Faça o que você achar que dever fazer. Confio demais em você e você sabe disso, né? Toca pra frente! Vá com Deus! Essas foram as últimas palavras que Walmir, o chefe da segurança da Katharina, ouviu dela, naquele final de tarde de domingo. Foi um dia em que o sol e o calor predominaram. Já nas primeiras horas da manhã dava-se para perceber que seria um dia assim. O dia amanheceu com um céu completamente azul, não tinha nenhuma nuvem para tingi-lo. No entardecer, é que começaram a surgir as primeiras nuvens. O serviço de meteorologia previa para o dia seguinte chuvas esparsas.
Ele sabia como agir, ou pelo menos achava. Já tinha tudo preparado, tudo estava dentro do esquema, agiria em duas frentes: 5 dos seus homens iriam atrás da Regina e um pequeno exército de 30 homens, bem equipados, iria resgatar o Alemão (isso tinha sido muito bem planejado, apesar de ele ter tido pouco tempo. Porém ele era um ótimo estrategista, sempre foi, essa era uma das suas paixões, planejar um ataque). O Intuito de ele mandar esses homens atrás da Regina era capturá-la viva ou morta. Walmir deduziu que a Regina, já tinha prejudicado demais o Albert, o Alemão. Ele precisava dar um fim nisso. Só que o Walmir não sabia que o Albert não iria gostar de ele fazer isso. Essa era uma falha que Walmir tinha e não sabia. Talvez fosse a única, porém era crucial. Albert achava que só ele (depois do que ocorreu entre ele e ela) tinha o direito de traçar o destino dela. Só ele saberia o que era melhor para ela.
Walmir estava com a turma que iria resgatar o Albert. Ele gostava de participar das operações mais importantes. E aquela era uma operação de suma importância. Mesmo fazendo parte de uma operação, ele queria estar informado da outra operação: a caça a Regina.
Eram 16h45min, daquela segunda-feira em que o céu, diferentemente do dia anterior, estava completamente nublado, e a chuva, como previu o serviço de meteorologia, foi esparsa, em alguns lugares choveu mais do que outro e teve lugar que nem choveu. Por onde eles passavam a chuva já havia parado, só uma leve garoa persistia em continuar. Barbosa e mais 11 agentes, em 3 carros da polícia federal, com identificação, vidros com insulfilm (o giroflex e a sirene estavam desligados), iam levar o Alemão do hospital (depois da surra que ele levou da Regina) para o presídio Bangu 1. A pretensão era saírem mais cedo. Porém, alguns imprevistos burocráticos os atrasaram. A segurança para esse transporte era normal, simples. Eles não poderiam supor que alguém fosse querer o Alemão. Se ele fosse, por exemplo: um traficante, um chefe de morro, seria plausível que isso viesse a acontecer. Alemão era um criminoso covarde e odioso, até aí, tudo bem, mas nunca, ninguém, poderia supor (torno a dizer) que ele, um estuprador poderia ser resgatado por um tremendo aparato.
Barbosa ia no carro que levava o Alemão, junto com ele, além do Assis na direção, iam mais dois agentes, Betão e Norberto. Os outros agentes estavam divididos nos dois carros que vinham atrás.
Eles percorriam a Avenida Brasil, iam numa velocidade média de 80 km/h, até chegarem atrás de um caminhão tanque, então, a velocidade baixou para uns 50 km/h. O caminhão ia muito devagar.
— Vou cortar esse caminhão. – comunicou Assis.
— Avisarei aos colegas – Beto ao falar isso já estava pegando o rádio para comunicar aos agentes que vinham nos outros carros.
Assis ia cortar pela esquerda, como manda o figurino. E, como manda o figurino, fez a seta avisando da sua intenção, e, para avisar ao motorista do caminhão, piscou o farol além de dar toques rápidos na sirene, isso era suficiente para garantir uma ultrapassagem segura. Nesse exato instante que ele ia fazer a manobra, o caminhão tanque, ignorando os avisos, deu uma guinada para a esquerda e, inesperadamente, o motorista do caminhão freou. Essa guinada, com a freada brusca, produzindo o cheiro de borracha queimada, percebido pelo olfato de todos, fez o caminhão derrapar. Outra coisa percebida foi que, mesmo derrapando, o motorista do caminhão mantinha a aceleração. Ele, ou era burro demais ou queria provocar um acidente, queria capotar.
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Momentos de Tensão - Amor; hot; namoro; policial; suspense; terror...
RomansaMOMENTOS DE TENSÃO Um complexo programa de resgate consegue libertar Alemão, no mesmo instante em que Regina é perseguida, numa floresta semivirgem, por pistoleiros com intenção de matá-la. Albert, mas conhecido pela alcunha de Alemão, é o serial ki...