Terceira noite - Lila

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O único som que poderia ser escutado nos aposentos da jovem princesa de Landivia era o ofegar do casal ao se beijarem ardentemente.

Safira sabia que deveria se afastar dele, todavia não conseguia. Seu corpo possuía vida própria ao sentir as mãos dele acariciando-a de forma intimida. Seus lábios descendo pelo seu pescoço, a sua respiração próxima ao seu ouvido e a força como a apertava contra si. Tudo isso a incendiava.

— Você precisa ir... – ela murmurou fraca ao retribuir as caricias dele.

— Deve ser a primeira mulher que deseja que o homem, que esta beijando, vá se deitar com outra – Lucien alfinetou sério ao afastar os seus lábio do corpo dela, mais precisamente de seu pescoço – Realmente deseja que eu me deite com outra?

A pergunta possuía uma armadilha, Safira tinha consciência disso, mas ela não era uma jovem nobre insegura e muito menos deveria estar fazendo o que fazia com ele. Ela era de Landivia e ele de Vantis. Seu sangue não deveria ser manchado.

— Não se trata de mim, e sim do seu reino, ou estou enganada?

Lucien se afastou dela ao encará-la friamente.

— Espero que não fique com ciúmes amanhã – Lucien disse inexpressivo ao ir em direção a porta. Da mesma forma que havia entrado, ele saiu.

— O que está acontecendo afinal? – se questionou ao tocar os seus lábios. Por mais que ela tentasse ter alguma intuição em relação a ele, não conseguia. A única sensação que tinha era de que Lucien representava algo decisivo em sua vida.

***
O olhar de Celius se endureceu ao avistar o rei Lucien sair do quarto de Safira. O jovem guerreiro não era tolo, ele sabia que algo havia acontecido entre ele e Safira, mas o que lhe atormentava o coração eram as mentiras da princesa.

Ela não pode estar mentindo para mim. Ela é uma princesa de Landivia.

Uma princesa que deve obedecer as regras de seu próprio reino.

— Ela deve ser protegida dele – murmurou absorto em sua imagem perfeita da princesa. – Ela deve permanecer intocada.

***
Lucien passou pela porta de seu próprio quarto como um raio. Furioso e barulhento.

O olhar do rei observou atentamente a pequena garota que tremia violentamente ao olhar para ele. O restante de paciência havia se esgotado.

— O que faz aqui? – rosnou sem tirar os olhos da nobre de Polirium. Ela trajava um vestido minúsculo evidenciando o seu corpo infantil, o que lhe deixou enojado. A cada ano, os nobres ultrapassavam o senso comum – É uma criança, não deveria ter aceitado entrar neste quarto.

— É isso que meu reino espera de mim – disse da mesma forma que lhe fora instruída apesar de sentir as lagrimas caírem pelo seu rosto – Eu estou aqui para me tornar a rainha de Vantis.

—Não por querer – percebeu frustrado ao se aproximar dela e tocar o seu ombro – Sente-se em algum lugar – não esperou que ela fizesse o que lhe foi dito, enquanto se dirigia para a garrafa de vinho. A maior necessidade que sentia era a de apagar o sabor da princesa de Landivia.

— Peço que perdoe, se o irritei com meu choro – a voz infantil e delicada da garota o fez beber mais – Pode me dizer o que quer que eu faça. Sou muito... inexperiente, mas farei tudo o que disser.

— Está quase molhando suas roupas, criança. Fique quieta – ordenou ao se sentar no chão e beber o vinho direto da garrafa, sem se preocupar com o liquido vermelho que caia pela sua roupa – Que tipo de família envia sua própria filha para algo assim? – indagou mesmo conhecendo a resposta. Nobres gananciosos.

Tentação Real [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora