Capítulo 11 - Lara

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A consciência vai se fazendo presente, mas antes de abrir os olhos, me estico um pouco mais e me aconchego na cama puxando o edredom até meu pescoço, fazendo um casulo.

Não quero sair daqui.

Puxo meu celular debaixo do travesseiro e abro meus olhos para ver as horas. 7:08 da manhã. Respiro fundo. Deus, que noite foi essa?

Fitando um ponto na parede sem realmente ver, lembro da noite passada e não posso reprimir um frio no estômago ao lembrar da maneira que Alex me olhou.

Me incomodou. Muito. Tanto, que 5 minutos depois, arrumei a desculpa de que precisava conversar com minha prima e literalmente "piquei a mula" de lá.

Eu não entendi o que aconteceu. Até aquele momento, tive uma boa impressão dele, incrivelmente divertido, gato, inteligente... Já disse gato? Balanço a cabeça, o cara é lindo, me peguei fazendo essa observação, mais de uma vez ontem, me recriminei por isso logo em seguida.— Bufo...— Vamos ser sinceros aqui, eu não sou cega, nem imune a ser afetada por ele, pelo jeito, essa vacina eu não tomei....

Levanto da cama, de repente meio inquieta, vasculhei por alguma lembrança de algo que tenha acontecido para justificar sua reação ontem, ou até mesmo, na alternativa de que não tenha sido dirigido à mim, mas não encontrei. O problema foi comigo, só não sei qual era a dele.

Vou ao banheiro, na volta coloco minhas meias de lã, meu roupão quentinho por cima da camisola, e caminho em direção a porta. Vou até a cozinha e coloco a água para ferver, tiro Waffles congelados do freezer que vão ao forno enquanto passo o café e assim que o aroma delicioso invade a cozinha preparo minha xícara de café com leite e açúcar e tomo o primeiro gole olhando para o relógio do micro-ondas. 7:26.

Sorrio. Caminho até o quarto de Sky, meus olhos precisam de alguns segundos para se adaptarem à pouca luz, mas logo localizo o objeto de procura. Caminho lentamente até ele nunca desviando meu olhar, baby... Hoje seremos eu e você.

Uma piscada, duas.

" Living easy, livin' free..."

E dei o bote! Lara 01 x ACDC 0. Jogo meu punho no ar olhando para o Iphone como quem diz: Vai, brinca comigo Bitch...

Ainda cantando a vitória chego perto da minha amiga, me abaixo, devagar, aproximo minha xícara de café de seu nariz e para potencializar o serviço, ainda dou uma leve soprada na fumacinha do mesmo. Então vejo seu nariz mexer e.... Vício da cafeína... repito o processo mais uma vez e quando noto, que ela começa a despertar, coloco a xícara no criado mudo e levanto ficando parada, estática ao seu lado da cama.

Sky remexe para um lado, depois para outro, resmunga alguma coisa, faz um barulho engraçado no nariz que me lembra um porquinho, me seguro para não rir. Continuo parada. Ela está deitada virada para o outro lado, mas sei que ela abriu os olhos e começa a espreguiçar e a virar para o lado onde estou.

Então ela me vê. E?

Tá ouvindo? Esse som? Que parece uma cabra esganiçada?

A garota sabe gritar... Mas não a culpo. Deve ser uma experiência única acordar com alguém de pé ao seu lado da cama.

Ela pula da cama como se fosse um gato jogado numa bacia com água e eu nessa hora já estou jogada num canto, enrolada de tanto rir. Eu vou morrer por isso, então deixa eu aproveitar.

— Filha da puta. —Então rio mais ainda porque ela não é de falar palavrão, à não ser quando a merda já agarrou mesmo. Sky falando palavrão? Fujam para as colinas!

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