Capítulo 25

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17 de fevereiro de 2010...
Stephen.

- Eu não tenho intensão nenhuma de tirar a merda do dinheiro da sua família com isso, Stephen! - Rita estava estressada caminhando de um lado para o outro em meu quarto perturbando minha paciência. Inferno, eu devia acreditar nela pois a amo, mas não consigo, como ela conseguiu esquecer de tomar todos esses remédios e engravidar? Eu mal fiz dezoito anos, não sei nada ainda da vida e já vou ter que assumir um filho.

Rita era minha namorada a mais de um ano, eu a amo mais que a mim mesmo, ela é a mulher da minha vida. Eu não consigo imaginar minha vida sem ela, seria algo como me deixar morrendo todos os dias aos poucos.

Desde quando descobri que ela está grávida vem tudo sendo difícil. Mesmo que eu a ame e queira esse filho, eu sei que vai atrapalhar algumas coisas na minha vida. Aceitei tudo, e estou apoiando tudo o máximo que posso, a amo e amo meu filho mais que tudo também. Pra minha família foi difícil no começo, mas agora que ela está com três meses eles já aceitaram.

Com essa gravidez nosso relacionamento ficou mais forte, eu me sinto muito protetor. Acho que nesse aspecto puxei meu pai, ele sempre foi muito bom e protetor com mamãe, e a apoia em tudo que ela faz. Agora estou pronto pra seguir os passos dele e fazer isso.

- Rita, da pra ficar calma? - Cheguei perto da minha pequena garota loira dos olhos verdes e perdidos. Ela estava mais corpuda agora com gravidez, mas não estava muito mudado de quando não estava. Ela ainda não me deixou ir ao médico com ela, disse que precisa ir sozinha e que me fazer uma surpresa. E agora, eu não sei, ando meio confuso, pois escutei ontem sua irmã Irina falando que ela precisava tirar mais dinheiro de mim.

Nunca gostei de Irina, ela sempre foi gananciosa, e sempre desejou viver na boa vida, já que a família dela e Rita não era rica como a minha. Mas eu amo Rita e estou disposto a dar a vida que ela merece, eu assumo o comando da empresa apenas para que ela sinta orgulho do pai de seu filho, eu farei isso.

Eu sei que Rita não seria capaz de tirar meu dinheiro por pura ganância, ela não é como a irmã, mas eu fiquei desconfiado sim, não minto, mas vendo como ela ficou revoltada e triste com isso agora, percebo que me enganei muito. Minha garota nunca iria fazer isso comigo, nós iremos casar e seremos uma família, eu darei tudo que ela precisar.

- Não quero que você desconfie de mim, Stephen! - Murmurou finalmente me olhando e veio até mim. Ela estava com uma expressão sombria, mas eu via o medo em seus olhos, eu sei que ela não seria capaz de fazer nada disso, mas eu não tenho outra explicação pra desconfiança que estou sentindo. - Céus! Já estamos juntos a mais de um ano, ainda estamos jovens, eu iria mentir por que? Não quero seu dinheiro, quero ficar com você, pra sempre. - Eu também quero ficar com Rita, ela é a mulher que sempre quis pra mim.

Desde quando tinha 14 anos as meninas costumavam se jogar pra cima de mim feito vadias e eu não entendia o porque daquilo, já que eu era tão frio como uma rocha. Na verdade fui assim até conhecer Rita, ela me fez descobrir o sentido da vida, me fez entender que tudo que vem do amor é importante, me fazia rir com cada gesto mínimo que ela fazia, ela era perfeita. Eu tenho que parar com essa desconfiança, antes que ela fique mais estressada.

- Eu sei, é que não gosto de Irina, você sabe que ela não presta, eu sei que ela é sua irmã, mas você sabe. - Murmurei me aproximando dela e a abracei. Ela não retribuiu e se afastou. Droga! Como eu queria ser mais forte nesse momento e obriga-lá a ficar perto de mim. Mas eu sou um fracote.

- Não fale de Irina! - Gritou. - Ela sabe o que é melhor pra mim, ela sempre me ajudou em tudo.

- Ajudou? - Cuspi as palavras irritado. - Ela faz sua cabeça, você faz o que ela quer, mesmo que isso afete você, ou até a mim mesmo.

- Cale-se, você acha que ela ou eu seria capaz de alguma coisa? - Disse com os olhos marejados. - Você acha? - Pegou no braço e eu não virei para encara-lá. - Acha, porra? - Gritou me puxando pra que eu pudesse responder sua pergunta. A encarei por um longo tempo e parei pra pensar porém nada veio a minha mente. Só a vontade de acabar com essa briga idiota.

- Não... Eu não acho. - Respondi cansado e ela concordou, pegou sua bolsa e saiu da sala em direção a porta. Corri atrás dela até o portão e vi que ela iria embora tarde da noite sozinha. Não posso deixá-la, seria um perigo. - Eu levo você, ao menos isso. - Falei segurando sua mão e ela me olhou e então apenas concordou.

A levei até a garagem e liguei o carro. Abri a porta e ela entrou deixando a bolsa no lado do banco e colocou seu telefone em cima do guardador do carro. Dei partida e então sai de casa. A viagem até sua casa era um pouco longa, exatamente uma hora, e hoje talvez duraria mais, já que é noite e está uma baita chuva na estrada. Seguimos em silêncio até um certo ponto e eu resolvi acabar isso.

- Quando será sua próxima consulta? - Perguntei sem a olhar e depois de algum silêncio ela finalmente murmurou.

- No próximo mês.

- Quero ir com você, acho que já passou da hora do pai do bebê acompanhar essas coisas de médico. - Falei sendo sincero. Eu quero saber como é tudo isso, ela já está com quase quatro meses e até agora não compareci a nenhuma consulta pois ela não deixa. Eu quero saber porque sua barriga não está tão grande ainda, quero saber sobre meu filho, mas ela insiste em levar apenas a maldita da irmã. Isso tem que acabar.

- Ir comigo? - Gaguejou se mexendo no banco. - Eu já coloquei Irina como minha acompanhante Stephen, no outro mês você vai. - Falou olhando pra janela e estranhei seu modo de falar, ela parecia pensar na resposta.

- Pelo amor de Deus! - Bati no volante de maneira cansada. - Desde quando precisa colocar o acompanhante pra marcar a consulta? Eu sou o pai da criança e vou sim! Estou cansado disso.

- NÃO! - Ela gritou irritada. Olhei pra ela sem entender nada e ela estava me olhando. Esses hormônios da gravidez estão deixando ela irritada. Isso está me irritando também. - Eu vou com Irina e acabou Stephen!

Por que ela evita tanto que eu vá a essa merda de consulta!? Eu sou o pai dessa criança, sendo nós dois jovens ou não. Ela não pode me proibir a isso, soa como se ela tivesse tentando me enganar.

- Rita, eu sou o pai! Pare com isso, por quê você evita tanto que eu vá? - Questionei irritado. Ela agarrou meu rosto e me fez a olhar. Foi rápido, ela estava especulando coisas em minha cabeça e eu tentei voltar meus olhos a estrada mas ela não deixou, ela não deixava eu olhar a estrada. Eu estava vendo apenas seus olhos, seus olhos raivosos era tudo que eu via. E isso foi tudo que eu vi antes de perder todos os sentidos de mim mesmo. Ela era a única coisa que eu via, eu fui a última coisa que ela viu.

Quando acordei sozinho na cama daquele hospital e me vi ligado a máquinas, não senti dor física nenhuma, pois eu soube no meu primeiro piscar de olhos que eu havia matado minha mulher e meu filho, eu os matei, e vou me condenar por isso pra sempre. Eu matei meu filho. Eu simplesmente matei meu filho, e nesse momento, eu morri com eles. Eu nunca mais vou ser o mesmo, eu sempre serei amaldiçoado, pois eu matei, matei meu filho e minha mulher.

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Capítulo curtinho, mas ele tem uma visão de tudo que aconteceu a muito tempo atrás com Stephen. Eaí, o que acharam de tudo? De Rita, de tudo que aconteceu. Ele tem culpa?
Votem e comentem! Beijos!

Cretina PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora