Raptada

Sua bisavó está doente.

Acordei e não vi Wilmer pelo quarto e nem Batman. Me espreguicei e levantei em seguida. Fui para o banheiro e fiz minha higiene. Ao descer Wilmer estava tomando seu café e lendo o jornal, Batman tava comendo ração.

--- Bom dia! - falei assim que entrei e ele parecia preocupado.

Ele não respondeu como sempre faz, ficou mudo e só me deu um meio sorriso.

--- Ta bravo por ontem? - falei sentando ao seu lado.

--- Não, você devia estar bem cansada.

--- Pior que sim. - me servi com um copo de suco e comi uma fruta. --- Ok, fala que porra ta acontecendo? - ele suspirou.

--- Prometa que...- o interrompi.

--- Fala logo, caralho! - já estava sem paciência.

--- Sua bisavó...- ele falou baixinho e eu o interrompi.

--- Minha bisavó o que, Wilmer? Morreu? Aí meu Deus, foi isso não foi?- chorei desesperadamente e ele tentou dizer algo, mas o interrompi. --- Céus! Quero vê-la. - me levantei e ví tudo escurecer.

Senti um cheiro forte e abri os olhos lentamente e vi um Wilmer preocupado.

--- Nena! - ele me abraçou forte. --- Graças a Deus que você acordou. - sua respiração tava agitada.

--- Minha bi- savó... - choraminguei o abraçando com todas as minhas forças.

--- Dem's, está tudo bem com ela, quase...- ele suspirou.

--- Como? - me separei do mesmo.

--- Ela estava internada e uma das suas tias estava com ela e Dianna só foi saber agora de manhã e sua avó vai passar uns dias lá.

--- Idiota! - soquei seu braço. --- QUASE ME MATOU E AOS SEUS FILHOS TAMBÉM. - berrei. --- SE NÃO NOS QUER, VÁ EMBORA.

--- Demi...- o interrompi.

--- SAÍA! - berrei e soquei seu peito algumas vezes. --- NÃO APAREÇA MAIS AQUI E MUITO MENOS LÁ NA MAMÃE. ESQUEÇA QUE EXISTIMOS.

--- DEMI...ME ESCUTE! - ele exigiu. --- VOCÊ NÃO VAI ME PROIBIR DE VER MEUS FILHOS, DE CONVIVER COM ELES, ATE PORQUE NÃO VOU TE DEIXAR NUNCA.

--- SAÍA! - levantei e fui para o closet.

--- Por que sempre dá um jeito de discutimos? -sua voz era de frustração.

--- EU? - apareci na porta, incredulamente. --- Me poupe, Wilmer! - bufei e entrei no closet novamente.

Me troquei e sem perceber estava chorando novamente. Peguei uma bolsa grande e coloquei algumas roupas e peças intimas. Saí e fui ao banheiro pegar alguns pertences.

--- Nós precisamos conversar! - ele falou seriamente.

--- Não, não precisamos. - falei duramente.

--- Agora vai ser assim? Todas as vezes que brigarmos vai me mandar embora feito um cachorro sem dono? Ou vai sair assim como se tivesse fugindo? Só pra não me dirigir a palavra ou resolvermos tudo como adultos? - ele estava bravo, e resolvi ficar calada. --- PELO JEITO VAI...- ele suspirou e saiu dali.

Terminei de pegar o que era necessário e saí do banheiro e o vi com dificuldade para colocar a gravata. Fingi não ver e logo ele jogou a gravata na cama e proferiu um palavrão. Ele estava bem irritado.