Capítulo 12 - A Organização II

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— Você me perdoe Katharina, sempre fui muito honesto com você. E neste momento não posso agir de outra maneira.

— Fale, homem. – Walmir ficou excitado com as palavras dela: Fale homem. Aliás, só ouvir a voz dela, já mexia com ele. Por sua vez, Walmir procurou não demonstrar para ela a reação que as palavras dela faziam na sua libido.

— Posso falar o que você não vai gostar de ouvir. – Walmir, tentava tomar coragem para falar do sobrinho da sua patroa. Katharina percebeu que ele estava tomando coragem para falar algo que poderia desagradar a ela. Katharina já tinha uma ideia do que Walmir ia falar. Porém, ela queria ouvir dele e no fundo, saber se era o que ela imaginava mesmo. — Porém tenho que falar, é minha obrigação...

— Vai homem. Fala!

— O comportamento do seu sobrinho vai acabar prejudicando os seus negócios. – pronto! Walmir tinha falado do sobrinho dela, e falado mal. (Katharina imaginava isso mesmo, que ele queria falar do comportamento do Albert, ela havia acertado) Agora Walmir não poderia voltar atrás, ela gostasse ou não, ele iria seguir adiante. Continuar falando. Apesar de que ele sabia que estava sendo correto com ela. Se ela não sabia o que poderia ocorrer nos seus negócios, a obrigação dele era alertá-la. No futuro, se o sobrinho continuasse a seguir como estava seguindo, os negócios iam desmoronar, e eles, no mínimo, acabariam presos. Eles, diga-se de passagem: Walmir, Katharina e os capangas. Só quem escaparia de início, porém mais cedo ou mais tarde acabaria sendo preso, seria o Albert. E mesmo que ela no momento não gostasse de ouvir o que estava ouvindo, no futuro se lembraria do Walmir e pensaria assim (assim ele gostaria que ela pensasse): Walmir tinha razão, por que não escutei a voz da sua sabedoria?

— Você tem razão Walmir – Katharina falou com bastante calma. E ele, o Walmir, ficou decepcionado, e muito triste, não queria que ela concordasse com ele agora. Concordando com ele, a opinião dele não teria valor no futuro. Ele não seria lembrado. Melhor se ela discordasse e só depois, num futuro não muito longínquo, ela visse que ele tinha razão, isso teria muito mais valor. Mesmo que eles fossem presos, ele não ligaria, queria que ela o admirasse. Isso o faria tremendamente feliz e realizado. Mas, infelizmente, para ele, pelo visto, ela já estava sabendo. Isso, de certa forma, encantou Walmir. Ela era uma mulher que estava atenta às coisas. Não ficava cega nem com o seu sobrinho querido. Sendo assim, havia uma esperança de ele reverter o que estava acontecendo.

— Não posso abandonar o menino... – (Menino é o cacete, pensou Walmir) e continuou Katharina: — Ele sempre foi muito abandonado...

— Ele ficará abandonado quando nós estivermos presos, pois é o que vai acabar acontecendo. – Walmir, a princípio, achou que estava sendo dramático, que estivesse querendo impressionar Katharina com a sua dramaticidade. Mas, rapidamente, raciocinou sobre a situação e concordou que esse poderia ser mesmo o fim deles, se a proteção ao sobrinho continuasse nesse pé. Na verdade, a proteção teria que acabar, porém o melhor mesmo era que Albert fosse preso, e desta vez, eles, Walmir e Katharina, não movessem uma palha para mudar essa situação. Nisso a Polícia Federal esqueceria deles, Walmir e Katharina.

Katharina ia falando e Walmir já não escutava mais nada, ele estava angustiado com a situação, por isso mesmo interrompeu Katharina, sem perceber que estava fazendo isso.

— Porém, se Albert continuar sendo perseguido. Se a federal ficar no nosso pé, como será o seu futuro, o nosso futuro, será o que acabei de dizer: a prisão.

— O que podemos fazer? Abandoná-lo? – havia tristeza na voz da Katharina.

Walmir não escutava Katharina, continuava com o seu argumento.

Momentos de Tensão - Amor; hot; namoro; policial; suspense; terror...Onde histórias criam vida. Descubra agora