Festas de final de ano

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Música: History- One Direction.

Nas semanas que antecederam o natal, vasculhei inúmeras lojas de LA, procurando o presente perfeito para cada membro das nossas famílias e também para os amigos mais próximos. Ed me acompanhou nas minhas primeiras idas as compras, sempre coberto pelo capuz e com uma expressão entediada, então eu apenas resolvi o deixar em paz e passei a ir sozinha, mostrando tudo que comprei apenas quando chegava em casa e ele, na tentativa de ser um bom marido, fingia interesse.

Quando tudo já estava comprado e faltando pouco mais de uma semana para o natal, comecei a organizar minhas malas e estava entretida na tarefa, quando Ed apareceu no quarto sem que eu percebesse, me assustando quando falou atrás de mim.

-Você vai levar tudo isso?- Ele apontava para a pilha de roupas em cima da cama.

-Jesus, Ed, vai assustar a sua mãe.- Levei as mãos ao peito.- E sim, vou levar tudo isso.

-É exagero.

-Pensa comigo, amorzinho... Vamos sair do frio quase polar da Inglaterra e ir direto para o verão brasileiro que pode ser considerado amostra grátis do inferno.

-E?

-E que são duas malas opostas de roupas.

-Alguns casacos e uns vestidos, você só precisa disso.- Ele estava claramente me provocando.

-Já que você é mestre em levar pouca coisa para as viagens, me avisa se sobrar espaço na sua mala, preciso colocar uma parte dos presentes lá.- Indiquei o canto do quarto, onde estavam os diversos embrulhos.

-Me casei com a mamãe Noel?- Ele arqueou as sobrancelhas, rindo.

-Hoje você tirou o dia pra implicar comigo ou é apenas impressão?

-Impressão...- Ele sorriu brincalhão.- Eu tiro todos os meus dias para fazer isso.

-Você não vale nada. - Mostrei a língua.

-Você fala como se não gostasse.- Ele se aproximou, me envolvendo pela cintura e beijando meu pescoço, enquanto em me rendia a um arrepio.

-Eu preciso terminar as malas...

-Mais tarde.

-Mais tarde.- Repeti.

A pilha de roupas que ocupava a cama foi parar no chão, o que me renderia um enorme trabalho para organizar de novo depois, mas não era como se eu me importasse. O corpo de Ed sobre o meu, em sincronia perfeita, fazia com que nada ao redor tivesse o mínimo de importância.

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Chegamos em Londres e a temperatura negativa já me deprimia intensamente, embora a paisagem coberta por uma fina camada de neve deixasse tudo um pouco mais agradável, pelo menos visualmente. Eu observava tudo pela janela do carro, distraída e mal percebi o sorrisinho que havia se instalado em meu rosto, mas Ed não deixou passar.

-Olha só quem está sorrindo no frio inglês.

-Eu ainda odeio frio.- Não dei o braço a torcer.- Só é bonitinho.

-Bonitinho? No diminutivo?

-É. Frio é péssimo, pior que sushi.- Mostrei a língua e Ed riu.

Chegamos à nossa casa em Londres, mas não desfizemos mala alguma. Passamos apenas uma noite ali e na manhã seguinte tudo já estava no carro, para que seguíssemos em viagem até Suffolk, onde os Sheeran's já nos esperavam.

Depois de algumas horas, Ed estacionou em frente a casa onde passou a infância e antes mesmo de sairmos do carro, a porta da frente já estava aberta e minha sogra sorria abertamente enquanto caminhava em nossa direção.

Vivendo o AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora