James entrelaçou sua mão na minha e deu dois passos, depois, do nada, parou.
– Você é uma Residente de Z-Mil, nunca ouviu falar sobre este lugar?
Ele estava na minha frente, eu podia sentir sua cabeça pouco acima da minha e sua voz, mesmo baixa, estava muito próxima.
Aquele corpo, Ruddy, não era tão baixa quanto eu, sendo assim, eu não precisava levantar muito minha cabeça para ficar cara a cara com James. Ou o que eu acreditava ser cara a cara sem ver.
– Não, nunca ouvi falar deste local. – era uma verdade, porque eu, Claire, nunca ouvi falar sobre aquilo e se o corpo que eu habitava sim, eu não teria como saber, eu o "dominava".
– Certo! Então precisamos andar por aí. – ele comentou e virou-se, fazendo seu braço roçar com o meu e fazendo eu saber que ele estava ao meu lado.
– Para que lado?
James riu.
– Em ziguezague?
Ri também.
– Acho que não temos muito o que perder...
– Okay, andaremos em ziguezague então. Não dizem que nossos outros sentidos ficam mais aguçados quando não enxergamos? Teremos que tentar farejar.
Eu gargalhei e acompanhei ele com seu primeiro passo reto.
– Sim, pelo visto é o jeito.
Demos mais cinco passos contados para a frente e nada, parecia um largo corredor reto.
– Mais dez passos, certo? – James perguntou.
– Certo!
E demos dez outros passos contados. Dez passos largos e nada. Eu não "farejava" nenhum cheiro e nada estava no nosso caminho.
– Para o lado direito agora? – quis saber.
– Sim, cinco passos para a direita.
E demos.
E nada.
Mais dez para a direta.
Mais cinco para a esquerda.
Mais dez para a direita.
Mais cinco reto.
Mais dois pulos.
Mais uma dança de axé.
E nada.
Estávamos andando não em círculos, mas em um cubo.
E não havia nada.
Absolutamente nada.
– Morreremos de fome dessa maneira. – falei e ouvi minha própria barriga roncar.
James, que continuava com a mão entrelaçada na minha, pareceu bater com um pé no chão e quase gritou.
– O que houve? – perguntei e ele me puxou para o chão, fazendo-me ajoelhar ao seu lado.
Seu braço roçava no meu, com isso, quando ele afastou sua mão da minha eu não me senti solitária, pois continuava sentindo-o ao meu lado.
– Você não ouviu? – James perguntou.
– Não, não ouvi nada. O que foi?
Ele tateou-me até achar minhas mãos e direcioná-las para onde seu pé tinha ficado preso. Como eu não via, apenas imaginei que era um pedaço do chão solto.
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A Fugitiva
Science FictionSegundo Volume da Trilogia "A Estranha" Claire sentia que algo faltava, mas o quê ela não sabia dizer. Uma Nascida, dizendo chamar-se Merry e conhecê-la há tempos, lhe chama para salvar James dos Caçadores. Mas Claire não poderia ou poderia ab...