Capítulo 34

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- Ai mãe, pode ir lá, eu estou bem. - Resmungo com o sol escaldante em meu rosto. - Ah que delícia. - Falo mais pra mim mesma do que pra alguém possa me escutar.

- Esse sol pode não fazer bem pro bebê, Luana! - Exclamou com as mãos na cintura na minha frente. Dei de ombros e continuei deitada em minha espreguiçadeira. - Mas tudo bem, vou ver algumas coisas lá perto do portão de entrada da Fazenda, logo estou de volta. Balanço a cabeça em sinal que entendi e ela então vai andando com seu vestido florido e sua rasteirinha, compondo tudo á um enorme chapéu em sua cabeça. Meu pai? Eu não sei, disse que voltaria até o almoço. Estamos esperando.

Já tem dois dias que cheguei aqui em Minas, trabalhei apenas uma semana e vim pra cá, resolvi descansar de uma vez por todas e me afastei um pouco da empresa. Tudo que aconteceu com a Celine aparecendo la em casa piorou, eu senti vontade de ir atrás de Stephen, pedir que ele ficasse comigo, senti vontade de morrer, tudo que vocês possam imaginar. A melhor saída foi pegar um jatinho e vir pra cá. Meus pais ficaram surpresos demais com minha chegada, mas aliviados também já que queriam saber tudo que aconteceu, me dar várias broncas e por fim me fazer prometer que não iria me envolver com Stephen novamente, meu pai o chama de cretino, eu não sei se Rio ou choro, pois na primeira oportunidade que tiver eu volto com Stephen e vou com ele para onde for, mesmo que cada dia que passe eu acho que ele nunca vai voltar, mas tudo bem, eu sei que vou sobreviver.

Eu devia entender que eu não iria conseguir fazer Stephen se tornar uma pessoa normal e sem nenhum demônio atrás de si mesmo, mas infelizmente eu não consegui. Eu fiquei decepcionada comigo mesma, pois eu lutei tanto por isso, dei tudo de mim e ainda por cima fracassei e me portei como uma hipócrita na frente da sua irmã quando ela veio de tão longe buscar minha ajuda. Mas eu iria fazer o que? Largar tudo de novo, sem estar totalmente recuperada pra ir atrás de uma incerteza? Eu não podia, por mais que me doesse ter dito não a ela, mas foi necessário, eu precisava fugir de tudo, e só sua família pode ter traze-lo de volta a vida, eu já percebi que eu tentei e não deu certo.

- Meu bem, você me dá água na boca...- Cantarolo enquanto pego meu protetor para passar de novo em meu rosto. O Sol tá de matar, quem ousar sair por ai a pé pode até morrer. Não chutaria menos que trinta graus hoje, tá demais.

Fechei os olhos e enfiei meus fones no ouvido e comecei ouvir Adele enquanto pegava uma cor. Espero que dê certo pois eu sempre fico igual o Patrick Estrela, toda vermelha.

Enquanto eu sentia o sol escaldar em mim eu passei a mão em minha barriga. Bem está começando a ficar sei lá, mais alta. Não que fosse algo percepitivel, graças a Deus, pois não quero ter que mudar minhas roupas ainda, mas eu sinto isso e meus seios pequenos estão começando a ficar inflados também, isso é até ótimo. Doutor Eduardo como meu bom médico e amigo vai gastar seu precioso tempo acompanhando minha gravidez, ele me ama, eu sei. Fui começar o pré Natal de vez um dia antes de vir pra cá e ele disse que já estou até bem, mas não posso fazer esforços ainda.

Enquanto eu estava deitada de olhos fechados escutei meu pai se aproximar conversando visivelmente estressado com um empregado.

- Eu não acredito que aquele impuro apareceu aqui depois do que eu soube! - Exclamou meio baixo mas mesmo assim eu ouvi e consegui puxar um fone do ouvido sem ser percebida e voltei minha atenção pra ele.

- Pois é, eu sabia que ele não era flor que se cheire, dona Eva mandou ele embora e disse que vai agir como se nada tivesse acontecido. - O empregado respondeu calmo.

Cretina PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora