14 - A Fugitiva (Parte Final)

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Sem sair do lugar Merry levantou uma mão e, do nada, uma pizza quadrada e amarela saiu de um canto do qual eu não tinha visto antes. Não havia porta naquele canto, era aberto e eu estreitei meus olhos para enxergar a cozinha lá dentro. Merry estava possivelmente testando seus poderes e querendo saber o que tinha ali, sem precisar se mexer. A pizza era enorme e parecia tão boa.

Merry a fez flutuar em frente a ela e todos, sem exceção, parou para fitar aquela pizza flutuante.

Ela levantou suas mãos e falou:

– Eu sei que estamos todos enfurecidos, mas estamos também cansados e famintos, então...

Sem que ela completasse sua frase, Misha pegou um pedaço da pizza que se soltou em sua mão, demostrando enquanto ele puxava o recheio de algo muito saboroso. Talvez fosse queijo.

Misha, sem hesitar, mordeu um enorme pedaço e depois de engolir disse:

– Eu posso estar com raiva, mas continuo com fome.

Merry fora a segunda a pegar um pedaço da pizza que continuava flutuando, em seguida, cada um de nós pegou o seu.

Ainda com fome, fomos todos à cozinha. Nunca conseguiríamos pensar da maneira que estávamos.

Aquele era o tipo de presidio que eu nunca imaginei ver.

– Eu também não sei o que podemos fazer... – James disse enquanto lia minha mente e saia do banheiro dentro daquele "nosso" quarto.

Sim, conferimos que cada quarto tinha um banheiro. Todos pareciam entre o abismado e admirado, não poderíamos negar.

Cada par já estava em seu devido quarto, depois de comermos muito, concluímos que não conseguiríamos fazer nada do jeito que estávamos. Sendo assim, comemos e fomos todos tomar banho e dormir. Precisamos descansar, meus olhos pareciam pesar em meu rosto.

No entanto, vendo James Sky sair apenas de calça e com cabelo molhado no banheiro fez-me repensar se eu estava mesmo com sono, porque, de repente, meus olhos pareciam muito vivos e meu corpo muito acordado.

– Tudo bem? – ele questionou deitando-se ao meu lado na cama.

O quarto era maior do que eu havia imaginado. A cama era larga, com os lençóis e travesseiros com nossas cores misturadas, assim como as paredes. Não havia nada no quarto além da porta para o banheiro e uma pequena penteadeira com duas gavetas com roupas para mim e para James.

Eu já havia tomado meu banho e minha roupa eram as primeiras peças que achei na gaveta: um short roxo e uma camiseta de mangas curtas. O colar gravitacional continuava entre meus seios, fazendo-me sentir mais perto de meu quarto em A-Zero.

Eu quase me sentia lá, em A-Zero, em meu quarto, como se nada tivesse acontecido. Como se eu estivesse vivendo como uma Renascida normal, não como uma Nascida que Renasceu. Como se meus problemas não fossem nada além de estar na cama com James Sky pela primeira vez.

Ele riu e eu me amaldiçoei por ter esquecido que ele lia minha mente.

Encarei seus olhos azuis e sorri.

– Estou bem. – respondi tardiamente.

O lençol estava cobrindo até nossas cinturas, fazendo assim, eu encarar, às vezes, um pouco – demais – o peito repleto de tatuagens de James.

Estávamos deitados de lado e ele sorria de canto e eu sorria timidamente.

– Pode me olhar, Claire. – ele falou – E não sinta vergonha por isso.

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