não estão aqui. Mesmo ele sendo meu queridinho.

Ele continua pensativo e eu continuo meu ritmo na esteira. Noto que ele tem olheiras, o cabelo loiro está desarrumado e o rosto cansado.

— Pink? — Mesmo parecendo exausto, ele é um bichinho insistente.

— Nope. — Gabriel arregala os olhos não acreditando que errou de novo, se tem alguém que sabe das músicas que gosto, esse é ele.

— Você poderia me dar um desconto hoje e soltar uma pista pelo menos?

Mesmo com a respiração pesada pelo ritmo das minhas passadas, consigo rir dele e ergo as mãos aos fones, com intenção de entregá-lo e matar a sua curiosidade. Ele impede o movimento com cara de ofendido.

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