Demi.

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Desliguei antes que ele pudesse ouvir meus soluços. Eu queria evita-los, mas não conseguia. Isa dormia e eu agradeci a Deus por isso.

Estava encolhida na poltrona e pedindo para que Wilmer chegasse logo. Provável que ele ficaria puto de raiva e ficasse uns dias sem falar comigo, mas eu faria de tudo para que ele me desculpasse.

Quanto mais o tempo passava mais desesperada eu ficava, peguei o telefone e liguei para a recepção e perguntei se havia alguma noticia e infelizmente não tinha - para meu total desespero. Pedi que liberasse a entrada do meu marido quando o mesmo chegasse e que qualquer noticia me avisassem. Larguei o telefone ao meu lado e voltei a posição de antes.

Logo ouvi batidas na porta e fui abri-la, vi o meu marido e quando pensei em me jogar em seus braços, ele jogou o cartaz na minha cara e nem precisei olhar o cartaz para saber do que ele dizia. Wilmer fulminava de raiva, sua respiração era agitada e seus punhos cerrados, tentei o abraça-lo mesmo assim e ele me segurou pelos ombros,me chacoalhou pelos mesmos e eu só conseguia chorar. Logo ele falou algo que me fez ficar estática. Filho? Logo a conversa bizarra de Chris fazia todo sentindo agora.

... 

- Tia posso te chamar de mamãe?

- Por que?

- Tio Will deixa eu o chamar de papai.

- Serio?

- Sim. Ele gosta!

- Gosta?

- Sim, ele me chama de filhão quando jogamos basquete.

...

-TE ODEIO, WILL. - berrei e o soquei no peito. - COMO PODE FAZER ISSO COMIGO? COM A SUA FILHA? COM..a nossa família? - perguntei em um fio de voz. 

Meu corpo todo tremia, eu queria soca-lo ate não ter forças.

- SE CONTROLE! - ele berrou, segurando meus braços fortemente e me erguendo um pouco.

- Ta me machucando, Wilmer.

- Pare papai! - ouvimos a voz de Isa.

- Céus Wilmer! Não a machuque. - a voz da minha mãe soou. - Ela está grávida.

Wilmer me encarou surpreso e pareceu arrependido, mas eu estava magoada demais, me soltei e pedi para a minha mãe sair coma Isa do quarto.

- Não quero mamãe. - ela me abraçou.

- Vá! Estou mandando.

Minha mãe entrou e pegou Isa nos braços e saiu com a mesma, fechando a porta. Wilmer me olhou e tentou se aproximar e me afastei.

- Demi...

- CALADO! - berrei. - Quem é a mãe desse bastardo? 

- Não fala assim do meu filho. - ele falou entre dentes.

- FALO COMO EU QUISER. - joguei o telefone e almofada no mesmo. 

-Pare! Esta agindo como uma louca.

- Nem comecei querido. - comecei a jogar e quebrar tudo o que eu encontrava na frente e tentei o atingir com algumas coisas.

- PARE! 

- VÁ PRO INFERNO E LEVE SEU FILHO. EU E ISA FICAREMOS BEM SEM VOCÊ. - amaldiçoei quando pisei no vidro.

Sentei na cama e solucei, me deitei e ignorei a dor. Ele sentou ao meu lado e pegou meu pé, berrei com o mesmo e sentei na cama e o soquei em seu braço.

- Me deixe ajuda-la porra. 

- Não quero sua ajuda! 

- Lindsay...

- Não quero que encoste em mim nunca mais, Eduardo. Tenho nojo de você!

-  Não pode me julgar Demi. Aconteceu quando não estávamos juntos e já você...nem sei se esse filho é meu.

- ESPERO QUE SEJA DO JOE.

Me levantei, e saí dali. O ouvi berrar por mim e o ignorei e a dor em  meu pé, apertei o botão do elevador, logo ele me agarrou.

- SOLTE-ME!

- NÃO. 

- VOCÊ ESTÁ LIVRE! EU NÃO QUERO VOCÊ AO MEU LADO. - joguei nossa aliança no chão e me debati em seus braços, me soltei e o empurrou ate encostá-lo na parede. - você é um mentiroso! - meu olhar era de tristeza e ódio, solucei. 

Ouvi o elevador abrir e entrei no mesmo, apertando o botão com desespero. A porta fechou antes que ele pudesse entrar, me sentei no chão e agarrei minhas pernas. 


RaptadaOnde histórias criam vida. Descubra agora