Tentação Real [Completo]

Dia seguinte - Safira

As mãos de Safira seguravam com força os ombros de Lucien, sem se importar de estar marcando-o com suas unhas. Os gemidos teimavam em escapar de seus lábios ao sentir os dedos habilidosos dele em sua intimidade. Ela já havia sido tocada antes em Landivia, mas nada assim. A sensação que Lucien lhe trazia era de estar em um redemoinho.

— Isso não pode ser real – Safira murmurou próxima ao ouvido de Lucien, o qual sorriu antes de mordiscar a sua orelha.

— Vejo que está apreciando – tornou convencido antes de parar o que fazia e olhar para ela com curiosidade. Ele desejava ver os seus olhos ficarem mais claros, o que não acontecera – Não está sentindo prazer – constatou frustrado. Levou os dedos que antes estavam na intimidade de Safira até os seus lábios – Sentiu prazer, mas por qual motivo seus olhos não mudaram de cor? – perguntou ao observá-la ficar envergonhada.

A cada instante ela se odiava por ter demonstrado a ele, um dos seus segredos.

— Nunca houve algo assim, você apenas estava imaginando coisas – disse calma ao olhar para o lado. Ela não conseguia entender como havia acabado em uma situação como aquela quando deveria estar ameaçando ele. – Posso ir embora?

— Não vai fugir de mim. Tenho algumas perguntas – suspirou antes de se aproximar dela. Colocou suas pernas entre as pernas dela, com o único intuito de evitar que ela fugisse dele – Agora vamos começar com o motivo de seus olhos não terem mudado de cor. Fiz algo que não agradou? - ao ver o silencio da jovem, segurou em seu rosto, forçando-a a encará-lo – Me diga – ordenou – Sou o rei deste reino e exijo que me responda.

— Eu não tenho a obrigação de lhe obedecer – o enfrentou com o olhar firme – E se deseja descobrir algo, apenas use a cabeça, rei de Vantis.

— Gosta de me enfrentar.

— Não gosto de ser uma marionete – o corrigiu ao encará-lo – Se pretende me diminuir para alguma dessas mulheres, esqueça, rei de Vantis. Eu sou de Landivia, e lá sou livre.

— Pretende continuar livre.

— Sim – afirmou – Então não irei me deitar com você.

— Não é como se eu me importasse com isso – disse pensativo ao largar o seu rosto – E pelo que vejo não irá me contar o motivo dos seus olhos não terem mudado de cor.

Safira apenas virou o rosto em resposta. Aquela noite estava se tornando cada vez pior.

— Por qual motivo deseja ver meus olhos? – ela se viu perguntando sem encará-lo – É como todos os outros afinal, sempre esperando ver um espetáculo esquisito de um povo esquisito.

— Eu apenas tinha achado a cor bonita – Lucien respondeu calmo atraindo a atenção dela –Não acredito em nada do que falam sobre Landivia ou magia. Tolos são os que acreditam que uma pessoa poderá acabar com a dor do mundo por ter olhos diferentes ou cabelos diferentes. Quando eu era pequeno todos afirmavam que eu era um enviado do Deus, e que traria abundancia e riqueza para o reino. – um sorriso amargurado estampou a sua face – Se eu ficasse parado a espera de um milagre todos estariam mortos de fome e sede.

—Meus olhos não ficam mais claro por sentir prazer – Safira se viu falando após escutar o que ele havia lhe falado. Por mais que odiasse admitir para si mesma, já havia percebido que Lucien não era um fanático por magia como as demais pessoas.

— Se não é prazer, o que seria? – indagou curioso.

—A sua curiosidade é tamanha ao ponto disso?