Willy...

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Me separei do beijo e a empurrei do meu colo. Ela caiu no chão e me olhou com fúria.

- Esta demitida! - falei, entre dentes.

- Wilmer, por favor, eu preciso...

- Problema é seu! Fora daqui. - ela tentou falar, mas a interrompi. - FORA DAQUI.

Ela levantou, foi ate a porta e voltou a me encarar.

- Irá me pagar, Valderrama!

- Não me ameace garota. - falei, entre dentes. - Passe na sala do Paul e acerte suas contas com ele.

Ela fechou a porta e pude respirar fundo.

Inferno, eu quase fiz outra bobagem. Demetria tinha muita sorte de ama-la incondicionalmente.

Fiquei minutos ali, perdido em pensamentos ate ouvir a voz do Paul.

- Wilmer?

- Aconteceu algo?

- Bom, a sua secretária não saiu muito satisfeita daqui.

- Procure outra urgentemente e por favor, procure uma mais velha. De uns 40 anos ou mais. - revirei os olhos e ele riu. - Sério, não quero problemas. Já basta os que já tenho.

- Você que manda. Algo mais?

- Tô sem cabeça para a viagem. Desmarque e invente uma desculpa.

- Tem certeza?

- Sim, remarque para o outro ano, ok? Lá para fevereiro. - ele ia me interromper, mas prossegui. - Preciso de férias e aproveitar para passear com a minha filha que está de férias.

- Mas e se eles desistirem?

- Vou lamentar por isso, mas a minha família é mais importante.

- Ok!

Ele saiu e voltei ao trabalho. Havia muitos papéis para assinar e eu estava com pressa para ir embora e me resolver com a Demi.

***

Já passava das 17:00 quando Paul foi a minha sala, retirei os óculos e os coloquei na mesa.

- Precisa de ajuda?

- Não, e já pode ir. Seu horário acabou á...- olhei a tela do computador. -- Meia hora.

- Eu sei! Só estava verificando se estava tudo em ordem.

- Ok! Agora pode ir.

- Tem certeza que..

- Sim.

- Ok! Ate a outra semana, mas já sabe...- o interrompi.

- Sei...relaxe! E bom final de ano. - desejei e ele sorriu.

- Pra você também. - ele ja ia sair e eu o chamei de novo.

Abri a gaveta e retirei um envelope e o entreguei, ele me olhou confuso.

- Feliz ano novo e aproveite com a sua família.

Ele abriu o envelope e logo me olhou surpreso.

- Eu não posso aceitar...

- Ficarei ofendido.

- Senhor...

- Melhor sair daqui antes que eu te expulse a pontapés. - brinquei e ele riu.

- Muito obrigado.

- Eu que agradeço. Você é meu braço direito.

Ele sorriu, agradecido. E logo partiu. Antes de voltar ao trabalho pus meus óculos e respirei fundo, já estava começando a ficar tenso e meu pescoço dolorido. Re-encostei na poltrona e fechei os olhos, descansar um pouco não faria nenhum mal.

Estava quase dormindo quando ouvi uma voz chorosa.

- Willy...

RaptadaOnde histórias criam vida. Descubra agora