11 - Frio Azul¹, parte 1

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***

Marte; Z-Mil, Agora


Cai de cara no chão e não doeu.

Era acolchoado?

Eu estava realmente vendo tudo... Azul?

– O que aconteceu com meus olhos? – perguntei levantando-me devagar e pondo a mão em meu rosto, tampando meus olhos.

Senti as mãos de James em meus ombros.

– Você também está vendo?

– Vendo? Tudo azul? É isso?

Eu imaginei ele assentindo e com um sorriso no rosto, pois sua voz soou calma e levemente alegre:

– Sim! Pensei que eu estava surtando sozinho.

– Mas não estou com medo. – admiti tirando minhas mãos de meu rosto e descansando-as nos antebraços de James – Estou relaxada.

– Eu também! – a voz de James subiu uma nota e suas mãos pareciam fazer uma leve caricia em meus ombros tensos.

– É tão estranho ver tudo azul.

– É um tipo de cegueira que não esperamos.

– Afinal, quem espera ficar cego? – questionei e ele riu.

– Tem razão, mas aqui é quase...

– Tranquilo demais? – tentei finalizar por ele.

– Sim, exatamente!

Dessa vez minha própria barriga roncou alto e rimos.

– Será que aqui tem comida? – falei desesperada por algo que matasse minha fome.

James pareceu ponderar sua resposta, pois ficou longos segundos sem dizer nada.

– Se não tem, ao menos poderemos dormir em qualquer canto. Sentiu como o chão é confortável?

Eu ri e com aquela mania maluca, assenti para depois respondê-lo:

– Eu não lembro há quantas horas eu não durmo.

– Nem eu, Ruddy. Nem eu.

Uma parte de mim doeu, mesmo sem ter porquê, quando James pronunciou o nome de "Ruddy". Talvez, pelo fato que, àquela mesma parte, queria que James soubesse que eu não era a tal da Ruddy, mas a Claire. Afinal, agora não víamos nada além de um límpido azul, sendo assim, seria fácil acreditar que o outro era quem queríamos que fosse, porém, James, parecia não se esquecer de quem eu aparentava ser, mesmo que agora ele não me visse.

Complexo. Louco. Bizarro.

Assim era quase tudo que acontecia em Marte.

Na verdade, meio que tudo que me acontecia, era de se esperar, estando onde eu estava. Não era apenas Marte ali, era Z-Mil, um quase planeta dentro de um planeta.

Balancei minha cabeça e afastei as mãos de James de meus ombros para entrelaçar uma de suas mãos com a minha, ele aceitou fácil, sem hesitar por nenhum segundo. Era engraçado como não ver fazia com que você confiasse de uma maneira diferente à alguém do qual você não achava ter confiança alguma. Sem a visão criávamos outros obstáculos entre nós, mas não o contato físico.

– Precisamos procurar comida! – verbalizei o óbvio.

James riu e disse para seguirmos dez passos reto.

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