Cretina Paixão

Capítulo 26 - ATUALIZADO

Stephen.

Onde estava ela?

Eu sei que meu pai me tirou de perto de Luana a longos minutos, mas não foi suficiente pra ela desaparecer do meu campo de vista assim. Já olhei em todo jardim, já perguntei a minha mãe e nada, ela não apareceu até agora e eu estou ficando puto da vida.

Hoje ela estava tão linda e estonteante naquele vestido, na verdade era difícil ter um dia que ela não estava assim. Desde o dia em que coloquei os olhos nela naquela conferência entre ela e Fernanda eu soube que ela iria fazer da minha vida um inferno, que eu seria louco até perder o sentidos por ela, e que isso iria causar em mim coisas que eu não queria sentir desde quando me tornei um monstro, desde que fiz tudo que fiz.

Mesmo resistindo, por incrível que pareça, eu entreguei parte de mim a Luana, eu fui levado por tudo que ela precisava, eu sentia que ela precisava daquilo, precisava que eu me esforçasse por ela, e isso eu fiz, eu me esforcei e estou me esforçando todos os dias para que eu possa ser alguém melhor pra ela, para que eu seja alguém melhor até pra mim mesmo. Com ela eu aprendi o que é sentir paixão por alguém, ter medo de perder alguém, e valorizar a companhia de alguém, querer ela sempre ao seu lado, e ter o maior medo do mundo de perde-lá. Coisas que eu não sentia a tanto tempo. Porém eu não posso ama-la, eu nem sei mais o que é isso, e eu não mereço seu amor, ela não pode me amar, ela não amaria um monstro como eu, eu sei que ninguém faria isso.

Desde quando eu a pedi em namoro eu vi que ela mudou, ficou mais feliz e confiante em relação a nós dois, e percebi que ela gostava de verdade de mim, eu percebi, mas isso não é o suficiente pra que eu a conte sobre tudo que aconteceu, ela iria fujir de mim ou sentir pena, e não é isso que quero dela, eu matei meu próprio filho.

Eu sempre tive medo de engravidar qualquer pessoa após isso, eu não quero ser um monstro novamente e sei que ter um filho iria me fazer rejeita-lo por tudo que já aconteceu, no que meu filho iria se espelhar? Em uma pessoa que já teve a chance de ter uma família e destruiu tudo isso? Não é isso que quero pra mim.

Caminhei desnorteado na festa toda a procura de Luana e nada, eu já estava ficando preocupado, será que ela havia encontrado com Irina por ai?
Não, acho que ela não seria louca a dar papo pra Irina, não pode ser.

- Steeep!! - Escutei a voz cansada de Celine atrás de mim e me virei pra encara-lá. Estávamos na ponta da escada e ela parecia ter voltado de la de cima.

- Diga. - Falei com pressa e cruzei os braços esperando que minha irmã falasse. Nosso relacionamento não era o mesmo de anos atrás. Desde quando tudo aconteceu, quando ela tinha apenas 13 anos, ela tinha idéias estranhas sobre tudo que aconteceu, vivia falando que sabia que eu não era o culpado e que sabia a verdade, tudo isso me fez brigar com ela e me afastar mais ainda de todos. Eu sei o que fiz e não preciso de ninguém inventando coisas pra que tudo isso seja aliviado. Quando ela completou dezoito e precisou morar na França eu já estava lá e ofereci que ela ficasse comigo, mas não foi a mesma coisa e logo tudo que aconteceu afastou nós dois. Eu estava me esforçando agora por conta de Luana e iria tentar ser alguém melhor pra Celine também, mas isso só aconteceria se ela paresse com as idéias loucas sobre o passado que ela insiste em estar certa.

- Luana mudou de quarto? - Perguntou me encarando e franzi o cenho sem entender. - Eu fui procurá-la e quando cheguei em seu quarto as malas dela haviam sumido, me desculpe mas eu sou curiosa e olhei ao redor, você sabe, seus sapatos, tudo Stephen! Não à nada dela lá, nada! - Não esperei ela terminar tudo e a tirei de minha frente subindo a escada com o coração na mão e o mais rápido que pude. Celine tinha que estar errada, Luana não iria sumir assim, ela prometeu, ela prometeu que nunca iria me deixar. Senti os passos rápidos de Celine atrás de mim e logo que entrei em meu quarto percebi que dela ali, restava apenas o seu perfume afrodisíaco. Tentei procurar resquícios de que aquilo se passava apenas de um engano, porém no quarto de visitas não havia nada, nenhum sinal dela.