NOTA DA AUTORA: O maior cap até agora com 13.800 palavras. Pensei em fazer duas partes (como fiz com os outros que ficaram muito grandes também, até maior do que este), mas no fim resolvi compensar minha demora com uma capítulo maior. Estou perdoada?
Encaro a fachada nenhum um pouco convidativa da casa que chamo de lar desde que eu era apenas um recém nascido. Apesar de ser uma casa decente, em um bairro decente, a falta de cuidado é explícita nas paredes gastas e no design antiquado. É bem limpinho e organizado, mas nada disso é capaz de afastar a imagem arcaica da casa de dois andares.
Apesar de tudo, não consigo pensar em um lugar melhor para chamar de meu. Mesmo que em alguns momentos se torne a minha prisão pessoal, ainda sim é confortável e quentinho como um lar deveria ser. Só de olhar para a grama mal aparada, a varanda pintada de branca, as janelas duplamente reforçadas e a árvore alta e firme do lado esquerdo, sinto meu corpo relaxar um pouquinho. Só um pouquinho.
Foi uma boa decisão não ter passado mais uma noite na casa dos Wholiston. Apesar de luxuoso, a cobertura parou de recordar um lar há muitos anos atrás.
O carro de Elena estaciona atrás do de Justin, com ela saindo do banco de passageiro e Nathan do de motorista.
— Não acha que eles demoraram demais para quem só foi levar uma marmita? — Justin alfineta, brincando com o anel em meu dedo e olhando os nossos amigos pelo retrovisor.
Viro o rosto apenas o suficiente para assisti-los pelo retrovisor também, tirando a atenção da casa. Depois do almoço, Nathan e Elena resolveram levar algumas das inúmeras opções de sobremesas para a mãe do moreno, que não está se sentindo bem ultimamente.
— Nah, a casa de Nathan é longe. Elena precisaria de muito mais tempo do que isso.
Justin gargalha baixinho e assume uma feição inocente à medida que o casal se aproxima do carro. Nós descemos e eu sorrio para eles, tentando não demonstrar como estou nervosa por todos estarem aqui. Sinceramente? Eu preferia estar sozinha. Queria voltar para casa sozinha e lidar com toda essa merda sozinha também. Apesar do espaço que estou recebendo para pensar e assimilar, ainda parece muito pouco. Ainda não parece o suficiente.
É um conflito irritante, mas não há nada que eu possa fazer sobre isso no momento. Abro a porta da frente e entro, nenhum pouco surpresa com o breu na sala de estar/cozinha. Ainda no escuro, deixo as chaves na mesinha de centro e atravesso até alcançar a janela, destrancando e escancarado, observando o quintal em busca de algo incomum.
Nada. Tudo está exatamente como deixei. Inclusive as três xícaras de chá quase intocadas. Os biscoitos estão sendo devorados por formigas e a posição das louças indicam o quão distantes estávamos um do outro. Tudo está igual, exceto por um pedaço de papel branco quase caindo da mesinha.
Sem perder tempo, dou a volta no balcão e o alcanço. Elena se assusta com a minha movimentação repentina, mas é o comportamento de Justin que me chama mais atenção. Ele para atrás de mim, lendo o bilhete por cima do meu ombro, nenhum pouco impressionado com o conteúdo .
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Let Me Love You [JB]
FanfictionLivro 1 da série LOVE AND SECRETS LET ME LOVE YOU Aos poucos, as pessoas pararam de me ver como a garotinha assustada que perdeu a mãe de uma forma trágica e foi abandonada pelo pai para viver sozinha nesse mundo cruel. Aos poucos, as pessoas come...