Capítulo 28

5.6K 494 42
                                    

Stephen.

Seria normal sentir como se seu cérebro tivesse sido arrancado do corpo após acordar de um sono que você nem se lembra de ter dormido?

Minha nuca dói como nunca havia doido, mas mesmo assim consigo me lembrar de tudo que aconteceu, eu matei Irina, puta que pariu!

- Porra! - Me levantei rapidamente da cama e vi que estava em meu quarto sozinho. Olhei lá fora e estava anoitecendo. Eu não consigo lembrar do que aconteceu quando eu apertava o pescoço dela. Eu não consigo, eu estava cego.

A única coisa que me lembro foi de como tudo aconteceu, Luana fez o que ela prometeu que não faria, ela me deixou, parece que tiraram meu coração e não me resta mais nada. Ela é meu tudo, meu mundo estava girando e ainda gira em torno dela, tudo que eu estava fazendo era por conta dela, ela me fez me sentir um homem decente denovo, eu estava me reerguendo, mas agora tudo que eu estava conquistando voltou ao zero, não vale mais porra nenhuma, eu não sou mais nada sem ela.

Eu simplesmente não posso correr atrás dela e tentar reconquista-la assim, eu sou o culpado por tudo que aconteceu, por mais que Irina seja uma maldita, ela contou o que fiz, eu sou um assassino, ela não vai me perdoar, não adianta o que eu faça. Me lamento todos os dias por não poder ter contado a ela, mas eu tinha tanto medo, eu sabia que ela iria me julgar assim como eu faço comigo mesmo a anos e anos, ela iria fugir, ela não tem sangue de barata, eu conheço minha ruiva. Mas eu vou fazer alguma coisa, eu vou ao menos contar como tudo realmente aconteceu, porque sei que Irina deve ter aumentado toda história de uma maneira inimaginável.

Com esforço sai da cama e molhei o rosto no banheiro rapidamente. Sai do quarto e desci as escadas devagar. Na sala estavam meu pai, minha mãe e Matt sentados. Assim que me viu minha mãe se levantou e veio até mim me abraçando.

- Achei que você não ia acordar nunca mais, não devia ter mandado o segurança lhe acertar. - Me afasto dela sem entender e franzo o cenho.

- Acordar nunca mais? Segurança me acertar? Me explica issso, mãe. - Ela veio atrás de mim sorrindo e segurou minha mão me levando até o sofá. Eu não estava entendendo porra nenhuma do que estava acontecendo e também estava tão aéreo que não conseguia prestar atenção em nada nem me esforçar pra lembrar de tudo, minha cabeça só repetia que eu devia ir atrás de Luana o mais rápido possível, mas eu não sei se devo fazer isso agora, tudo esta difícil demais, eu não quero magoa-la mais ainda, mas eu preciso me explicar, eu preciso contar a minha versão de tudo isso mesmo que não vá adiantar de nada, pois eu sei que não vai, mas eu preciso contar a ela, dizer o quanto me arrependi de tudo que fiz, de não ter contado a verdade e implorar pra que ela me perdoe, pois eu posso viver sem ela, eu até consigo, mas não posso viver sem seu perdão, eu preferia a morte do que isso.

- Oh meu filho, você dormiu por quase um dia inteiro. - Meu pai falou tocando em meu ombro e eu abri a boca espantado. O que diabos aconteceu? Que porra eu fiz?

- Stephen, você atacou Irina. - Minha mãe disse de uma vez. - Logo durante a festa, você a pegou pelo pescoço e não soltava, você ia matar ela, a única saída foi te acertar na cabeça, você desmaiou e ficou assim por um dia todo.

- Um dia todo? - Respondi me levantando e eles ficaram me encarando. Matt não falava nada, apenas me olhava desolado, ele devia saber sobre tudo que aconteceu. Foda-se essa minhoca, eu não quero sua pena sobre mim. Falando nisso, onde está Celine? Deve estar feliz aquela pestinha, tanto fez para que eu contasse a verdade pra Luana que agora viu que ela sabe de tudo e está achando que isso foi a melhor coisa a ser feita. Ninguém merece, cada dia mais sou cercado por pessoas que tem apenas pena de mim e acham que eu me julgo por algo que não aconteceu. Isso é culpa de Celine que insiste em falar que eu fui enganado por Rita e não tenho nenhuma culpa sobre aquela porra de acidente. Tudo bem que tecnicamente, Rita não me deixou enxergar a estrada no meio da discussão e isso acabou causando tudo que causou, esse foi um dos motivos pelo qual na justiça eu não fui condenado nem nada do tipo, foi tudo qualificado como um acidente, mas eu, dentro de mim nunca vou me perdoar, pois fui eu que duvidei dela durante a gravidez, eu fui culpado.

Cretina PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora