Acho que vou me separar.

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24 de Dezembro de 2016

Pela manhã, eu e Isa tomávamos café da manhã quando a senhora Lovato desceu e para a nossa surpresa estava com uma bolsa grande em mãos.

--- Não aja como uma incompetente! - ela rosnou com a empregada. --- Vá chamar o José.

--- Com licença senhora! - ela falou baixinho e saiu.

--- Onde vai? E o que já  discutimos milhões de vezes? Por que diabos trata os empregados assim?  - me pronunciei pela primeira vez, furiosamente.

--- Trabalho! - ela falou, obviamente. --- Falo como eu quiser.

--- Não briguem! - Isa choramingou.

--- Não estamos brigando anjinho. - falei, "calmamente".

--- Mãe e o Natal? - Isa falou, entristecida.

--- Eu voltarei a tempo. - ela falou, sem emoção.

Isa levantou, e correu ate a mesma, lhe abraçou.

--- Vou sentir saudades!

Ela ficou calada e alisou os cabelos de Isabela. Ouvimos a voz da Joana e em seguida ela beijou o topo da cabeça da Isa e se despediu da mesma.

--- Tenho que ir! Volto logo! - ela sorriu, de leve.

--- Com quem vai? - ela me encarou e revirou os olhos.

--- Débora e Nick. - ela deu de ombros. --- Algum problema? - ela perguntou, dura.

--- Ah...não, nenhum problema Demetria.- ela me fuzilou com o olhar.

--- Ate! - ela se separou e saiu.

Isa sentou na cadeira e ficou brincando com o seu cereal. Suspirei fundo e ficamos calados, se eu falasse algo iria ferrar com tudo.

Depois de tomarmos café, Isa pediu para irmos ao park, não quis recusar - já que ela me pediu com um sorriso lindo.

Já estávamos de saída quando meu celular tocou, o atendi.

" Wilmer não vem pegar o Chris?"

" Merda! Tinha esquecido."

" Eduardo...- a interrompi."

" Já estou indo! - falei duramente."

Não esperei ela falar algo, desliguei e encarei a pequena Isa, e ela sorriu.

--- Chris é legal! - ela sorriu.

--- Sim. Vamos?

--- Obaaaa!

Sorri.

Saímos e fomos para o carro. Ajeitei Isa no banco de trás e coloquei o cinto. Minha mente estava longe, Demi estava fria e isso me deixava cada vez mais sem saída.

Eu a amava com todas as minhas forças, mas eu não sei por quanto tempo aguentaria essa frieza e falta de atenção. No começo, achei que era necessário ela ter o tempo dela, mas isso já duram cinco anos. Ela mudou. Se fechou para o mundo e para nós, sua família. A única coisa pra qual ela se interessava era o maldito trabalho.

Chegamos à casa da Sthefanie e Christian estava a nossa espera. Entramos e fomos bem recebidos - como sempre. Sthefanie nos fez ficar ate a hora do almoço. Ajudei a cozinhar enquanto Chris e Isa brincavam na sala.

--- Como está a Demi?

--- Não vamos falar sobre ela, ok?

--- Brigaram? - ela me ignorou e eu revirei os olhos.

--- Acho que vou me separar. - suspirei.

Ela me encarou com os olhos arregalados, porém ficamos em silêncio.

RaptadaOnde histórias criam vida. Descubra agora