Regina, com certa dificuldade, conseguiu se levantar, os arbustos que a circundavam serviram de apoio. Ela achava que os seus perseguidores já estavam bem distantes. Então, era hora de tomar um rumo. Começou a caminhar, sem ainda saber para onde tinha que ir. Soube que tinha que sair do caminho natural, da trilha, e ir por dentro da floresta. No caminho natural ela poderia esbarrar com os perseguidores. Perseguidores esses, que ela não tinha a mínima noção por que estavam atrás dela. Por que eles queriam matá-la? A batida que ela tinha dado com a cabeça no tronco continuava deixando-a aturdida. O ferimento no braço direito, feito pela bala, além de estar doendo mais do que os outros ferimentos, sangrava bastante. E, de todos os ferimentos, aquele era o que a fazia perder mais sangue. Aquilo não era bom, ela sabia disso. Já começava a se sentir debilitada. Os sangramentos tinham que ser estancados de qualquer maneira. Ela caminhava, com passos trôpegos, na esperança de encontrar um lugar onde pudesse cuidar dos seus ferimentos e descansar um pouco, procurar se reabilitar. Mas onde seria esse lugar? Haveria esse lugar?
Depois de uma boa caminhada, com muito sacrifício, diga-se de passagem, Regina encontrou um lugar ideal. Era uma pedra apoiada sobre outra, que formava um vão, esse vão era uma caverna. Ela entrou naquele vão, estava escuro, muito escuro. Mexeu na mochila e pegou os óculos de visão noturna (valeu a pena tê-lo trazido). Ele era melhor que a lanterna, pois não chamaria atenção de ninguém que passasse pela redondeza, como poderia acontecer com a luz da lanterna. Assim, ela poderia trabalhar nos seus curativos e, até, descansar, se recuperar, com tranquilidade. Notou que a tal caverna era profunda. Mais profunda do que imaginara. Foi entrando com cuidado, tinha receio de encontrar algum animal. O que era bem provável, pois a caverna, além de estar numa imensa floresta, estava bem afastada da trilha. Ela bem que poderia ser o habitat de algum animal.
Caminhou alguns passos, logo percebeu que a caverna fazia uma ligeira curva para a direita. Achou que seria uma boa ficar depois da curva, ficaria mais escondida. Ao fazer a curva, a primeira coisa notada foi uma luz que vinha do alto, próximo da parte superior da parede esquerda, uma parede com rochas proeminentes. A luz rompia a escuridão e terminava batendo na parede oposta. Não dava para ver bem como era a abertura que deixava passar aquela luz. Mas isso no momento não importava para Regina.
Foi por ali que e Regina desejou ficar. Ela queria aproveitar e sentir o calor emitido pela luz. Foi o que ela fez, sentou e recostou na parede da caverna, onde a luz batia. Quando sentiu a luz bater no seu rosto, no seu busto, mesmo com a blusa, viu que era um calor agradável, reconfortante. Agora, sentada com as pernas esticadas, percebeu, quase que de imediato, o quanto estava cansada. O cansaço não era pela correria, ela estava acostumada a correr, era porque ela estava ficando enfraquecida com a perda de sangue. Automaticamente, deu um suspiro, como se quisesse se livrar, de todos os infortúnios do momento: cansaço físico e psíquico.
Tornou a abrir a mochila e dela tirou o nécessaire de primeiros socorros e o frasco de álcool gel. Retirou a blusa ficando nua da cintura para cima, em seguida, com dificuldade, retirou as calças, ficando, agora, só de calcinha. Fez a calça de assento. Não queria sentar diretamente no chão. Começou a higienização dos ferimentos, com o algodão e álcool gel. Gemeu ao sentir a ardência produzida pelo álcool. Procurou se controlar quanto aos gemidos, não sabia o que estava acontecendo fora daquela caverna; os seus perseguidores poderiam estar por perto e os seus gemidos exagerados poderiam chamar a atenção deles.
Em seguida, a higienização foi feita com algodão e água oxigenada, para posteriormente passar o álcool iodado. Besuntou bem os ferimentos com álcool iodado. Cortou seis tiras de esparadrapo com uns 5 cm de comprimento (o esparadrapo tinha 1 cm de largura). Procurou secar ao máximo o ferimento no braço direito, era dele, como sabemos, que o sangue saía com mais vontade. Foi colocando as tiras de esparadrapos transversalmente ao corte. Antes de prender cada tira, secava o local com um chumaço de gaze. Ao colocar cada tira, procurava juntar bem o corte. Com quatro tiras de esparadrapos foi o suficiente para manter o corte praticamente fechado. Ainda sangrava. Ela passou mais um pouco de álcool iodado sobre o machucado e os esparadrapos e, logo depois, envolveu o braço, sobre o ferimento, com uma atadura (com 6 cm de largura), apertando bem, isso ajudaria estancar o sangue. Deu umas cinco voltas com a atadura e finalizou, prendendo a ponta com as tiras dos esparadrapos que haviam sobrados. Nos outros machucados, não foi necessário enrolar a gaze. Bastou fechar o ferimento com um pedaço de esparadrapo. Houve uns até que nem necessitaram dos esparadrapos, só foi passado mais um pouco de álcool iodado.
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Momentos de Tensão - Amor; hot; namoro; policial; suspense; terror...
RomanceMOMENTOS DE TENSÃO Um complexo programa de resgate consegue libertar Alemão, no mesmo instante em que Regina é perseguida, numa floresta semivirgem, por pistoleiros com intenção de matá-la. Albert, mas conhecido pela alcunha de Alemão, é o serial ki...