Minha filha me odeia...

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Ficamos em silêncio por longos minutos ate que senti um chute e choraminguei pela dor.

--- Caralho...assim não Bricia. - passei as mãos sobre a barriga. --- Isso machuca a mamãe.

--- Calma filha! - ele falou, baixinho e pós uma mão em minha barriga.

Brícia foi para o lado oposto da mão de Wilmer e apertei o pulso de Wilmer, e soltando outro palavrão.

--- Inferno! - me estiquei um pouco e acariciei a barriga novamente. --- Calma anjo, enquanto estiver aqui estará segura, a mamãe promete. - afastei a mão de Wilmer e ele bufou.

O ignorei, e cantei a música para acalmar Bricia. Ela estava muito agitada e eu precisava deixá-la bem, eu havia abusado demais hoje. Minutos depois ela estava calma, e agradeci a Deus por isso.

--- A minha filha me odeia e a culpa é sua! - ele falou entre dentes.

--- Minha? - o encarei incrédula. --- Quem anda fazendo merda é você. Suas atitudes que estão fazendo ela te odiar. Pai ausente é mesmo que nada, é mesmo que não ter pai. E ela não precisa de você. - falei duramente.

--- Você vai querer mesmo que eu a tire de você?

--- Você está louco, Wilmer!

--- Só quero participar da vida dela, Demi. Mas você não colabora.

--- Eu? Você faltou a consulta por que eu não deixei? Não! Só Deus sabe os motivos. O almoço com os familiares foi adiado porque segundo você, estava trabalhando e você queria muito participar e ate agora nada.

--- Me desculpe...- ele parecia arrependido.

--- Sua mãe me ligou pra cobrar, e se ela não gosta de mim, agora então?

--- Ela não te odeia!

--- Ok! - dei de ombros e bocejei.

Ficamos em silêncio ate chegar a minha casa. Saí do carro assim que ele parou, me encostei no carro e respirei fundo. Estava tonta e com o estomago embrulhado.

--- Bosta!

Tentei andar, mas eu não conseguia.

--- Ta sentindo algo? - neguei.

Ele se aproximou e eu fiquei pior ainda. Me curvei um pouco pra frente e vomitei.

--- Legal, era tudo o que eu queria Demetria, ser vomitado.

Fiquei com raiva e se eu tivesse com condições físicas daria um chute no meio das suas pernas.

--- Vá embora! - eu falei o mais decidida que consegui.

--- Não...vamos conversar.

Respirei fundo e saí na frente, a cada passo me sentia esgotada e a tontura só aumentava. Ele estava atras de mim. Parei, sentindo tudo rodar e apaguei.

RaptadaOnde histórias criam vida. Descubra agora