Momentos de Tensão - Amor; hot; namoro; policial; suspense; terror...

Capítulo 33 - A Chacina

— Barbosa, Walmir ligou. Disse que sabe onde o Alemão está. – Betão falou, entrando no escritório do Barbosa. Parou em frente à mesa do delegado e curvou-se para apoiar as duas mãos sobre a mesa — Ele falou que ligou para sua sala, deixou tocar bastante, só que você não atendeu... aí então, ligou pra mim.

— Cheguei ainda há pouco. Será que é verdade o que Norberto havia me falado, que o Walmir quer tirar o Alemão da jogada para pegar a tia dele, a Katharina?

— Pelo que Walmir falou comigo, procede ao que Norberto te contou...

— Ele chegou a dizer onde o Alemão está?

— Falou que o encontro...

— Encontro?

— Sim, o encontro. Vou explicar – disse Betão — O tal do encontro dele com o Alemão será em um hotel na Avenida Salvador Allende, na Barra da Tijuca, próximo ao Recreio dos Bandeirantes. O hotel chama-se Allende, Hotel Allende. Contou-me que o Alemão ganhou, de uma prostituta, um "Boa Noite Cinderela". Essa prostituta seria, com certeza, a próxima vítima dele.

— Com certeza – concordou Barbosa, enquanto arrumava sua mesa, empilhando papéis sobre ela, colocando alguns na gaveta e outros nas gavetas do arquivo de metal que ficava bem perto da sua cadeira — preciso tirar um dia para arrumar essa bagunça – murmurou tão baixo que mais parecia estar falando com ele mesmo. Em seguida falou se dirigindo ao Betão: — Quer dizer que o Alemão acabou sendo a vítima...

— É verdade. – Disse Betão.

— Mas, por que esse tal de o "encontro"?

— Walmir falou que ela, a golpista, está indo lá com o cafetão dela, para devolver os documentos do Alemão.

— Documentos?

— Sim. Os documentos. Diga-se de passagem, são vários documentos falsos. Documentos completos, com cartões de crédito, passaporte e tudo mais, para 5 nomes diferentes que o alemão poderia usar, fora o que ele estava usando, que era o que lhe dava o nome de Gaspar. A golpista levou a mochila do Alemão com todos os documentos e algum dinheiro, uns 5 mil reais. Eles vão devolver só os documentos, é claro. O dinheiro dançou. Em troca dos documentos eles querem 200 mil reais. Vale a pena. Para se tirar de novo esses documentos todos, ele gastaria, no mínimo, o triplo.

— É verdade... – concordou Barbosa.

— Walmir disse que estará levando esse valor, lá pelas 20 h, a hora que o Alemão ficou de chegar. – foi prosseguindo, Betão — O Alemão está num outro hotel. Esse hotel que o Alemão está, o Walmir não tem informação.

— Vamos chegar 1h antes, a fim de armar esquema para pegá-lo. Convoque, por favor, uns cinco agentes. Contando comigo e com você, seremos sete agentes...

— Tá bom de matemática, hein chefinho. – Sacaneou Betão. Com um sorriso mostrando os seus dentes alvos.

— Não fode, Betão – disse Barbosa sorrindo — Acho que está de bom tamanho, não acha?

— Tá sim. Tá bom até demais. Tendo em vista que o Alemão não anda armado.

Walmir chegou ao hotel por volta das 17 h. Ele já calçava luvas, não queria as suas impressões digitais sendo vistas por qualquer investigador, e usava, também, um boné e óculos escuros. O boné, além de não deixar cair nenhum fio dos seus cabelos, evitava também, juntamente com os óculos, que as câmeras filmassem seu rosto completo (ele não sabia da situação das câmeras). Portava uma jaqueta com elástico nos punhos (os elástico cobriam os punhos das luvas) e uma calça de ginástica com elástico nos tornozelos. Os elásticos no punho e no tornozelo eram, também, para evitar que algum fio do seu cabelo dos braços e das pernas, como ele também não queria que acontecesse com os da cabeça, fossem encontrados e transformados em uma evidência para um exame de DNA. O tênis de cano longo (onde o elástico da calça o envolvia) era dois números maiores que o seu pé. Era desconfortável andar com um tênis tão grande. Mas evitava saberem que ele andou pisando por ali. Conclusão: ele foi preparado para não deixar nenhuma pista de que esteve antes no local. Sabia que poderia ser um provável suspeito do que ia acontecer.