Capítulo 14 - Alexander

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Já estamos há quarenta minutos em uma fazenda de árvores de Natal (Christmas tree farm) nos arredores de Norwalk.

E, há quarenta minutos, uma coisinha obstinada anda de um lado para outro, em meio a neve, procurando o que ela chama de "àrvore de Natal perfeita". Eu já olhei dezenas delas aqui, e pra mim, são todas iguais.

Ela vira para olhar onde o encarregado de cortar a bendita árvore está, e dá um sorriso de desculpas pra ele.

― Moço, sei que eu estou dificultando seu trabalho e desculpa por isso, é que eu ainda não encontrei a árvore certa.

Árvore certa? Olho ao redor. O que tem de errado com as outras?

O funcionário da fazenda, não deve ter mais de 18 anos, mas abre um sorriso de comedor de merda iluminado, olhando pra ela. Não gostei disso, nem um pouco.

― Não é incômodo algum, leve o tempo que você precisar.

Ela sorri ainda mais e volta para sua expedição "Indiana Jones, em busca da árvore perdida", e o cara continua sorrindo igual a um besta. Até que ele me vê o observando e não faço questão alguma de desviar o olhar, e mando um sinal claro de: "Se quiser manter seus dentes na boca, não os mostre mais." Ele fica pálido, envergonhado por ter sido pego.

Mas ele estava só retribuindo o sorriso Alex! ... É isso que você está pensando, não é? Então deixa eu clarear as coisas para você. Se você é mulher, e recebe um sorriso de mil volts sem motivo algum, de um cara que acabou de conhecer? Vai por mim, ele não está querendo ser seu amigo, ou transmitindo apenas um súbito afeto sem segundas intenções, ele quer te comer, simples assim. Tá chocada? Essa era a intenção, fica esperta.

―Ahá!!!!!! Encontrei Alex, olha só.

Passei pelo garoto dando um sorriso de: "Chupa essa!" O quê? Não me julguem, sou um cara! E fui em direção à Lara que estava ao lado de um pinheiro que deveria ser da minha altura, ou alguns centímetros a mais. ― Então? Ela não é linda? ― Ela me pergunta olhando encantada para a árvore.

Coço minha nuca, olhando para as outras árvores ao lado dessa, e parecem todas a mesma pra mim. Algumas realmente são menores, outras maiores, fora isso? Nada, mas... ― Sim... Ela tem, não sei, algo diferente?

Ela tem os olhos brilhantes, caralho! Ela curte isso mesmo. ― Não é verdade? Ela é perfeita.

Depois de escolhida, e cortada, a árvore é levada e amarrada da raiz até as pontas para que diminua de tamanho e fique fácil o transporte.

Já na recepção, Lara busca a carteira para fazer o pagamento mas, seguro suas mãos, a interrompendo. ― Deixa que eu cuido disso.

Ela faz uma careta e fala baixo. ― Nem pense moço, minha árvore, eu pago. Você já pagou por minhas compras e nosso almoço, e dessa vez permiti para não ser mal educada, mas as coisas não funcionam assim comigo, ok?

Penso em forçar a situação, achando boba essa reação dela, porém o olhar determinado me fez recuar, fiquei com receio de que ela se sentisse ofendida ou algo assim, sem dúvida é território novo pra mim. Não lembro de nenhuma mulher que tenha rejeitado a ideia de que eu comprasse algo quando surgiu a oportunidade. Me dei um tapa mental agora, não é como seu já tivesse comprado uma árvore para alguma.

Lara vem ao meu encontro, e antes que ela comece a falar, adianto. ― Antes que você comece a planejar esticar lona, e amarrar aquela árvore no carro, eu já liguei para Dominic, ele vai passar aqui, pegá-la já que a Escalade tem o suporte de viagem no teto.

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