Capítulo 2 - Alexander

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 — Alex

Las Vegas - Nevada

— Morre filho da puta!

Troco de arma, guardo a pistola e pego a Barret. Isso mesmo, calibre 50 baby. Armamento pesado! Corro, viro a esquina e me abaixo atrás de uma parede só a espera desses miseráveis. Eles não decepcionam, viram a esquina e....

Bono começa cantar Sunday, Bloody sunday.

Mas que porra, me desconcentro. Atendo ao celular.

Bro, acabei de ser mordido e morrer cara, se não fosse você ligando, alguém teria o pescoço em sérios riscos.

Escuto sua risada abafada.

— Matando zumbis outra vez Alex? Aposto que no Call of Duty...

Me estico no sofá, o Playstation já esquecido.

— Pode crer... É o melhor.

— Não melhor que Last of us...

— Nah... Esse tá mais para The Walking dead. Call of Duty¹ é mais adrenalina.

Escuto meu irmão rir do outro lado.

— Como se eu realmente precisasse de um vídeo game para pegar em uma arma, meu tipo de jogo é ao vivo.

Ele está brincando, mas isso é uma merda fodida. Ele sabe. Eu sei.

Suspiro. — Como você está Caleb?

— Estou bem Alex. Estou vivo. Liguei para saber de você, porque falei com a mamãe há dois dias e ela me pareceu preocupada com você.

— Engraçado Caleb, porque quando eu estou falando com ela, a ladainha é toda sobre o quão maluca ela está por você estar longe em missões que ninguém sabe, ou porque Dom está trabalhando mais do que nosso pai na idade dele, ou sobre Gabe que vai sair em turnê ano que vem e que ela tem certeza de que ele vai se acabar em bebidas e sexo. E, não vamos esquecer do ponto alto de todas as conversas, a do por que ela ainda não tem netos.

É impossível não sorrir falando em dona Elle....

Caleb ri baixo do outro lado. — Ela dorme?

— Vai saber...

O silêncio aparece na linha.

— Caleb, Bro.... Quando você volta?

Ele suspira do outro lado.

— E você Alex? Quando vai parar?

— Ouch... Touché...

— Pois é.

Agora é minha vez de ficar em silêncio.

— Eu tive uma lesão na última luta.

— Merda Alex. — Sinto sua preocupação.

— Sim. Lesionei meu joelho. Tive um vacilo de 1 segundo.

— Muito ruim?

— Me colocou de molho dos treinos, mas nada tão preocupante assim.

— Merda.

Encosto a cabeça no sofá e fecho os olhos.

— Quanto tempo? — Caleb pergunta

— Vinte dias no mínimo só com fisioterapias, depois disso tenho quinze dias para dar tudo de mim nos treinos. Eu teria continuado assim mesmo, mas então a lesão poderia estar em um nível pior. Agora treino apenas nos dias que antecedem a luta, então tenho que pegar pesado para vencer o desafio, o problema é a falta de treinamento durante esses dias.

— Você vai ter que ficar de molho irmão.

Lamento. — E como se faz isso?

Cale ri. — Descanse, relaxe, de preferência com uma loira, uma morena ou uma ruiva por dia, mas com permissão de aumentar a dose em caso de necessidade. Compreendido tenente?

Ri forte. Não teria melhor recomendação. — Hooyah

Hooyah! Você teria sido um bom Seal irmão.

— Bro, a única vaga disponível de heróis na família é sua.

Começam alguns barulhos no fundo da ligação e escuto Caleb respirar fundo.

— Tenho que ir Alex.

— Ok. Se cuida irmão, se mantenha salvo.

— Você também campeão. Vá pra casa, ganhe o colo da nossa mãe, 50% da sua melhora você vai encontrar no abraço dela e... — Então a linha fica silenciosa.

— Fala Leb.

— Só diga as nossas meninas que as amo ok?

— Claro irmão, mas, você precisa falar com ela Bro. Eu não sei o que aconteceu entre você e a Sky, mas vocês precisam resolver isso.

— Vai por mim Alex, eu sei.

— Ok irmão, vá ser um herói, amo você cara de bunda.

— Sempre seu babaca. Amo você.

E a linha fica muda.

Olho para o meu joelho imobilizado numa tipóia da qual já vou me livrar, o cansaço me bate e pensar em ir pra casa começa a ser uma ideia mais que bem-vinda.

Engraçado que, quando penso em "casa", a imagem que me vem na cabeça não é meu apartamento de frente ao Central Park em Nova York, ou qualquer outro imóvel que tenho. Quando penso em casa, penso em qualquer lugar que minha família esteja, em nossas noites ao redor de uma fogueira, bebendo cerveja e escutando Gabe cantar ao som do seu violão.

Casa é onde eles estão.

Casa é pra onde eu vou.

Olho para o celular ao meu lado no sofá, e meus pensamentos se voltam outra vez ao meu irmão, Caleb. Um Navy Seal que está só Deus sabe onde, lutando uma guerra sem fim, só não sei qual é a maior; a onde ele está, ou a que está dentro dele.

*Call of Duty - Black Ops: Game da premiada franquia de jogos de tiro em primeira pessoa, esse em questão, tem o cenário futurístico e tendo a opção de jogar modo zumbie.

*Hooyah !: Grito de guerra característico para se referir ou concordar com algo, usado pelos SEALS. (Força de operações especiais da Marinha dos Estados Unidos).


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