cap 6

5.1K 342 14
                                    

- que tal se meter na sua vida, cara? - o garoto o confronta, empurrando Eric levemente.

- eu acho melhor você se afastar... - Eric fala em tom de ameaça, com um sorriso divertido nos lábios.

- Eric, isso é bobeira.... - tento apaziguar - vamos sair daqui... - toco em seu braço.

- você tem razão, Emy - Eric suspira, tentando manter a calma - vamos aproveitar o resto da noite - ele se afasta do garoto, que o olhava com deboche.

- isso... Faça o que sua amiguinha manda... - o garoto ri com deboche - eu acabaria com você antes que esses sorvetes derretessem.

- pela sua evidente falta de neurônios, eu devo discordar - Eric fala ainda de costas para ele, enquanto andava ao meu lado.

- garanto que sou homem o suficiente para fazer sua amiguinha gemer, otário! - ele retruca em voz alta, fazendo as pessoas ao redor prestarem atenção.

Eric para de andar no meio do caminho, e se vira para ele novamente.

- eu te convido a repetir o que acabou de falar - Eric ameaça.

- Eric, ele é só um idiota! - toco em seu braço - ... acredite, eu conheço bem o tipo... - reviro os olhos.

- ...eu disse... - o garoto anda até nós com as mãos nos bolsos - ... que sou homem o suficiente para fazer essa vadia gemer... - ele completa me olhando com malícia.

Eu acho que vou vomitar!

Eric suspira e o olha com dó, em seguida, me olha novamente.

- Eric, não! - falo pressentindo o que estava por vir.

- Emy, segura para mim por favor... - ele me entrega os dois sorvetes e me dá uma piscadela ao ver meu semblante preocupado.

A tranquilidade dele estava me deixando em pânico. Isso faz sentido?.

E quando eu pensei que não podia ficar pior, Eric dá um soco no rosto do garoto fazendo o mesmo cair com a mão do nariz, que sangrava absurdamente.

Pelo visto Eric tem um soco bem potente!

O garoto se levanta com um semblante de raiva, e quando ambos iam se colidir novamente, eu entro no meio.

- parem já os dois! - grito os afastando - e você, nunca mais se aproxime de mim! - quebro os dois sorvetes na cabeça do garoto, o fazendo ficar  com "chifres".

Não demora muito para que a rodinha em volta de nós de dispersace repentinamente, alguns amigos do garoto que Eric havia socado o puxam para longe e eu logo vi o motivo.

- que bagunça é essa aqui?! - o segurança vocifera - para fora do parque, seus delinquentes!.

- com prazer, seu velho rabugento! - Eric ri e me puxa para longe.

- ora... Eu vou te pegar, seu moleque! - o segurança anda a passos raivosos até nós.

- agora é a hora de correr! - Eric me olha divertido e pega minha mão, corremos juntos com ele me guiando entre a multidão.

O segurança o fuzila com raiva, e começa a nos perseguir pelo parque. Gargalhavamos enquanto corríamos até o carro, com o segurança ainda na nossa cola gritando aos quatro ventos que se voltássemos ali, iríamos nos arrepender. Nossos picos de adrenalina estavam super alterados.
Assim que entramos no carro, fomos conversando euforicamente sobre tudo que tivera acontecido. Foi um dia divertido....

(...)

Chego em casa andando nas pontas dos pés, não queria atrair atenção indesejada. Foi inútil, é claro... já que meu pai me esperava com um semblante nada convidativo. 

- onde você esteve?! - ele indaga - e aonde conseguiu esse ursinho?! - ele faz uma careta.

- pai, eu saí com um amigo - suspiro já com preguiça do monólogo que ele certamente estava prestes a fazer - ...ele me deu esse ursinho...

Ele praticamente toma o ursinho da minha mão e o cheira. Seus olhos ficam dourados automaticamente, e ele me olha perplexo.

- Emily Jones Cortez, você saiu com um vampiro?!.

- o que?! - arregalo os olhos - eu não!.

***************************************
- a feiticeira deve ter dado a ele algum feitiço para distinguir vampiros de humanos - Sarah fala pensativa.

- faz sentido, ele é um alpha.

- Eric não fez mal algum a nós. Faça ele entender isso!.

- e adianta falar alguma coisa com o papai? - bufo.
************************************


- é incrível como você só se mete com gente que não presta! - ele me olha com desaprovação - ...como vou passar meu posto de supremo para uma pessoa sem filtro?!...

- sinto muito se não sou preconceituosa como você é! - o enfrento - muitos vampiros já mostraram mais lealdade a nós do que os próprios lobisomens que você julgava "leais". Eric não me fez mal algum, e eu me recuso a me afastar dele! - cuspo as palavras na cara dele, o deixando estático.

Que se dane também!

Meu pai tem todos os motivos do mundo para ser desconfiado, mas não há motivos para generalizar a todos. Há anos atrás, vampiros lutaram ao lado dele para combater o antigo líder, que por sinal era um louco.

Todos conhecem a Guerra contra o tirano Draus, Líder dos Vampiros.

Nada do que eu faço está bom para ele, esses ultimos anos tem sido bem complicados. Dou de costas ignorando seus sermões, e me tranco na sala de música, me jogando num amontoado de almofadas fofinhas. Pego meu violão e começo a tocar qualquer melodia que fizesse meus pensamentos pararem de gritar na minha cabeça.

- não ouse dar as costas para mim, Emilly! - meu pai falava atrás da porta, tentando girar a maçaneta, mas eu havia a trancado.

- Tristan, desse jeito você não consegue nada! - escuto minha mãe falar do lado de fora - ... tiramos a Emily da escola em que ela estudou a maior parte da vida, e colocamos ela em uma totalmente diferente! - ela tenta conversar - ... E você ainda tem a audácia de implicar com o único amigo dela?!... - minha mãe fala incrédula.

- ele é um vampiro, Kiara! - meu pai voltava a discutir.

- e você é um cabeça dura! - ela retruca - você luta todos os dias pelo equilíbrio entre raças, e agora vem com esse papo?!.

- eu mereço... - ele bufa - está bem, está bem! - escuto seus passos raivosos se afastarem - ... Mas eu ainda não gosto dele!... - ele fala alto.

O ignoro, mesmo sabendo que estava fazendo errado... Acontece que é quase impossível falar com meu pai quando ele está em um ataque de nervos, principalmente quando o motivo sou eu.
Depois de algum tempo, ele finalmente desiste de tentar entrar na sala, e o silêncio reina.

Aleluia!.

Esse lugar me trazia verdadeira paz, eu podia ficar aqui por horas e horas. Lembro-me que quando era criança, eu e meu pai ficávamos aqui quase o dia todo, ele me ensinava a tocar todos os instrumentos. É incrível o quanto ele mudou, as vezes acho que ser Supremo Alpha serviu apenas para fritar os miolos dele, o fazendo desconfiar de tudo e todos.
Mal vejo a hora de sair de casa... Conhecer o mundo sem que ele esteja vigiando cada passo meu, e tomar minhas decisões sem medo da reprovação dele.

Largo o violão e fico fitando o teto, indignada com o jeito explosivo de meu pai e a culpa por ter dado as costas a ele, afinal... É uma das pessoas mais importantes para mim. Fecho os olhos e me concentro em não sucumbir ao ódio que estava agora, e não demora muito para que eu caia no sono.

(...)

Acordo assustada com o barulho de várias mensagens no meu celular e algumas ligações perdidas de Gabi.

Droga!.

Eu estava atrasadíssima para a aula!

Te Amo Meu Alpha-2° volume.Onde histórias criam vida. Descubra agora