Brasil e fazenda

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Música: Perfect storm- Tristan Prettyman.

Pousamos no Brasil e meus pais já nos esperavam no aeroporto. Depois de cumprimentos exageradamente emotivos, eles nos levaram para casa e depois de Ed e eu nos instalarmos em meu antigo quarto, fomos para a cozinha para o almoço que minha mãe havia preparado.

-Arroz e feijão de mãe. Isso sim é maravilhoso!

-Eu também gosto da sua comida, Cássia.- Ed sorria para minha mãe, que tinha um expressão orgulhosa.

Mais tarde naquele dia, meus irmãos apareceram em casa também e depois de eu entregar os muitos presentes que havia comprado, aproveitei o tempo para brincar com meus sobrinhos, que com certeza eram o que eu mais sentia falta depois de ter me mudado.

Depois do jantar todos foram embora e Ed foi dormir, enquanto eu permaneci na sala com meus pais, assistindo a um programa de humor entediante.

-Televisão brasileira sempre foi ruim assim?- Resmunguei.

-Ui, ela é internacional.- Minha mãe brincou, debochada.

-Disse a que assistia RAI Itália pra ouvir as pessoas falando italiano.

-Vai falar que você não assistia?

-Eu assistia porque a programação era legal.

-Ah e ouvir as pessoas falando em italiano não tinha nada a ver, né Ana Laura? Pra cima de mim?- Ela soltou uma risada.

Meu pai não prestava atenção em nossa conversa, mas aumentou o volume da TV, como um sinal de que estávamos atrapalhando e minha mãe e eu nos calamos, contendo risos e fazendo piadas silenciosas, enquanto meu pai prestava atenção ao programa chato, sem demonstrar interesse, mas ainda assim, sem desviar o olhar.

-Pelo menos ele não está vendo "Mundo animal".- Cochichei.

-Mas ele ainda assiste todo dia.

Contive outro riso ao me lembrar de quando meu pai passava horas entretido, assistindo a programas variados sobre animais. Logo o cansaço da viagem tomou conta de mim também e eu me juntei à Ed no quarto.

Acordamos cedo no dia seguinte, ainda confusos pelo fuso horário e passamos a manhã de maneira preguiçosa e só saímos do quarto quando sentimos um aroma agradável vindo da cozinha.

-Bom dia!- Disse ao chegar a cozinha.

-Bom dia, filha... Ed. - Minha mãe sorriu.

O ruivo ainda preguiçoso sentou- se à mesa e sorriu docemente para minha mãe, antes de atacar o cesto de pão de queijo já frios.

-O que esta fazendo?

-Um bolinho pro café da tarde, porque a sua vó já avisou que vem.- Sorri ao receber a notícia.

-E o pai, cadê?

-Regando as plantas...

-Ah mãe, o Leo vem almoçar com a gente, viu?

Ela assentiu em resposta e se concentrou outra vez no que fazia e eu me juntei a Ed na mesa.

Poucos antes do almoço, eu estava sentada no sofá  da sala quando os latidos das minhas cachorras avisaram que alguém  havia chegado e pouco depois meu pai entrou em casa acompanhado de Leonardo, que sorria animado.

-Aninha!

-Leonardo, seu gordo maldito, que saudade!- Pulei do sofá para abraçar o meu melhor amigo.

-Você foi embora e abandonou todo mundo.

-Continua dramático.- Sorri irônica.

Ed se levantou do sofá também e se aproximou, com um sorriso escancarado.

Vivendo o AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora