Demi.

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Respirei fundo e fechei os olhos quando os senti ficarem marejados. Eu não queria brigas, eu não queria estragar nosso final de ano e detesto admitir, mas eu havia agido errado, eu não devia ter dado uma bofetada nele.

- Desculpe...- falei, em um sussurro.

- Onde vai?

- Ia...- o consertei. - Não vou mais, quero passar o final de ano com você e nossa filha. - falei indo ate o mesmo e sentando em seu colo. - por favor, pare de beber e passe o ano novo comigo e nossa Isa. - pedi, quase implorando. - Me perdoe, por favor? - minha voz saiu chorosa, e encostei minha testa na sua. - Só fiquei assustada.

- Tudo bem, Nena! - ele falou, baixinho e enquanto segurava o meu rosto entre as mãos.

Acariciou minhas bochechas de leve, com seus polegares e me deu um selinho. Aquele ato me fez sorrir de leve.

- Eu te amo, Nena! - ele não me permitiu dizer nada, somente me beijou intensamente.

Depois que nos separamos do beijo, saímos e Isa sorriu ao nos ver. Demos um beijo em sua bochecha e ela riu.

- Você bebeu? - ela perguntou, meio tristinha.

Wilmer ficou tenso e sei que aquilo era como uma facada em seu peito, ele odiava deixar isa triste.

- Um pouco anjo, mas ele promete que não irá mais fazer isso, não é Wilmer?

- Eu prometo!

- Agora já para o banho.

- Parece a vovó Dianna. - eles riram e eu revirei os olhos.

- Vou te mostrar quem é Dianna. - fiz cócegas na mesma e só parei quando ela já estava vermelhinha.

- Aff! - rimos.

- Não fica assim, princesa. - pedi e encostei meu nariz com o seu.

- Te amo!

- Também te amamos! - a abracei e Wilmer nos abraçou.

- Isa o que acha de ficarmos aqui e fazer o que você quiser?

- Mas eu queria ir lá pra vovó.

- Eu sei, mas eu pensei em termos esse momento em família, só nós três. Não quero te dividir com ninguém. - fiz bico e ela sorriu.

- Nem com o papai?

- Vou pensar...- dei de ombros, ao nos separamos do abraço. - Será que ele merece?

- Não sei...- ela fingiu pensar e segurei o riso.

- Quer dizer que é assim? - ele fingiu está magoado. - Ninguém me quer?!

- Não seja um bobo, papai. - ela gargalhou. - Nós te amamos, não é mamãe? - assenti e ele me deu um selinho e logo deu um beijo no topo da cabeça de Isa.

- Vou tomar banho e já volto.

Assentimos e ele subiu. Peguei o telefone e pedi comida Mexicana, sanduíches, pizza, sobremesas e salgados. Quebraríamos algumas regras esse ano, o que importava era estarmos juntos e felizes.

O sorriso que Isa me dada era impagável.

Ficamos assistindo TV enquanto nossos pedidos não chegavam. Isa repetia as falas do desenho da Tinker e eu sorria, era fofo vê-la assim. Longos minutos haviam passado e pedi que Isa pegasse meu celular na cabeceira da minha cama e trouxesse para mim, e assim ela o fez. Revirei os olhos ao lembrar que tinha que pegar o dinheiro para pagar os pedidos e a entrega. Subi e fui meu quarto e Isa estava conversando com Wilmer.

- Atrapalho?

- Não, chegou em uma boa hora. - Wilmer falou, sorrindo. - Pode fazer a pergunta a sua mãe, Isa?

Franzi o cenho e logo encarei Isabella, e ela sorriu e logo soltou a bomba.

- mamãe quando vou ganhar um irmãozinho?

Fiquei tonta de repente, e logo minha vista escurecer e eu apagar. Acordei e já estava na cama e Wilmer e Isa ao meu lado, Isa me abraçou choramingando.

- Eu preciso ficar sozinha.

- Demi...não faça isso. - ele pediu, baixinho.

- Me deixem, por favor!

Ele suspirou e pegou Isa no braço - mesmo contra a sua vontade. Isa já chorava, meu peito se apertou ao vê-la assim, mas agora eu estava péssima. A única coisa da qual martelava em minha cabeça era a memória de Brícia.

Mais uma vez eu havia estragado tudo. Eu havia falhado novamente. Eu não conseguia dormir, eu precisava de algum remédio. Dormir de preferência para sempre.

Levantei e fui ao banheiro, procurei pelo meu remédio e o achei, mas não tinha nada.

- Droga! - choraminguei.

Joguei o frasco no lixo e voltei ao quarto e deitei, me cobrindo com o edredom. Longos minutos se passaram e escutei passos ecoarem, fechei os olhos e fingi dormir.

Ouvi muito movimento e minha curiosidade não me deixou ficar quieta. Abri os olhos e vi Wilmer com uma mala e me assustei.

- O que...

- Ficar longe de você! - ele não me encarou. - Não é assim que você quer?

RaptadaOnde histórias criam vida. Descubra agora