Raptada

Isa.

Ela ficou me olhando e  sua boca abria e fechava, porém, nada dizia.

- Tia, o gato comeu a sua língua? - falei, cruzando os braços.

- Oh desculpe! Eu só...- ela se calou.

- Só?

- Quer uma carona na cacunda ate lá embaixo? Vamos comer da torta que a vovó fez para você. É sua preferida de chocolate.

- Obaaaaa! Quero.

- Vamos! - ela sorriu e saiu na frente.

- Ei, e minha carona? - resmunguei.

- Ops, baixei a sua mãe. - a olhei confusa. - Ela é lerda! - ela riu e eu revirei os olhos.

- Deixa ela!

- Ok! Agora venha!

Ela virou e pulei em suas costas. Ela riu e fiz o mesmo e ela desceu, fomos a cozinha e a vovó nos serviu.

- Porra! Ta muito bom.

- MADISON.

- Ops! Eu quis dizer que esta delicioso.

- Já proibi umas mil vezes de vocês: Demi, Dallas e você não falarem palavrões nessa casa.

- Desculpe ok? As vezes sai...naturalmente.

- Pois morda a língua antes de falar.

- Credo! - eu e vovó rimos da careta que tia Madison fez.

- Você devia falar isso pra dona esculhambação Demi. Ou esqueceu que ela me ensinou a palavra v-a-d-i-a quando comecei a falar?

- O que é vadia? - elas me olharam com os olhos arregalados.

- É uma mulher da vida; que vive mais fora de casa do que na própria casa/ É uma mulher bonita. - elas falaram juntas.

- Então minha mãe é uma vadia?

- Não / Tecnicamente sim. - tia Madison riu e recebeu um puxão de orelha.

- OMG! O que eu fiz?

- O que eu fiz? - ela imitou a voz de Madison e eu ri. - Não diga besteiras a menina. E não, sua mãe não é nenhuma vadia. E tá encerrado esse assunto. Agora vão fazer algo e me deixem aqui sozinha, quero terminar logo esse almoço.

- Ta bom! - tia Madison deu de ombros. - Vem sobrinha linda!

Ela me pegou nos braços e foi saindo, mas parou na porta.

- Mas pelas descrições ditas por nós a Demi ser uma vadia.

- MADISON!

- Fui! - ela saiu rindo e eu também.

Ela sentou no sofá e me ajeitou em seu colo.

- Bom, vamos falar sério, ok? - assenti. - O que falamos sobre sua mãe é apenas uma brincadeira, ok?! E o significado real da palavra só vai saber quando tiver de maior, mas posso te dizer que não é uma coisa boa.

- Pode me dar um exemplo?

- Não, nada disso senhora espertinha.

- Ok!

- O que quer fazer?

- Dançar.

- Ótima ideia e quero dizer que você está linda.

- Você também.

- Obrigada. O que quer dançar?

- Mamãe uma vez dançou comigo uma música de monstros.

- Monstros?

- Sim, quer que eu mostre a dança?

- Quero.

Saí de seu colo e fiz o passinho e ela riu.

- Ok, eu já sei qual é. Venha!

Ela segurou minha mão e subimos ate uma sala com espelhos grandes e também havia uns tecidos.

- Pra que serve?

- Bom, eu pratico meus " exercícios" aí. Eu danço nisso aí.

- Você não tem medo?

- Não, agora não. Mas já tive!

- Pode me ensinar?

- Pode ser depois?

- Por que não agora?

- Estou cansada!

- Ok!

- Não fique chateada, esta bem? Te ensinarei com o maior prazer, mas não agora. Estou realmente cansada.

- Tudo bem!

Ela me deu um abraço e pegou seu celular do bolso do short e digitou algo e minutos depois, pois a música que eu tinha falado e começamos a dançar.

- Thriller..- repeti o cantor e tia Maddie riu.