Let Me Love You [JB]

41. Party, games and lies

Sexta-feira

8 DE DEZEMBRO, 2017

O mesmo carro preto com vidros isolados por um adesivo fumê estacionou em frente a casa dos meus vizinhos. Em frente a casa de Eleonora e Sam, para ser mais específica. Confiro mais uma vez e, de fato, a placa do SUV é igual.

O que o carro que estava me seguindo está fazendo de frente a casa dos meus vizinhos?

Horas depois essa pergunta ainda sonda minha mente, alertando de que algo está errado.

Ainda não tenho certeza de que o carro realmente estava me perseguindo, porém, levando em consideração de que não é a primeira vez que um carro desse padrão acompanha meus passos de perto, posso dizer que isso passou de ser uma paranóia e se tornou uma desconfiança concreta.

Quando cheguei da escola, corri para janela com esperança de visualizar o motorista do carro misterioso ou alguma interação entre ele e os meus vizinhos que comprovasse que ele não estacionou ali por coincidência. Infelizmente, quando alcancei a janela o carro não estava mais em meu campo de visão.

Depois disso, uma mensagem de Oliver me distraiu e mantive o assunto longe da minha mente até este momento, quando vejo pela janela Eleonora e o marido chegando em casa.

— Você acha que é uma boa ideia? — Justin pergunta atrás de mim, me fazendo voltar os olhos para ele.

Ele está pronto para ir ao segundo jogo de basquete desta semana. O conjunto preto de moletom e a bolsa esquecida do lado da porta do meu quarto combinam com a sua pose relaxada. A temporada começou com tudo, o jogo de hoje promete ser árduo por ser contra um time forte e o loiro parece mais preocupado comigo do que com a honra do time.

Ele está um pouco atrasado e através de mensagens, o treinador prometeu lhe dar uma bronca se ele chegar depois que o apito soar, mas Justin ignorou tudo porque simplesmente não quis me deixar sozinha com o Oliver e fez questão de me esperar para nos levar a festa na fraternidade, onde Ray e Blake estão nos esperando.

— Acho. Relaxa. A Ray e o Blake vão estar lá. — aperto o seu braço e caminho até a minha penteadeira.

— Grande conforto. — ele ironiza, se jogando na cama.

O encaro através do espelho.

— É impressão minha ou estou vendo uma pontada de ciúmes, Bieber? — alfineto.

Ele não ergue a cabeça do travesseiro para me responder.

— Não. Eu só acho que eles não têm juízo.

— E você tem?! — dou risada.

Ele faz um não com a mão.

— Não é só isso. Você tá gata pra caramba. Não acredito que você vai passar mais tempo com eles do que comigo usando essa roupa.

Viro-me lentamente para ele, vendo-o deitado de barriga para cima agora, subindo o olhar por todo o meu corpo. Ignoro o fato de que vou amassar toda a minha roupa e subo na cama, engatinhando até estar por cima dele. Beijo seu queixo e encosto a cabeça em seu peito, apoiando o rosto em cima da minha própria mão para não deixar a maquiagem manchar o seu moletom preto.

— Para de ser dramático. São duas horas longe um do outro, no máximo. Você vai para o jogo, eu vou para festa. Quando o jogo acabar você passa lá e me busca para irmos comemorar sua vitória. Não foi assim que combinamos?

— Parece que você está falando com uma criança. — Justin reclama.

— Você está agindo como uma. — uso o mesmo tom manhoso que ele, arrancando uma risada gostosa do loiro.