Tentação Real [Completo]

Garsiel - Primeiro Príncipe

Hadan mantinha o olhar piedoso em Safira. A princesa de Landivia encontrava-se sentada no escritório de Lucien acompanhada de sua dama de companhia. O rei a chamara assim que descobriu que ela havia sido a pessoa a encontrar o corpo.

Lucien mantinha o seu olhar fixado na face de Safira, estranhando a sua calma. Ele já lutara em batalhas antes e jamais vira uma expressão como aquela. Todos os seus guerreiros demonstravam insanidade na primeira vez em que encontrava um corpo sem vida.

—Não é a primeira vez – Lucien disse sério atraindo a atenção de Hadan.

— Sobre o que?

— O corpo. Já viu um corpo sem vida antes. – Safira assentiu, deixando Hadan estupefata.

—Em meu lar, vivemos e morremos sempre olhando uns aos outros.

Lucien já imaginava que seria daquela forma.

— Encontrou a mulher daquela forma? – Ela concordou – E não viu mais ninguém?

—Se eu tivesse visto, ele estaria morto agora.

Lucien não tinha duvidas sobre isso. Ele acreditava veementemente que Safira seria o tipo de pessoa que faria exatamente isso.

—De qualquer forma, o assassino logo será pego – Lucien disse sério ao olhar para Hadan – Deixe-nos a sós.

Hadan ia contestar quando viu o olhar de Safira. A princesa aparentava também ficar a sós com o rei. Sem nada falar, Hadan se dirigiu a saída.

—O que fazia no jardim a noite? – Lucien perguntou ao se aproximar da princesa e tocar em seu rosto – Esperando por algum encontro?

O tom de provocação não passara despercebido.

—Se esse fosse o meu objetivo, não veria problemas – retrucou ao sorrir levemente diante da expressão raivosa do rei – Não sou sua propriedade, rei de Vantis, lembre-se disso.

—É impossível esquecer de algo quando me recorda com tanta facilidade. – Acariciou o rosto dela, regozijando no semblante dela ao apreciar o carinho – O que fazia no jardim?

— Andava. Não sou adepta de locais fechados por muito tempo.

Lucien assentiu ao tocar em seu braço, e em seguida ergue-la da poltrona em que estava sentada, forçando-a a ficar de frente para ele.

—Beijá-la neste momento a faria pensar em mim como um monstro? – perguntou ao olhar em seus olhos.

— Não – respondeu da forma que ele não esperava. Sem hesitar, Lucien a beijou. Seus lábios ainda possuíam o sabor que tanto lhe enfeitiçava. – Diga-me, és alguma feiticeira? – perguntou com o rosto próximo ao dela.

— Qual o motivo desta pergunta?

—Não consigo ficar longe de seus lábios – a confidenciou sério – E imagino que aconteça o mesmo contigo – olhou em seus olhos percebendo-os cada vez mais claros. Ele não esperou a sua resposta. A abraçou mais forte, enquanto a beijava apaixonadamente.

Safira se entregou aos beijos do rei. Sentiu o seu braço a apertando cada vez mais contra o seu corpo, e a princesa controlou o seu ímpeto de tocá-lo.

Ela sentia que deveria tocá-lo, entretanto tinha consciência de suas ações e consequências, e a ultima coisa que desejava naquele momento seria dormir com o rei sem que sentissem nada um pelo o outro.

— Eu não posso – Safira murmurou ao afastá-lo. Lucien olhou para os seus olhos e ao vê-los em sua cor normal, deu de ombros. – Não indagará o motivo?