Almoço

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-Agora vamos continuar de onde paramos.-comandou me deixando meio que estranha. Ele começa a se aproximar de mim, o humor saindo de sua feição e dando lugar a uma expressão desconhecida por mim.

Ele bem devagar chupar meu lábio inferior, o engano de mais cedo é esquecido. Depois chupa o superior  pede passagem com a língua. Esse beijo é ainda melhor que o primeiro. Sinto quando seu corpo faz uma pequena pressão, fazendo meu corpo inclinar pra trás. Subindo em cima de mim mas colocando a maior parte do seu peso em um dos cotovelos, uma de suas mãos vai parar na minha barriga.

O ar vai se esvaindo e é preciso parar o beijo. Ele desçe para o meu pescoço distribuindo beijos molhados por ele todo. A mão na minha barriga começa a subir pra cima. E... Então minha barriga ronca. Sim ela ronca.

Minhas mãos que estavam passando pelas suas largas costas paralisa. A mão dele para e tudo que escuto é o som de nossa respirações. Edward tira a cabeça do meu pescoço e olha pra mim. Estou corando feito uma condenada. Por que meu Deus, porque sempre acontece essa coisas comigo.

-Quando foi a última vez que você comeu?-pergunta. Seu rosto raivoso.

-Hoje cedo.-consigo falar. Que vergonha meu Deus, que vergonha. Ele sai de cima de mim como se meu corpo  tivesse soltando raios.

-O quê exatamente você comeu? Jesus, já são quase duas horas da tarde Isabella. Sua alimentação é sempre tão desregulada assim? Seu desmaio pode ter sido por isso também.-não falo nado. Até porque eu estava errada e ele provavelmente não me escutaria agora. Edward caminha até sua mesa e disca algum número no telefone que está estratégicamente perto de uma pilha de papéis .-Ângela você poderia mandar uma refeição nutritiva com urgência?-ele escuta algo, depois agradece e o desliga.

O silêncio reina e tudo que posso fazer é levantar, sentando no sofá com cuidado para que nossos olhares não se encontrem penso nas possibilidades de algo vergonhoso acontecer de novo. Não é como se eu estivesse acostumada com isso. Sim eu já estivi em situações bem embaraçosas, não como essas claro. Sinto dedos levantando meu queixo, seus olhos azuis turquesa encontram os meus.

-O quê tanto te encomoda?-Isso está tão óbvio que ele percebeu, eu não lembrava o quão transparente eu era em relação às minhas feições.-É tão frustrante não saber o que você pensa ou melhor não te conhecer, sinto que deveria conhece-la por completo.-Edward franzi a testa enquanto fala. Parecendo não entender algo. Duas batidas tímidas na porta e a conexão dos nossos olhos é quebrada.

-Entre-sua voz totalmente diferente de quando é dirigida a mim. Contudo antes do que eu esperava a porta é fechada, minha atenção estava voltada para o homem que fazia alguma coisa no celular sentado à minha frente.-Você pode se servir eu não estou com apetite-ele não olha pra mim, nenhuma vez quando fala. Diferentemente de segundos antes de Ângela entrar na sala com uma sacola e um sorriso reconfortante.

Minha fome desapareceu, não sei porque mas me obriguei a comer, na verdade eu sabia sim o que tinha acontecido com a minha fome, ela tinha virado raiva, raiva porque quando ele foi falar nem olhar pra mim olhou como se não tivesse falado nada e não houvesse acontecido nada poucos minutos atrás. Incapaz de forçar a comida goela a baixo, coloquei o prato em cima da mesinha e peguei meu suco. Quando termino de beber o suco, olho para Edward esperando impaciente ele me olhar.

Parecendo perceber que está sendo encarado, me olha e desvia o olhar para o prato-E então quais as minhas  funções?-pergunto antes de ele falar algo. Seus olhos brilham com inteligência, então ele começa a explicar as minhas atividades por aqui, eu sabia que Edward tinha desmarcado vários compromisso para passar a tarde comigo o que fez eu me sentir culpada por ter ficado com raiva dele por algo tão bobo.

As horas passam, e minhas funções aqui na empresa e fora dela vão ficando mais claras. No final do dia eu já havia compreendido tudo com facilidade. Edward ajeitou sua gravata e levantou de sua poltrona.-Por hoje é só, todos os dias nesse mesmo horário você está liberada já que sempre saiu nessa hora e você só trabalha pra mim, as vezes acontecem imprevistos então agente pode sair um pouco mais tarde.-presto atenção na explicação enquanto entramos no elevador. E então num espaço tão fechado é impossível as lembranças de  mais cedo não voltar.

Eu nunca pensei que no meu primeiro dia de emprego sairia um almoço tão bom.

Flower SilvestreOnde histórias criam vida. Descubra agora