Matando a saudade

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Música: Somewhere only we know- Keane.

Estávamos outra vez em LA, na casa onde já havíamos morado juntos tempos atrás, mas agora tudo parecia diferente e eu me sentia mais a vontade do que antes, como se somente agora fosse o momento em que eu deveria estar ali.

As malas haviam sido desfeitas por Marie, a adorável empregada da casa, que tratou de terminar o mais rápido possível suas tarefas, para que nós duas pudéssemos conversar, como há muito tempo não fazíamos.

Depois que Marie nos deixou sozinhos na casa, Ed foi até a sala com seu caderno e violão, provavelmente tendo alguma nova música em mente, enquanto eu permaneci no quarto, apenas lendo e respondendo mensagens.

Mãe: Quando você vem ao Brasil?

Você: Ed encerrou a turnê, espero que logo.

Mãe: Natal tá chegando... 😚🎄

Você: Pretendo passar com vocês.

Mãe: 😘

Era típico da minha mãe encerrar a conversa sem aviso, apenas com emojis, então me contentei em rir e desci as escadas, encontrando Ed sentado de olhos fechados e com a cabeça apoiada no encosto do sofá, enquanto o violão ocupava o espaço ao seu lado e o caderno estava aberto na mesinha de centro. Me aproximei e ele abriu os olhos, sorrindo ao me encontrar.

-Oi.- Disse me sentando em seu colo e deixando um beijo em seu rosto.

-Oi.- Respondeu envolvendo minha cintura com as mãos.

-Música nova?

-O começo dela pelo menos.

-Sobre o que é?

-Eu não sei explicar bem, mas é feliz.

-Ai está uma novidade.- Ganhei um tapinha na perna em sinal de reprovação, embora ele risse.

-Eu faço algumas músicas felizes.

-É, faz sim.- Usei um tom irônico.

-O que quer dizer?- Fingiu braveza.

-Nada, nada. Falei com a minha mãe.- Resolvi mudar de assunto.

-Como ela está?

-Quer saber quando nós vamos ao Brasil.

-Podemos ir em janeiro, acho que estou livre.

-Ou no natal.

Ed franziu o cenho, claramente confuso.

-Mas nós estaremos na Inglaterra com a minha família no natal.

-E por que eu não estava sabendo disso?

-Achei que já tinha te contado.- Ele deu de ombros.

-Você simplesmente combinou o nosso final de ano sem falar comigo?

-É.

-Edward, e se eu não quiser ir para Suffolk?

-E por que você não iria querer?

-Porque quero estar com a minha família, no Brasil.

-Em primeiro lugar, eles também são sua família agora e em segundo, e se eu não quiser passar o final do ano no Brasil?

Franzi o cenho, contrariada, enquanto pensava alguns instantes antes de responder.

-Lá vai estar frio, eu não gosto de frio.

-Já inventaram coisas como aquecimento e blusas, sabia?

Revirei os olhos.

-Você deveria ter me consultado.

Vivendo o AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora