Capítulo 24 - Alexander

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Lara desliga o telefone assim que estou passando pela guarita, chamo o segurança e ele me diz em que direção ela foi. Mesmo que eu tenha quase a certeza de que ela tenha ido para o estúdio, achei melhor confirmar.

Eu estava dentro do meu carro logo depois que ela acelerou para fora da propriedade. Não precisei olhar para saber que existia uma pequena platéia observando tudo de perto. Dentre eles Cameron. Aperto forte o volante e chuto o pensamento para longe. Não quero pensar nisso agora.

Sei que ela exigiu que eu não fosse atrás dela, mas pra mim isso não é uma opção. Ela precisa me ouvir sim e ela vai. Deus, eu espero que ela ouça.

Meu pai assim que me viu entrando no carro abriu a porta do passageiro e desde então permanece em silêncio ao meu lado.

O motor ruge nos meus ouvidos e após a primeira curva, visualizo um trecho de quase 500 metros em linha reta e não tenho nenhum vislumbre dela.

— Porra... Porra... Porra.

Acelero mais ainda, atrás da pequena "pé pesado" deixando os limites de velocidade para trás, ela não pode ter ido tão longe. Caralho!

Então depois de quatro curvas e cinco carros ultrapassados, vejo à alguns metros a traseira escura do Mustang. Tiro um pouco o pé do acelerador o suficiente para manter o ritmo maluco dela e continuo a seguindo de uma distância segura para não ser notado. Então concluímos o trajeto de 25km em 17 minutos e respiro aliviado quando ela estaciona em frente ao estúdio em segurança. Paro uma quadra e meia antes ao lado da marina e fico observando até que ela saia do carro.

Depois de alguns segundos, ela sai dá a volta e abre a porta do passageiro tirando sua bolsa e a câmera. Seus cabelos estão soltos e admiro suas curvas em mais um de seus jeans que fodem meu juízo. Respiro fundo. Ela é linda e não sabe o poder que já tem sobre mim. Como ela poderia pensar que eu tenha feito qualquer coisa com a Cameron? Caralho...

Então ela fecha a porta do carro e caminha até a porta de entrada e de repente para olha na minha direção e levanta o dedo do meio. Vira as costas e entra no prédio azul claro me deixando pasmo do lado de fora.

Ela sabia o tempo todo que eu estava aqui.

Meu pai que até então estava em profundo silêncio explode em uma gargalhada compulsiva. E se eu não estivesse tão na merda, estaria rindo também.

— Pai... — Minha fala sai num gemido. — O que foi tudo isso?

Ele ainda está rindo, enxugando os cantos dos olhos e não estou achando graça nenhuma. — Filho, isso foi você cavando sua própria cova.

Meus olhos estão cravados por onde ela entrou e de repente tenho a necessidade crua de resolver as coisas com a pequena encrenqueira. Abro a porta do carro e mostro a intenção de descer quando meu pai segura meu braço me fazendo parar. Forço minha atenção nele que agora me olha sem a diversão nos olhos.

— Alexander, ir agora atrás dela só vai piorar ainda mais sua situação. Você começou sua jornada agora em relacionamentos mas seu velho pai está nessa estrada há muito tempo. Ela está magoada e com raiva. Se você aparecer agora vai aumentar em escalas tudo o que ela já está sentindo. Vamos pra casa dê um tempo a ela.

Eu posso lidar com a raiva dela não teria problema nenhum com isso, mas pensar em Lara magoada crava uma faca no meu peito.

Suspiro. — Pai, ela deve estar pensando tudo errado.

Ele bate no meu ombro. — Vamos para casa. É hora do almoço e mesmo que almoçar seja última coisa que façamos agora é uma bela desculpa para uma ou duas doses de Jack Daniels e um dedo de prosa com seu pai. Vamos filho, sua mãe deve estar preocupada.

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