Capítulo 28 - No Dia que A Regina foi Fazer A Sua Trilha E O Alemão ...

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Alemão foi sensato; os federais que estavam no parque poderiam reconhecê-lo. A solução era esquecer, no momento, a caça a Regina. Ele procuraria criar outra oportunidade para pegá-la. Isso ele iria fazer.

Alemão pegou a estrada se afastando do parque. Para onde ir? Sabia que não podia ir para a casa da sua tia. Certamente estaria sendo vigiada. Ele gostaria mesmo era de ir para o sítio que tinha perto da faculdade, na ilha do fundão. Contudo, era mais um local que os federais deveriam estar de olho. Só um imbecil voltaria para lugares tão óbvios. Mas, mesmo assim, a polícia, em geral, vigiava esses lugares e pessoas, tipo: a mulher, os filhos, a mãe, e coisas semelhantes. O que seria mais ligado ao procurado seria vigiado, isso é usual. Os policiais contavam com isso: a possibilidade do procurado ser um imbecil. E foram vitoriosos, várias vezes, contando com isso. Esbarraram com muitos imbecis.

O Alemão resolveu ir para um hotel classe média. Era um hotel ali na Avenida Salvador Allende, na Barra da Tijuca, próximo ao Recreio dos Bandeirantes. Achava ser a escolha, medianamente, mais certa. Na posição dele: que os federais sabiam ter uma situação financeira invejável, digamos assim, teria que tomar certos cuidados com os extremos. Um lugar muito pobre seria gritante para que quisesse disfarçar a sua situação, achar que não seria procurado num lugar desses, muito chique seria um lugar escolhido por um cara que não conseguisse ficar longe do seu luxo, um cara que não gostasse de se "misturar". Mas os federais levavam em consideração essas possibilidades, do procurado escolher ou não esses extremos. Por isso, Alemão estava correndo risco de qualquer maneira, e ele sabia disso, que os federais consideravam todas as possibilidades.

No seu carro havia trocas de roupas que Walmir tinha deixado, para que ele não ficasse com a roupa que estava usando na fuga. E uma das primeiras coisas que fez, logo que pôde, foi trocar de roupa. Trocou mesmo dentro do carro, numa rua deserta. Walmir também havia deixado no carro documentos com nomes falsos e cartões de crédito correspondendo a esses documentos, e algum dinheiro, para que o Alemão pudesse usar quando necessário. Tudo isso fazia parte da fuga planejada para o Alemão, depois que ele foi resgatado da polícia federal pelo Walmir e seu bando. O plano para a fuga do Alemão, planejado pelo Walmir, era outro, mas o Alemão resolveu ir ao encalço da Regina. Aí tudo mudou.

No carro tinha também um jogo de lentes de contato de várias cores. Essas lentes foi o Alemão que deixou no porta-luvas. Fazia parte dos disfarces que, às vezes, era obrigado a usar. Alemão colocou as lentes castanho-escuras, bem escuras, quase pretas. Iriam combinar com a cor que pretendia tingir os seus cabelos e o que, agora, podemos chamar de barba, há pouco tempo era conhecido como uma barba-por-fazer. Aquele início da barba, que muitos gostam de usar porque dá um aspecto desleixado e másculo. Mas também tem uma boa parcela que usa uma barba-por-fazer por puro desleixo mesmo. Ele tinha intenção de pintar os cabelos de preto. O que acabou fazendo num salão pequeno em Vargem Grande, Jacarepaguá. Não ficou aquele preto muito forte, desses que a gente nota que é um tingimento. Era um preto suave, natural. Nem de perto lembrava um cabelo tingido. Ficou um trabalho bem feito. Talvez, graças à tintura que o Alemão comprou, e às orientações que ele deu ao cabeleireiro, barbeiro, faxineiro e dono do salão Beauty Style, Dionísio. Pasmem, o nome do salão estava escrito da forma correta. Dionísio disse que pesquisou no Google.

O sítio que tanto o Alemão gostaria de ir, tinha sido o cativeiro da Regina. Era um local preparado para ser um ótimo cativeiro. Foi um local organizado por ele, pelo Alemão mesmo. Além dos cômodos normais de uma casa, comportava 3 suítes camufladas, para onde iriam suas presas. Ali não era só luxo, tinha câmeras de segurança e alarmes secretos, isso tudo em lugares estratégicos. Alemão tinha orgulho de ele próprio ter preparado aquela segurança. Por causa dela, ele conseguiu escapar do cerco feito pela polícia federal. Ali ele pretendia se estabilizar. Fazer dali o seu quartel-general, onde poderia praticar as suas ações com tranquilidade. Mas isso tudo foi rompido por causa da Regina. Ela acabou com a tranquilidade que ele tinha para agir. Foi ela e aquele seu maldito celular, escondido na mochila, que fez com que os federais localizassem o cativeiro. Não bastando isso, para prejudicá-lo de vez, veio o retrato falado feito por ela própria, graças à habilidade que ela tinha para desenho. Era como se fosse uma foto em preto e branco, tal a perfeição. Quem não soubesse, juraria ser uma foto. Ela teria que pagar por tudo que tinha feito com ele. Mais cedo ou mais tarde ela pagaria.

Momentos de Tensão - Amor; hot; namoro; policial; suspense; terror...Onde histórias criam vida. Descubra agora