3° Capítulo - Mas por que está triste?

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Lucas na multimídia

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- Soube que respondeu as garotas. Quem diria, a estranha sabe falar - zomba Lucas.

Fico quieta.

Naquele momento já havia uma rodinha de gente ali. Escola, sabe como é. Adoram ver os outros sofrerem.

- Decidiu voltar a ser muda? - O encaro, mas creio que ele não tenha visto, graças ao meu cabelo na cara.

Até que ao me encolher receiosa do que ele faria, minha touca acaba caindo para trás.

Ele me olha nos olhos pelo o que eu achava ser a primeira vez.

E então ele me solta.

Todos me olhavam como se nunca tivessem me visto na vida. Como se nunca tivessem parado para realmente me olhar e ver essa coisa que eu sou.

Aproveito o momento e corro para o refeitório, já com minha touca no lugar.

Pego minha bandeja. Hoje tinha um macarrão de aparência estranha, mas costumava ser bom.

Vou em direção a mesa quando sinto um empurrão.

Não é possível.

A bandeja que eu segurava caiu sobre a minha roupa, a sujando.
Só tinha uma que podia ser responsável por aquilo.

Todos riram de mim. Menos uns, mas que diferença fizia?

Corro pro banheiro, entro em uma daquelas cabines todas riscadas e começo a chorar.

Até que ouço uma batida na porta.

- Ei, abre.

- E por que eu faria isso?

- Porque eu vou te emprestar umas roupas. Abre vai... - Insiste.

Abro a porta devagar com receio de que seja alguma brincadeira, e lá estava uma garota da minha altura, tirando umas roupas da mochila.

- Toma - diz a loira me entregando elas - amanhã você me devolve. - Ela me entrega um jeans e uma regata não muito decotada.

Ela traz o guarda-roupas na bolsa?

- Obrigada, obrigada mesmo! - Agradeço.

- Por nada, linda.

Dou uma curta

- "linda"

- É o que você é! Anda logo, o sinal já bateu, me procura amanhã, meu nome é Caroline!

Entro novamente nna cabine, e me troco.  Me incomodo com a roupa um pouco justa, mas tudo bem. Ponho a touca de novo, escondendo parte do meu rosto, e vou em direção a sala pegar minhas coisas, pois decidi ir embora.

Chegando, bato na porta da sala e a professora abre. E nesse momento, todas as atenções voltam para mim, só ouço alguns cochichos como "nossa" "não, não é ela. " e coisas sobre meu corpo. Mas não ligo, apenas pego minhas coisas, saio dali, e vou para casa.

Meu pai não estava, provavelmente ele deve ter ido trabalhar.

Como meu almoço, já que não deixaram, troco de roupa e me deito na cama. Decido ligar para Jennyfer.

- Oii Jenny.

- Oi.

- Nossa, que animação. O que foi? Você está bem?

- Preciso falar com você. Está na escola?

- Não, você pode vir aqui em casa?

- Claro, daqui 15 minutos eu estou aí

- Beijos. - Desligo.

O que será que aconteceu para ela estar assim?

Depois de um tempo, escuto a campainha, a abraço e subimos para o meu quarto para conversarmos.

Conto sobre hoje para ela.

- Nossa, talvez sua reputação aumente depois disso! - Diz Jenny.

- Que nada! Ela jogou a bandeja de comida em mim! Além de quê, eu não preciso disso.

- Mas o povo que te viu agora concorda que você é linda, ainda mais Lucas e Edward! - ela pega a minha almofada e coloca em seu colo.

- Ha. Ha. Ha. Mas fale, o que queria me dizer?

- É... Mell, vou mudar de casa.

Jennyfer há tempos mora há uma rua da minha casa.

- Ah... Mas por que está triste? - Pergunto meio receosa. Aliás ela não iria para tão longe, não?

Até que eles poderiam ter achado uma casa maior, ou seu pai podia ter pego alguma promoção em outra cidade. Ou estado?

- Porque a casa é no Estados Unidos...

Ou outro país.

Meus olhos estavam marejados, eu não me imaginava com ela tão longe.

- Não... não, não... JENNY - desabo e ela me abraça.

- Prometo vir todo mês te visitar, amiga! Não fica assim - Ela também já estava chorando.

- Minha mãe, meus avós... Todos não estão mas aqui comigo, agora você, Jenny? Por quê?

- Meus pais vão para lá a trabalho - como eu imaginei -  e eu vou junto.

- Tudo bem... Mas quando vai?

- Amanhã.


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Chorei...

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*bye ❤️

As Pessoas MudamOnde histórias criam vida. Descubra agora