2° Capítulo - Eu falo como eu quiser.

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Ed na multimídia
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Acordo com o barulho do despertador no meu ouvido.

"Não imagina, no pé!"

Cala a boca, mente estúpida.

Levantei, fui no banheiro lavei e desci para cozinha.

- Bom dia, pai!

- Bom dia, filha! O café tá na mesa! - Grita meu pai da sala.

Estranho ele estar em casa, ele está sempre trabalhando.

Tomo meu café e subo para meu banheiro para escovar os dentes.

Me olho no espelho. Eu não gosto do que vejo.

Eu sou uma pálida de olhos acinzentados, que nem conseguem decidir de qual cor eles realmente são, e meu cabelo é preto e escorrido. Eu gosto do meu corpo, mas por eu não fazer questão de usar roupas que mostrem de isso alguma forma, ninguém deve notar como ele realmente é. Também sempre estou de toucas, que me ajudam a me disfarçar,  junto com o meu cabelo na cara. Eu me sinto invisível as vezes, mas não gosto de mostrar meu rosto.
Acho que me "reconhecem" pelas roupas.

Hoje vou com uma calça de moletom, uma camiseta qualquer, um moletom grande qualquer, e como sua touca não é muito grande, não costumo usá-lo.

Como também não passo nada que não seja creme na cara, dou tchau para o meu pai e vou em direção a escola. Jenny não está no portão, mas ela sempre me espera lá.

Ela não deve vir hoje.

Entrando na escola, me sento em um banco e vejo um grupinho de meninas vindo até mim... Ah, não. Ela não.

- E aí, mesquita? - Diz Melanny e suas seguidoras ridículas se aproximando.

Eu nunca entendi o motivo de me chamarem de "Mesquita", mas também nunca liguei para isso.

- Caí fora Melanny, vai.

- Resolveu responder é? Quem você acha que é para falar assim comigo? - diz Beatriz logo atrás.

- Eu falo como eu quiser. - Digo me "escondendo" um pouco entre minhas roupas.

Na real, eu estou surpreendida com minha resposta, nunca fui de "responder" seus insultos.

Melanny me puxa do banco, me lançando contra parede.

Valentões.

- Vou falar de novo, olha lá como fala comigo, esquisita! - Ela me dá um tapa com aquela mão e suas unhas cumpridas e pintadas, e saí seguida das outras.

Que ridículo.

Eu odeio elas!

Corri para o corredor vazio e fiquei agachada, chorando. Não por elas terem me batido, mas por aquilo que me afetava por dentro. A maneira de como aquilo era rotina, ou como tudo parecia conspirar contra mim, era diferente.

Ouço alguém se sentando ao meu lado.

- Ei, você está bem? - questiona Edward, um aluno com que podemos considerar normal, mas com um sorriso bonito, da minha sala. Como todos, não fala comigo.

Até agora.

- Estou sim - respondo limpando minhas lágrimas e o olhando. O mesmo parece meio surpreso. Como se nunca tivesse me visto.

- É...

- O que foi? - pergunto confusa.

- Você... Você é muito bonita.

Ah, fala sério.

- Não preciso de consolo - afirmo me levantando e me ajeitando - tchau.

- Esp..... - Ele tenta falar mas eu saio dali.

Sinto que ele é igual a os outros. Ele é atraente, mas isso não diz nada. A prova disso é o Lucas, os olhos azuis que nunca olhariam para mim como garota. Ele é popular, e me trata mal quase como a namorada.

Ouço o barulho estridente do sinal e vou para sala.

Me sento em um canto no fundo, e podia ser impressão minha, mas percebo Edward vindo em minha direção. Mas antes que isso pudesse (ou não) acontecer, a professora entra e ele se senta uma fileira depois da minha. A aula era de filosofia. Era um saco.

As horas passam rápido, e já escuto o sinal do intervalo. Saio da sala, mas sinto alguém me empurrando contra parede.

Duas vezes no mesmo dia?

Me surpreendo com que vejo.


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