cap 22

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Erick estava péssimo, era como se ele não dormisse a dias.

- o que houve com você?! - pergunto assustada.

- vocês tiraram tudo de mim - ele fala com rancor.

- o que?!.

- seus pais assassinaram o meu pai! - ele grita furioso e empurra uma das estantes de livro - eu não consigo mais esperar, não consigo mais evitar a sede de vingança. Vocês precisam entender o que é perder alguém que amam, o que é ter seu mundo destruído!.

Corro para o fundo da biblioteca e me escondo. Eu podia escutar seus passos, e mais ainda os livros que ele derrubava a medida que ia se aproximando. 

- meu pai liderou a última guerra entre lobos e vampiros - ele conta - mas seus pais o tiraram de mim.

Corro em silêncio para mais longe, e tento chegar a porta. Seria difícil, ele é claramente mais rápido que eu.
Ele estava em silêncio agora, o que só dificultava ainda mais. Estava tão assustada que não conseguia me concentrar nos meus instintos, eu estava sem direção. 
Corro até a porta e antes mesmo que eu consiga a alcançar, sou puxada e presa na parede.

- e agora eu vou tirar uma parte deles também! - ele fala com os olhos já vermelhos.

- seu pai era um monstro! - cuspo as palavras - e pelo visto você é igualzinho a ele!.

Ele aperta as mãos ao redor do meu pescoço, e não importava os socos que eu dava em seu peito, o aperto dele em mim só aumentava.

- eu quero que morra lentamente, quero que sinta dor...! - ele fala com ódio. 

- E-Erick! - falo sentindo minha oxigenação faltar, e uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

Quando estava prestes a desmaiar, a porta da grande sala é aberta com brutalidade e uma grande bola de fogo é arremessada em Erick, o fazendo me largar.

- levante-se, Emily! - minha mãe tenta me erguer.

Eu estava muito tonta, mas recobrando as forças aos poucos.
Não demora muito para que um lobo enorme de pelagem preta entrasse na sala também, era o meu pai.

- mãe, precisamos ajudar! - grito recuperada.

- vou busca ajuda! - ela corre para fora.

Ambos brigavam ferozmente entre si, mas tudo fica em câmera lenta quando vejo Erick pegar uma pequena faca em seu casaco e ir contra meu pai, o esfaqueando.
Me transformo e pulo em cima de Erick aproveitando que ele estava distraído vendo meu pai agonizar. Quebro seu pescoço antes que ele possa me derrubar de cima dele, e o jogo para longe desacordado. Infelizmente isso não era o suficiente para que ele morresse, mas iria nos dar tempo. Eu quero ele vivo para arcar com as consequências dessa invasão.

- pai! - fico em desespero quando vejo que ele estava tremendo e sangrando pelo nariz.

Tiro a faca que ainda estava em sua barriga, o fazendo gritar. Havia um líquido escuro saindo do corte, aquilo era veneno.

- não, não... não! - minha mãe fala em prantos.

- mas que merda! - meu tio Théo fala - chamem a feiticeira agora mesmo! - tio Théo ordena - e o resto, levem aquele maldito para a sala de interrogatório. Eu mesmo cuidarei dele mais tarde - ele diz com fúria.

- me desculpe, me desculpe pai! - choro desesperada.

As lembranças do dia em que meu pai pediu que eu ficasse longe de Erick me vêem a cabeça. Uma parte de mim sempre espera o melhor de todos, mas infelizmente minhas decisões levaram a isso. Eu sou a única culpada.
Alguns guardas o levam até o quarto e o colocam na cama, e em alguns minutos a feiticeira entrara também. 
Ela coloca um tipo de líquido branco por cima da ferida, fazendo meu pai urrar de dor e o veneno sair de dentro do ferimento.

- aguente, Tris! - minha mãe fala segurando sua mão - você é mais forte que isso!.

Me sento do outro lado da cama, e seguro sua outra mão. Mentalmente eu implorava a Deusa que o curasse, mas outra parte de mim agonizava em ver meu pai morrendo.

- vamos, meu amigo! - tio Théo dá pequenos tapinhas no rosto de meu pai - você precisa ficar acordado! - ele implorava.

- isso não é apenas veneno... - a feiticeira fala com um olhar de pezar, enquanto encara a faca - é magia negra também...

- espera... o quer dizer com isso?! - falo num fio de voz.

- quero dizer que o alpha pode morrer - ela responde embargada - isso vai além dos meus poderes.

- faça o possível para que isso não ocorra! - minha mãe fala desolada.

- ele está muito fraco. Qualquer coisa agora pode fazer o coração dele parar - Lucy fala nervosa.

- droga, faça qualquer coisa! - meu tio fala nervoso.

Isso não está acontecendo. É só um pesadelo... eu preciso acordar desse inferno!.
Me levanto e corro para fora da casa, eu precisava descarregar longe da minha mãe. Eu não poderia dar forças a ninguém agora, quando nem mesmo eu tinha para mim mesma.
Me transformo e corro pela floresta sentindo o vento arrastar as minhas lágrimas de culpa, e meu corpo ficar menos tenso.
Eu mal conseguia respirar.

Te Amo Meu Alpha-2° volume.Onde histórias criam vida. Descubra agora