Capítulo 1

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- Dona Luana, reunião daqui 10 minutos. - Diz Sabrina minha secretaria me tirando dos meus malditos devaneios.

- Claro. - Digo tirando os olhos da vista da cidade e me voltando a ela. - Vou me organizar e já te chamo.

- Tudo bem, com sua licença. - Diz se retirando e fecha a porta.

Oras! Até quando esse maldito vai invadir meus pensamentos assim do nada? Ele não tem esse direito se é isso que ele deseja. Será tão difícil assim eliminar essa peste dos meus pensamentos e me deixar trabalhar e viver um pouco em paz?
Eu sei que isso é um sinal da vida para que eu me vingue de tudo que ele me fez... Mas bom ele não fez nada que eu já esperasse, mas foda-se, ele que nunca mais se aproxime de mim e suma de vez da minha vida. Vai ser meio difícil, afinal, somos padrinhos do bebê de Fernanda. Na verdade tudo isso é culpa dela, maldita hora que fui pra Nova York e conheci ele... Maldito, Stephen, eu sou mulher e quando vi aquele pedaço de mal caminho lógico que fiquei impressionada, mas falando o linguajar normal, claro que fiquei excitada sim! Eu sou humana e que humano iria resistir a quase um metro e noventa de pura testosterona, todo tatuado e cheio de piercings com uma tremenda cara de mal. A carne é fraca, admito.

Estava tudo indo bem, nossa "amizade" ia bem e eu até fiquei triste pois eu voltei pro Brasil e não consegui ficar com ele. Tudo bem, Fernanda me avisou... Até que o casamento dela chegou e com isso ele veio pro Brasil já que seríamos padrinhos juntos, até ai tudo bem, tudo ótimo, porém na noite da festa eu dei pra ele, no apartamento de Alex em que ele estava hospedado, não acredito que fui cair nessa. Foi incrível, maravilhoso, minha melhor noite, mas tudo acabou de manhã quando ele sumiu sem deixar nenhuma explicação, mas nenhuma mesmo.

Tudo bem, eu tenho 28 anos e devia entender como a vida funciona, mas ele pegou pesado, ele é maluco, esconde algo que ninguém me diz e nem sabe, mas olha, digo uma pequena verdade pra vocês... Nem que eu vá pro inferno mas descubro tudo que ele esconde... Esse... Esse vagabundo! E agora ele está de chegada aqui, pra acompanhar o fim da gravidez da Fê, e quem se fode sou eu. Mas eu não vou cair na dele, nunca mais nos falamos depois do ocorrido e ninguém faz ideia do que aconteceu, por isso não posso deixar transparecer nada na frente de ninguém. Vai ser um desafio conviver com ele no Brasil, mas sou uma mulher forte, gostosa e decidida que não vai se abalar com nada disso.

- Dona Luana, 3 minutos. - Escuto a voz de Sabrina no interfone. -Maldição! - murmuro pegando alguns papéis e saindo pra maldita reunião que nem me lembro do que se trata.

- Mas que droga, a dona da empresa sou eu, posso me atrasar, não precisa ficar me chamando. - Reclamo alisando meu vestido preto que vai até os joelhos e é fechado até o pescoço, porém tem um decote grande nas costas e é todo colado ao corpo.

- Boa tarde senhores! - Entro na sala arrancando olhares de todos os sócios e me sento no meu lugar na ponta da mesa. - Espero que esse olhares direcionados a minha pessoa, sejam uma espera pra que eu escolha quem vai começar a falar sobre os novos projetos. - Sorrio ironicamente. - Caso contrário, podem sair, mas é da sociedade mesmo. - Completo e logo alguns começam a falar sobre as novas propostas de obras que surgiram e projetos ambientais, e outros do governo também. Não me levem a mal mas apesar de cuidar da parte financeira dessa empresa eu sempre prezei por outros aspectos e uma obra em conjunto com o governo pra projetos como olimpíadas nunca foi meu foco e é justamente disso que a maioria dos sócios mais falam. Após aprovar alguns projetos finalmente me levanto pra dar o conceito final da reunião. Afasto a franja do rosto e finalmente começo a falar. - Eu realmente fico impressionada com vocês, meus nobres. - Sorrio. - Vocês são burros? Ou surdos? - Vejo o olhar assustado de todos. - Eu já cansei de falar em todas as reuniões aqui e Fernanda também. Não há a mínima chance da empresa abrir projetos com o governo pra obras de esporte. Eu não sei o que se passa na cabeça de vocês que pensam que posso deixar passar uma dessas na reunião. Sinto-lhes informar que isso não vai acontecer. Cortem definitivamente essas idéias da cabeça, eu não vou avisar mais uma vez. Tenham uma boa tarde. - Me levanto e saio deixando todos de boca aberta.

Cretina PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora