Passado (parte 2)

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Meus olhos se arregalam quando o escuto. Então Edward já havia usado droga? Seria por isso que no dia em que ele havia me oferecido o emprego tinha feito todo aquele discurso sobre jovens que se perdem na vida? É bem compreensível se for. E o tempo todo eu estava certa, Tânia tem uma participação no passado de Edward e alguma coisa me diz que essa participação não termina exatamente aí, no baile. Olho para Edward esperando ansiosamente ele falar.

-Naquela noite eu disse para mim mesmo que aquela seria a primeira e última vez que iria usar droga, e que estava fazendo isso apenas por curiosidades. Eu senti como se nada mais fosse me atingir, nem meu amor por Char que estava nos braços de outro e nem meu sofrimento por gostar dela. E Tânia usar drogar foi algo meio estranho pra mim já que não parecia ser a primeira vez que ela usava, algumas semanas depois eu ficaria sabendo que ela era viciada e foi esse o motivo para ela se mudar de forma tão repentina. O problema real é que não foi a ultima vez que eu usei na verdade eu começei a procurar por algo mais forte. Eu nem pensava mais na Char. Tudo o que eu queria saber era de sentir a sensação de se sentir livre que as drogas proporcionava. Ninguem percebeu, nem meus pais, nem meus professores apenas meus amigos mais próximos sabiam.

-Como eles não percebiam? Esme e Carliste parecem ser bem atentos.-É tão estranho isso. Os pais de Edward parecem ser muito espertos.

-Eu sempre fui bem inteligente um dos melhores da classe então minhas notas não tiveram nenhum problema. Então não houve nada alarmante  suficiente em meu comportamento para os preocupar ou para ser visível para eles.  E naquela época Carliste estava muito ocupado com as empresas já que a maioria dos empregados estavam fazendo greve e Esme estava terminando a faculdade.

-E como é que eles descobriram? Porque você não parecer ser um viciado então você deve ter passado por algum tipo de tratamento.-Quando eu era do orfanato tinha muitos jovens que iam para uma clínica de reabilitação e voltavam sem o vício. alguns não tinham tanta sorte.

-Bem, um dia eu estava saindo da escola quando avistei o idiota do namorado da Char aos beijos com outra. Ele a estava traindo, pois naquele mesmo dia eu tinha visto Char saindo do carro do idiota. Eu fiquei com muita raiva, Char não merecia isso. Então fui até ele e o bati para ver se ele criava algum juízo, mas um professor viu e nos levou até a sala do diretor. Naquele dia minha mãe estava fazendo uma prova, então não estava com o celular acessível,  resolveram chamar meu pai. Por mais que eu tivesse drogado nesse dia eu não estava arrependido e nem hoje estou já que mesmo se estivesse lucido ele iria levar uma surra. Só que ele acabou abrindo a boca e falando para o diretor e meu pai que eu usava droga, meus olhos vermelhos e meu jeito estranho foram um alerta. Nunca vou esquecer do olhar decepcionado do meu pai.

-E então o que aconteceu?

-Meu pai me mandou para uma clinica, tudo aconteceu no sigilo. Minha mãe não ficou sabendo de nada, nem meus irmãos apenas Charlie que sempre foi o melhor amigo do meu pai. Como Caliste ficou devastado por saber do que eu andava fazendo, seu pai o ajudou a criar uma historia para enganar a impressa e principalmente minha mãe e meus irmãos. Para todos eu estaria viajando e estudando em outro país. O plano deu certo ninguém desconfiou de nada.

-O idiota não falou pra ninguém e nem seus amigos?-sério agora eu entendia porque Edward o chamava tanto de idiota. Ele era realmente um idiota. Eu estava pensando em perguntar seu nome mas idiota lhe cai bem.

-Não meu pai pagou uma pequena fortuna para tudo ficar nas escuras, era como se eu nunca houvesse nem pensado em droga.

-E Tânia?

-Eu fiquei sabendo pouco tempo depois que ela havia sido internada.

-Nossa eu nuca poderia imaginar isso. E Esme realmente não sabe de nada? E nem seus irmãos?

-Eu acho que eles desconfiam da minha viajem tão repentina, mas nenhum tem certeza de nada. -Edward pareceu pensativo antes de responder.

-Nossa isso deve ter sido dificil. Mas lembro que naquele dia na boate você disse que Tania não poderia se aproximar de você. Por que?-Quando eu estava no hospital eu refleti muito sobre isso, depois que o efeito do álcool passou algumas memórias ficaram claras principalmente essa.

-Quando eu voltei para casa, Tânia tambem estava na cidade e falou que estava apaixonada por mim mas eu nunca senti nada por ela, sempre foi apenas uma... amizade. Mas ela acabou ficando mesmo assim meio possessiva, me seguindo, ameaçando qualquer mulher que apenas fosse conversar comigo. E não dava mais para aguentar então pedi uma restrição e hoje ela tem que ficar alguns metros bem longe de mim senão ela é presa.

Ok, isso é realmente uma historia. Mais e Charlotte? Edward a amava. Por mais que eu esteja com muito ciúme, e isso já tenha acontecido a alguns anos, eu não gosto nada de pensar que ela poderia está casada com esse idiota e o mesma ainda esteja traindo ela.

-Então sua Char não ficou sabendo da traição?- Eu o alfinetei. Edward olhou para mim e sorriu bastante sastifeito.

-Minha Char? Tem alguém com ciumes aqui?-Me abraçou e beijou meu pescoço causando arrepios.-Primeiro Charlotte nunca foi minha e sim eu dei um jeito para ela ficar sabendo. E segundo não precisa ficar com ciumes. Você minha.- Coro mas fico tentando esconder o rosto.

-Então o que aquelas palavras que você no banheiro daquele restaurante me disse tem a ver com o seu passado?

Flower SilvestreOnde histórias criam vida. Descubra agora