Capítulo 31

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- NÃO! - Foi a única coisa que gritei quando senti algo tão forte e ruim em meu peito que parecia ter sido o tiro da arma mais poderosa. Uma dor me atingiu de uma maneira inexplicável.

Sinto como se tivessem arrancado meu coração de mim e eu só fosse capaz de sentir dor, dor, e mais dor.

Por que eu fui sair da casa dela daquela maneira? Eu novamente não consegui me controlar e deixei a culpa que sinto por toda aquela merda me afetar. Agora vejo que isso não afetou só a mim novamente, afetou a mulher que quero comigo pra toda vida.

Quando eu contei tudo a ela eu vi seus olhos escorrerem por tantas vezes e mesmo assim ela continuou ali, firme e forte me ouvindo, mesmo após eu não ter aparecido, quando voltei cheguei bêbado e só fiz merda merda e mesmo assim puta de raiva ela me ouviu. Como eu pude ser tão idiota a ponto de não parar e pensar em tudo que ela falou, foi algo tão simples, ela disse que me amava. Eu simplesmente ignorei tudo aquilo e fugi. Eu fugi da mulher que me ama. A única mulher que teve coragem de dizer que me ama e me acolher em todo esse tempo, e eu fugi. Eu fugi como um tolo e as consequências disso me fazem querer dar a vida por ela, eu dou minha vida por ela. Isso tudo aconteceu porque eu a deixei, eu pedi tanto pra ela não me deixar, mas no fim quem a deixou fui eu.

- Ela está começando sangrar pela região vaginal, você sabe se ela tem algum problema? Gravidez ou algo do tipo? - O médico da ambulância me tirou dos meus devaneios. Sequei as lágrimas que saíam dos meus olhos de maneira descontrolada e voltei minha atenção a ele. Foi tudo tão rápido. Assim que o carro a acertou de maneira forte, ela foi ao chão na desmaiada e bateu a cabeça. Eu sabia que o motorista não tinha culpa, mas eu não pensei em nada. Eu cai em seu lado, desesperado, e quando percebi, menos de 3 minutos depois já estávamos dentro de uma ambulância.

Eu estava ficando agoniado em vê-la ali desmaiada, seu rosto estava adormecido, parecia que ela dormia, porém sua cabeça sangrava nas têmporas, e outras partes de seu corpo também. Sua camisola branca que era um pouco curta estava começando a ficar suja de sangue e isso era estranho, isso me deixava mais aflito.

- Não, ela não está grávida. - Respondi convicto e ele maneou a cabeça antes de voltar a atenção a ela. Estranhei seu olhar porém levei minha mão a testa dela e plantei um beijo molhado ali. Desejando mais que tudo que minha mulher ficasse bem, ela precisava ficar bem.

Dois minutos após nós já estávamos no hospital. Era o melhor e mais próximo de nós. Tenho sorte por ela morar perto de um centro tão especializado.

Tiraram ela dá ambulância, e seguiram rápido até a ala do hospital. Eu segui atrás desesperado, mas assim que chegamos em uma etapa eles me impediram.

- O que? - Perguntei indignado.

- Senhor, ela vai pra ala médica e vamos fazer o possível pra que tudo fique bem, porém você não pode passar, aguarde. - A medica de voz calma não esperou que eu amenos respondesse e mandou seus enfermeiros seguirem com Luana até uma porta larga. Nesse momento eu não tive mais visão de nada ali dentro.

Passei as mãos no cabelo desesperado e vi que várias pessoas me obsevavam curiosas. Algumas meninas novas comentam coisas como cochichos sobre mim. Não me importei. Fui até o balcão e ordenei que a cada 15 minutos alguém fosse olhar o estado da minha Luana. Passei todos os nossos dados de maneira rápida e me sentei esperando.

Eu não consigo me imaginar sem Luana. Eu sei que ela não vai morrer, mas eu sinto que algo maior está em risco, como se algo mais pudesse morrer também. Mas eu não conseguia saber o que era. Eu não vou avisar a ninguém ainda sobre isso, eu só quero falar com ela e ter certeza que está tudo bem, poxa, eu não sei, mas eu sinto como se minha vida dependesse dela, me sinto vivo ao lado dela, eu não sei, mas será que estou amando?

Cretina PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora