Flower Silvestre

Jardim

A maratona começa agora.
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-Bella?-ouvi batidas suaves acompanhadas com meu nome. Abri os olhos me deparando com o quarto estilo princesa. Nada que pudesse ser comparado com meu quartinho/casa. E então reconheci a voz que dizia meu nome e lembrei de tudo que aconteceu ontem.

-Pode entrar.-murmuro com a voz rouca. Estou deitada na cama pegando todo o espaço que consigo. Com o meu livro favorito na mão. Ainda aberto na pagina que deixei quando meus olhos se fecharam contra a minha vontade. Eu estava tentando me levantar quando minha mãe falou entrando no quarto.

-Desculpa te acorda mais você tem que tomar o seu remédio.-agora que percebi que ela estava segurando uma pequena bandeja com um copo d'água e um comprimido. Sento na cama.-Você pode voltar a dormir se quiser.

-Não já ta na hora de eu levantar. E a gente precisa ter aquela conversa e eu preciso falar com tia Carla e a tia Vicentina. Você sabe quando elas vão voltar.-bebo toda a água do copo despois de engolir o comprimido e espero minha mãe falar.

-Não sei, mas acho que elas não vão voltar amanhã. Elas estavam muito preocupada com você então é  provável que só voltem quando você estiver recuperada.-ela pega o copo da minha mão e se levantar. Dá um beijo na minha testa.-Eu vou está no jardim. Quando quiser conversar...

Ela sai do quarto. Confesso que eu quero muito saber o que estava acontecendo, mas agora, bem, estou com medo de saber. Criar expectativas, sobre o comportamento de todos e então me frustar. Porque sendo sincera eu queria que aquele dia, o dia do restaurante em que fui profundamente machucada não existe e fosse apenas um pesadelo. Ou fosse ainda um plano para me separar do Edward, feito por alguma ex dele. Podia a ter ser a Tania. Rio do meus pensamentos. A Tania? Com um plano para me separar de Edward? Só sendo.

Tomo um banho e vou procurar um vestido. Depois de arrumar meu cabelo, desço e procuro a cozinha. Acabo encontrando Eric e Phil merendando.

-Hum encontrei meus dois heróis.-falo e eles coram. Eric levanta a cabeça e sorrir pra mim. Um sorriso lindo diga-se de passagem. Phil também sorrir. Ele é homem muito bonito. Alto, moreno e dono de belos olhos verdes, além do corpo em forma.

-Bom dia Bella.-os dois falam ao mesmo tempo e paro de encarar a covinha fofa que todos dois tem do lado esquerdo da bochecha.

-Bom dia Eric e Phil.-sento na cadeira. E enquanto comemos conversamos. Perguntei pela a tia Carla e a tia Vicentina, eles disseram que elas estavam no jardim junto com minha mãe. E apenas a palavra jardim deixou meu dia bem mais alegre. Principalmente por ser um lugar onde a flores. Sempre fui fascinada por flores. E esse fascínio só cresceu. Afinal foi por meio delas que me alimentei.

Hoje aqui estou eu. Comendo em uma mesa onde posso escolher o que quero quando muitas vezes ja fui dormir com fome.

A vida prega peças quando menos imaginamos.

Primeiro conheci Edward e me apaixonei. Pela primeira vez. Não sou correspondida mas não posso negar que não fui feliz quando ele ainda me queria por perto. Então em segundo lugar conheci toda a verdade sobre meus pais. Quer dizer nós ainda temos que conversar muito. Afinal aquela mulher que a minha mãe estava batendo era minha tia pelo que entendi. E tudo indica que foi ela que alguma maneira me separou de Rene e Charlie.

Quando termino de merendar vou atrás do belo jardim que apenas avistei de longe quandovestava chegando nessa casa. Quer dizer mansão.

Não foi muito difícil achar quem eu estava procurando por mais que o jardim fosse enorme. Minha mãe estava sentada em um banquinho, vestida com uma calça marrom e uma blusa social branca e para completar calçava botas. Ela estava segurando um enorme mais delicada tesoura.

-Mãe?-ela me olha e sorrir. Lindamente.

-É tão bom ouvir isso. Você minha filha me chamando de mãe eu já estava perdendo a esperança.

-Posso dizer que eu ja havia perdida essa esperança a um bom tempo sabe? Eu tinha certeza que vocês tinham me abandonado então... Seria difícil que de repente vocês aparecerem arrependidos. Mas por alguns anos eu pensei que isso podesse acontecer.-termino de falar e sento no banquinho que eu tinha aproximado mais da minha mãe enquanto eu falava. Aliás tinha dois banquinhos. Tia Carla e tia Vicentina com certeza estavam aqui. Onde será que elas se meteram?

-Oh minha flor, se você soubesse o quanto te procuramos.

-Vocês nunca pensaram em ter outro filho?

-Eu não posso ter outros filhos. Antes de você eu já tinha passado por varios abortos. Você foi meu pequeno milagra. Você é meu pequeno milagre.

-Confesso que desde ontem eu queria perguntar isso. Estava apenas esperando uma oportunidade. Mas vocês nunca pensaram em adotar?

-É que depois que pegaram você eu não fiquei muito bem. Eu entrava em depressão e ainda hoje tomo remédios.  Eu duvido que algum juiz fosse liberá a guarda pra gente, quando de repente eu poderia ter uma crise.-ela suspira e então olha pra mim.-Foi muito difícil, mas hoje tendo você comigo eu só posso é agradeçer a Deus. Por ter mais uma vez você do meu lado e agora nós temos que tentar recuperar o tempo perdido e seguir em frente.-ela limpa uma lágrima que desce no meu rosto sem nenhuma permissão e segura as próprias lágrimas.

Eu não quero ver minha mãe triste. Eu não sofri sozinha como eu pensava. Minha mãe e meu pai também sofreram talvez até mais que eu já que tive na minha vida a tia Vicentina e a tia Carla, que foram como dois anjos na minha vida. Me trataram como uma filha.

-E então ta precisando de alguma ajuda? Eu entendo de flores, passei anos trabalhando com elas.-me ofereço para ajudar.

-Eu agradeceria se você me ajudasse.

Então passamos um bom tempo caladas, apenas como nossos pensamentos cuidando do jardim.