Capítulo 30 - Alexander

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ALEX

Passar horas e horas na presença dela é uma coisa que nunca será suficiente. No fim acho que estou ficando maluco, completamente perdido com reações novas e tão diferentes de quem eu costumava ser.

Eu não grudo em uma garota.

DAVA

Não gruDAVA.

Passado, porque agora eu sou um maldito perseguidor que a segue com os olhos enquanto ela caminha para qualquer canto longe de mim.

Estou no sofá, a TV está ligada, mas eu não poderia dizer sobre o que está passando nela porque minha atenção está na mulher a alguns metros de mim, deslizando ao redor da cozinha porque cismou em fazer o almoço mesmo eu insistindo em levá-la para fora.

Mas no final? Se ela quiser cozinhar um pão com frios e ele ainda vier a ter gosto de bunda, eu comeria sorrindo igual a um idiota.

Levanto do sofá e caminho despretensioso até ela, que tem o cabelo preso num coque e o traseiro bem desenhado num jeans, rebolando levemente ao som da música do seu celular que sai dos autos falantes do dock station.

Dou a volta entrando na cozinha, ficando encostado na bancada. O cheiro bom de temperos e especiarias me invade, dando água na boca.

— Se você disser que além de bonita, gostosa pra caralho ainda cozinha bem, eu corro o risco de sequestrar você.

Ela vira seu olhar sobre os ombros e sorri para mim, voltando sua atenção para o que está fazendo.

— Eu no seu lugar não formaria opinião alguma antes de experimentar.

— Pelo cheiro bom, não deixa muito espaço para dúvida.

Escuto sua gargalhada, mas ela ainda não vira na minha direção. Vejo quando ela levanta um refratário quadrado e noto sua intenção de levá-lo ao forno e me adianto abrindo a porta.

— Obrigada.

A fecha em seguida, programando o timer para trinta minutos.

— Prontinho! Rango no forno, cozinha organizada, agora é só esperar.

— Certo. — A puxo para mim e dou passos para trás até sentir a bancada em meu quadril. — A May poderia cuidar disso, Lara.

Ela dá de ombros. — Eu não me importo. E sobre o almoço espero mesmo que você goste do que eu fiz. Basicamente é carne moída com molho vermelho e purê de batatas com queijo por cima.

Beijo sua testa. — Pode apostar que sim, não deve existir coisa alguma que venha de você que eu não goste de comer.

Ela bufa uma risada e me dá um tapa no peito ficando adoravelmente vermelha, entendendo o trocadilho. — Palhaço!

— Engraçado como você não disse isso algumas horas atrás, aqui mesmo. — Bato com a palma da mão espalmada no mármore atrás de nós ainda a encarando. —Eu lembro de algo como: Alex... Alex... Oh Deus... E, algumas outras palavras desconexas que pretendo ir ganhando conhecimento e traduzindo com o tempo... — Termino de falar rindo e me esquivando de seus beliscões assassinos. — Uau...Lara... Porra! Isso dói.

— Só pra você saber, eu limpei a bancada tá!

— Ok, então poderíamos sujá-la outra vez.

Ela rola os olhos. — Tarado.

Dou um beijo rápido em sua boca. — E não é pouco não!

Ele puxa o celular do bolso e vê as horas. — temos vinte e sete minutos ainda, o que você quer fazer? Assistir alguma coisa?

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