Dia seguinte - Polirium

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Os braços de Lucien circundavam a cintura da princesa de Landivia, e por mais que ela tentasse se afastar dele, não conseguia. Nada do que Safira falara fazia com que Lucien lhe soltasse e saísse de seu quarto. Ela já esgotara seus argumentos, mas em seu intimo estava gostando da atenção que recebia do rei.

— Deseja conhecer as outras cidades? – Lucien se viu perguntando por reflexo ao imaginá-la sorrindo para ele ao caminharem lado a lado por Vantis.

— Sim, estou ansiosa por isso, na verdade – confessou ao olhar em seus olhos – Lucien, não deveria estar em seu quarto?

— A criança está dormindo de qualquer forma – disse percebendo o corpo dela endurecer. Ela estava rejeitando-o de verdade – O que aconteceu? Ciúmes?

Safira sorriu debochada ao pisar no pé de Lucien e empurrando-o em seguida. Afastou-se dele e cruzou os braços em frente ao seu corpo.

— Deveria retornar para o seu quarto antes que a criança acorde.

Lucien sorriu levemente ao observar suas expressões. Safira mantinha o semblante sério, mas a sua respiração encontrava-se alterada.

— Ela é uma criança. Como eu poderia fazer algo a uma criança?

— Não me importo com isso – mentiu ao virar o rosto – Apenas saia.

Lucien suspirou longamente ao passar a mão pelos seus cabelos.

— Em algum momento irei ir embora, mas não retornarei. Não é como se eu fosse algum excêntrico que gostasse de ser deixado de lado – respondeu ao ir em direção a porta - A nobre de Vantis é a única que me preocupa – se viu falando – Dizem que a realeza de Landivia possuem poderes, se isso for verdade, eu iria gostar que fosse ao meu encontro amanhã. – revelou ao se virar e a olhar. Safira percebeu sinceridade em suas palavras – Boa noite, princesa de Landivia.

Safira sabia que estava cometendo um erro, mas antes que pudesse pensar de forma racional andou ate Lucien o mais rápido que conseguiu, e puxou a sua blusa, forçando-o a olhar para atrás no instante em que abria a porta.

— Deitou-se com alguma nobre? – perguntou ao encará-lo.

—Não – respondeu ao olhar fixamente para os seus olhos, surpreso viu os olhos da princesa ficando cada vez mais claros – Foi esse o motivo por ter me puxado?

—Não – segurou em seu pescoço e o beijou. Lucien passou a mãos pela sua cintura e por reflexo a empurrou para a parede mais próxima. Suas mãos acariciavam o corpo da jovem por cima do vestido, fazendo-o resmungar algo. Ele desejava rasgar o exagerados tecidos e sentir a sua pele. Mordiscou a sua orelha e sorriu ligeiramente ao passar os lábios por cima dos seios dela, aproveitando-se do generoso decote. A escutou gemer em resposta, o que o fez perder a cabeça ao segurar a barra do vestido dela com força, e rasga-lo rapidamente. O ligeiro grito de surpresa da princesa fez o rei sorrir em resposta ao olhar em seus olhos.

— Assim é bem melhor – olhou para suas pernas torneadas, e logo avançou em direção aos seus lábios. Beijaram-se longamente até Safira pousar a mão em seu peito e olhar em seus olhos – O que foi?

— És um rei exageradamente despreocupado – sorriu ao olhar para a porta entreaberta – Não deveria beijar alguém com a porta do quarto aberta.

Lucien deu de ombros ao puxar uma de suas pernas em direção a sua cintura, forçando-a a fazer o mesmo com a outra. Ele adorava cada instante em que a tinha em seus braços. O som dos beijos trocados conseguia ser escutado do lado de fora dos aposentos da princesa assim como os gemidos que os dois emitiam.

— Isso é uma visão e tanta – Richiston falou sorrindo ao lado da porta, olhando para o casal. A única coisa que Lucien fez foi retirar as pernas de Safira de sua cintura, e ainda assim a manteve em seus braços ao encarar o intruso. – Não imaginei que o rei estivesse nos aposentos da jovem princesa de Landivia quando deveria estar com a nobre de Polirium.

— E o que pensa estar fazendo aqui? – Lucien disse sério ao encarar Richiston com fúria – Costuma visitar todas as nobres tão tarde?

— Gosto de conversar – sorriu largamente ao piscar para Safira, a qual mantinha-se quieta observando os dois homens. Ela precisava descobrir o tipo de relação entre eles. – Mas fiquei realmente surpreso por vê-lo aqui, majestade – sorriu ainda mais ao ver a expressão de fúria na face de Lucien. – Vejo que a princesa conseguiu ter a sua completa atenção, pergunto-me o tipo de método que foi utilizado. Ouvi dizer que o povo de Landivia pode usar magia, feitiçaria. Imagino que seja verdade.

Safira mordeu a língua para se controlar, ao olhar para Lucien vislumbrou a raiva em seus olhos. Ele irá perder o controle. Percebeu logo que o viu fechar as mãos.

— O que deseja, Richiston? – Safira perguntou ao se afastar de Lucien, ficando em frente a ele – Deve estar perdendo o pouco de sanidade que lhe resta. Qual o motivo lhe trouxe aqui?

— Uma princesa defendendo o rei – gracejou ao sorrir ainda mais – Não é como se fosse algo especial.

— Imagino que veio até aqui após saber que o rei não estava em seus aposentos, estou enganada? – perguntou séria ao olhar a expressão de surpresa do capitão – Não és tão inteligente quanta imagina – se viu dando de ombros – Agora saia. Já viu que ele está aqui.

Lucien olhou para Safira maravilhado. Jamais conhecera alguém forte como ela.

Uma rainha como Safira iria trazer a gloria e a ruína para Vantis. Percebeu ao encará-la.

— És uma pessoa divertida – Richiston disse ao ir em direção a porta e da mesma forma que entrou, saiu. Em silencio.

Safira olhou para si mesma e em seguida para Lucien.

— Deveria sair agora – disse séria ao encará-lo. Lucien percebeu os olhos dela retornando a cor normal – O que foi?

— Um dia me contara seus segredos?

Safira sorriu antes de responder.

— Não, jamais irá descobrir, rei de Vantis.

Lucien passou a mão pelos cabelos antes de sair do quarto ainda pensativo. Retornou para os seus aposentos pelo mesmo caminho de outrora e ao abrir a porta se deparou com a nobre ainda adormecida.

—O que diabos estou fazendo? – se perguntou ao beber vinho.

***
O dia amanheceu repleto de nuvens como se alertassem ao povo de Vantis que tempos difíceis iria surgir. No palácio todos os empregados sorriam uns para os outros ao perceberem a jovem nobre de Polirium sair dos aposentos do rei com o semblante contente. Não demorou para todos no palácio falarem sobre o modo como a nobre sorria e a sua possibilidade de tornar-se rainha.

Todas as nobres mantinham-se inquietas ao perceberem que a próxima seria a nobre de Vantis. A única nobre conhecida por trapacear e envenenar todos para o seu benefício. Ela não costumava ter pudores ou consciência quando algo que desejava estava disponível.

Em um dos aposentos, a nobre de Vantis sorria largamente ao segurar um pequeno frasco transparente.

— Com isso, ele será meu – sussurrou ao guarda-lo em seu decote.

Aila permaneceu em silencio ao ver o que a nobre planejava fazer, e se viu sorrindo. O rei Lucien seria dela e ninguém poderia mudar isso.

Continua... 

Tentação Real [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora